Após beijar na boca de meu amor, Eliza deu um sorriso malicioso e como era igual a mim, Danilo gostou, não notou nada de diferente, ele nem imaginava que era outra mulher dentro de meu corpo. Ele seguia a condução dos movimentos dela sem por obstáculos. Fiquei frustrada por ele não perceber de cara que era outra mulher, já que ele usava a Sintonia e poderia ler os pensamentos dela sem esforço.―É bom? ― Eliza perguntou.―Sim! Eu gostei de seu beijo, foi um pouco diferente, mas intenso e forte.―Claro que foi, porque eu não sou Liene Felix.―O que? ― Danilo se assustou se afastado dela.―Eu me chamo Eliza Freitas.―Tá de brincadeira, não é?―Não. Liene está muito fraca e descobriu a verdade sobre você e não tem força suficiente para te enfrentar. ― Eliza não escondeu a verdade.―Não acredito nisto. Você mente! ― Danilo duvidou.―Sou uma pessoa sincera, sou igual a ela neste sentindo, não costumo mentir.―Você é uma sósia dela? Uma irmã gêmea?―Não e não. Eu sou uma mulher de outra dime
Nós estávamos num hotel de 20 andares em frente ao mar do Ceará. Precisamente, meu corpo estava no 19º andar observando a queda livre de meu anjo. Se Danilo fosse um humano normal e tivesse caído daquele jeito, teria morrido na hora, felizmente Danilo era descendente de Nefilins. Eliza com sua bela aparência de Bruxa do sonho, pulou da janela e seguiu voando atrás de Danilo que não caiu no chão, mas conseguiu criar suas asas vermelhas a tempo de encostar no chão e sair voando na direção do por sol. Era uma bela imagem do crepúsculo, se não fosse uma caçada perigosa para arrancar as asas de meu amor. Eu não queria sua morte, mesmo sabendo que Danilo era culpado. E acabei interferido, grite, pulei e por fim voltei para meu corpo, pois resolvi que não deixaria Eliza matar Danilo. Me deparei voando no meio das nuvens sem noção para onde ir. Eu tive medo de cair, me lembrei do dia que voei com meu belo doutor e me acalmei. Eu resolvi retornar para o hotel e comecei a ver o hotel de longe
Eu não esperei muito o contra-ataque dele, uma vez que eles emergiram tão rápido quanto um piscar de olhos, em poucos segundos estavam do meu lado me atacando, me batendo, mordendo, arrancando as penas de minhas asas. Eu estava sendo destruída tão rápido que mal podia acreditar, aquela coragem que batia no peito a uns segundos atrás sumiu, e uma dor pungente me controlava.Eu não conseguia deter os fortes ataques deles, nem conseguia ver quem me atacava, provavelmente os 4 ao mesmo tempo para não ter chance de fugir.Agora sim eu ia morrer, e aquela conversa de “anja” poderosa porque era um Befilim estava se esvaindo de sangue comum e descendo dos céus até afundar no mar profundo.Eu não seria nem comida de tubarão, eu seria o lanchinho deles, dos anjos caidos, pois conseguia ter uma breve visão dos malditos. Eles estavam diferentes, com os dentes enormes e pontiagudos como de piranhas, olhos como de cobras, rabos de escorpião, unhas de águia, e a pele como de crocodilos.Eles não eram
Meu fim era certo. Não queria ver mais meu corpo ser dilacerado, então dei a mão aquela mulher para não assistir mais aquela cena lamentável.Quando ia tocar a mão de Lenize sentia minha mão desaparecer, eu fiquei em choque. Senti que caia no infinito como se sugasse por um buraco negro. Eu ia pro inferno? Deus não ia me perdoar?Depois outras partes de meu corpo começaram a sumir. Eu sentia um formigamento insuportável, uma onda correndo por toda minha pele energética. Logo deduzi que nem mesmo a minha alma astral iria mais existir.Eu fiquei em pânico, desesperada, pois não teria mais um lugar para existir. Era muito triste, um fim para um pessoa que nunca foi importante.―OH MEU DEUS, NÃO VOU MAIS EXISTIR? ― Eu gritei assustada sentido dor em todo meu corpo igual quando estava viva martirizas pelos Nefilins. Agora eu estava sendo tragado para o vazio desconhecido.―Estranho! ― Lenize disse me olhando de cima a baixo.―Claro que é! Meu corpo, ou melhor, meu espectro está sendo comido
Eu estava feliz, porquanto estava viva milagrosamente, eu não entendia porque nem como, mas ainda no fundo do oceano com água me cercando por todos lados, mas conseguia respirar normalmente. Eu comecei a ris, e me debati com medo, pois iria morrer de novo se ficasse ali, mas Danilo me segurou para não subir imediatamente, pois os Nefilins ainda estavam lá em cima pronto para terminar o que começaram.Então ele falou comigo por meio da Sintonia, usando o poder da leitura de pensamento e eu igualmente.“Não vá! É muito perigoso. ” Danilo disse segurando minha mão.Eu me debati queria subir, queria respirar.Danilo me beijo, e crie mais ar nos pulmões.“O que? Você ainda me quer que viva? ” Eu perguntei estranhando.“Lógico que sim, Liene! Senão, eu não teria te salvo. ”“Por que, Dan?”“Eu te amo.”“Sério? Vai tentar me enganar de novo? ― Eu perguntei zangada com aquela ‘melação’ depois ter sofrido tanto.―Estou dizendo a verdade, Liene. Eu te amo, e não aguento te ver morrer. Não quero
Uma visita inesperada me deixou arrepiada. Era incrível ela estava em pessoa na frente da porta do apartamento de Danilo como no dia da minha morte. Eu a olhei chocada e quase desmaie ao ver seu rosto jovial e belo, mas havia algo nela que me deixava sensível.Eu não conseguia fala, será que ia morrer de novo? Mas abri a porta e deixei a mulher entrar. Danilo que estava no banho, veio depressa ainda molhado e vestido um roupão, saindo do banheiro para ver. Depois de eu chamar ele por meio da Sintonia.―Quem? Cadê? ― Danilo perguntou curioso.―Pelo visto vocês estão muito assombrados com minha presença. ― Lenize disse,―Sim. Eu te vi quando tinha morrido. ― Eu disse assustada.―Eu não sou uma alma, nem sou o anjo da morte.―E porque foi me buscar quando sai do meu corpo? ― Eu perguntei curiosa.―Porque sou sua guia espiritual da versão da minha mãe.―Eh?―E como está aqui de corpo? ― Danilo perguntou.―Eu nasci de uma mortal, mesmo tendo este lado mais espiritual.―Hum! É sério? ― Danil
No primeiro domingo do mês de setembro de 2021, véspera do meu aniversário, eu acordei, senti uma dor de barriga forte, me levantei depressa, fui ao banheiro, passei um tempo olhando o celular, procurando alguma coisa para me distrair.Fiz minhas necessidades, depois dei a descarga. Olhei para o espelho vi uma mulher com mais de 40 anos, cabelos enrolados todo desgrenhado, pele clara e enrugada antes do tempo e tentei me lembrar de um sonho estranho que tive.Eu queria me lembrar de algo bom, eu queria entender porque sou assim. Eu sou Liene Felix, sou uma contadora, que não exerço minha profissão, pois trabalho com contabilidade, mas não sou a chefe, não assino o balancete, não dou carão, apenas faço conciliação.Mas de uns tempos para cá queria ser outra coisa, queria ter outra profissão e o mais importante queria um amor.Voltei para me
Continuei trancada no quarto até de noite. Fechei as cortinas, desliguei a luz, queria estar no escuro, fechei meus olhos. Eu não queria ver ninguém. Fiquei num cantinho, de cócoras, querendo me trancar mais.Eu estava mal, me sentia tão cansada em pleno domingo. Sem ter feito nada. Eu queria encontrar um enorme abismo e pular. Então me veio a ideia de escrever meu sofrimento. Me levantei, acendi a luz, fui até a mesinha do meu quarto, e pensei como eu poderia ver o vazio e gritar bem alto, dizer que não ligo para nada, dizer o quanto é difícil ser pobre e mulher. Porque tem que existi este abismo separando as vidas?AbismoFenda que separa duas porções de terraMas para mim, mas do que isso:Separa dois mundos