Depois de conversar com Zarina, desço as escadas correndo atrás de minha mãe e paro no último degrau quando vejo meu pai e meu irmão conversando sobre uma missão. Minha vontade era passar por eles sem nem dar bom dia, mas sei o quanto minha mãe ficaria chateada com isso. — Bom dia. — Falo seca, andando em direção à cozinha. — Bom dia. — Os dois respondem. — Parece que alguém acordou animada para abandonar a família. — Meu pai diz com deboche. — Nunca soube que quando alguém vai para a faculdade abandona a família. Aliás, se o Zyan está na sua frente, significa que isso não existe, ou existe só para o caso de quando a filha é mulher? — Perguntei no mesmo tom. — Olha o jeito que você fala comigo. — Indagou irritado. — Já ouviu falar sobre reciprocidade? Se quer respeito, deve me tratar da mesma forma, não é? Antes mesmo que ele responda, saio dando as costas para ele em direção à cozinha. — Mamãeeeee, mamãeeeeee! — Grito indo até ela. — Alguém acordou animada, bom dia meu amor.
Eu nunca pensei que o tio Nic pudesse tratar a Malia daquele jeito. Sei que ele faz de tudo para proteger a família, mas dessa vez ele passou dos limites. Na verdade, se formos observar bem, ele tem pegado pesado há algum tempo. Antigamente, quando éramos crianças, não era assim. Eles pareciam uma daquelas famílias felizes e amorosas de comercial de TV. Mas tudo mudou quando Zyan começou o treinamento na máfia. Malia foi colocada em uma redoma. Não podia ter amigos, sair ou mesmo ir a pequenas festas, por mais inofensivas que fossem. Ela tinha tudo de material que podia desejar, mas por mais que se esforçasse, nunca conseguiu se sentir orgulhosa ou ganhar algum reconhecimento do tio Nic. Tudo para ele girava em torno do filho, que se tornaria o futuro Don. Ele deixou Malia de lado. Após toda a gritaria e palavras jogadas ao vento como se não significassem nada, o avô da Malia interveio. O silêncio reinou por um longo momento. O olhar perdido de Malia causava pena, mas apenas eu sab
— Eu não vou abrir mão da minha vida por suas convicções, pai. Como te disse várias vezes, se essa é a última coisa que você tem a dizer, então prefiro ser deserdada desta família.Todos na sala me olham chocados. Meu pai se levanta furioso, vindo em minha direção, e levanta a mão para me dar um tapa, mas Zyan é mais rápido e o segura.— Pai, acalme-se. Pense no que está fazendo. A Malia não merece ser tratada assim. — Meu irmão intervém, segurando firmemente o braço do nosso pai.— Você está passando de todos os limites, Nikolai. — Meu avô acrescenta, com voz firme.A tensão na sala se torna insuportável. Meu pai, ainda ofegante de raiva, olha para Zyan e depois para mim. A luta interna dele é visível, uma batalha entre seu desejo de controle e o amor, ainda que distorcido, que sente por nós.— Vocês acham que é fácil? — Grita ele, a voz ecoando pelo salão. — Vocês acham que eu quero ser esse monstro? Eu só quero proteger vocês, manter vocês seguros!— Mas não é assim que você faz is
A semana passou voando, e reunir tudo o que precisávamos levar parecia uma tarefa impossível. Entre caixas empilhadas e listas intermináveis, a ansiedade pairava no ar.Surpreendentemente, tio Nic estava mais conformado com a ideia de Malia ir para a universidade. Ele até nos presenteou com um apartamento perto do campus. Claro, nós queríamos liberdade, mas também valorizávamos o conforto. Deus me livre pensar em ter que dividir o banheiro com outras meninas ou ficar em quartos separados da Malia.Querendo ou não, éramos mimadas. Sempre tivemos tudo o que queríamos, e não seria agora que seria diferente. Queríamos liberdade, mas isso não significava que não queríamos conforto.Malia e eu estávamos empolgadas com a nova fase de nossas vidas, mas também estávamos um pouco nervosas. Era a primeira vez que estaríamos longe da família e de toda a segurança que conhecíamos. Mas, ao mesmo tempo, era uma oportunidade para explorar o mundo, conhecer novas pessoas e nos descobrirmos além das ex
Meninas.. comentem e coloque o livro na biblioteca para me ajudar por favorzinho !! Sentada confortavelmente na poltrona chique daquele avião, observei Zarina dormindo ao meu lado, tão serena como um bebê. Ao olhar pelas janelas, minha mente vagou para a emocionante despedida com minha família. O abraço caloroso de minha mãe transmitia todo o amor e carinho que uma mãe pode sentir por seu filho. Ela sempre foi e continua sendo uma mulher incrível, e seguir seus passos seria uma verdadeira honra para mim.Quando meus olhos encontraram os de meu irmão Zyan, uma enxurrada de sentimentos me invadiu. Não me recordava da última vez que estivemos tão próximos. Na infância, éramos inseparáveis, nossos melhores amigos. No entanto, a influência da máfia acabou por nos separar e, quando Zyan retornou, mal o reconheci. Estar tão perto dele agora era assustador, mas seu abraço me trouxe uma sensação de segurança que há anos não experimentava.— Não perca esta oportunidade. — sussurrou ele em meu
Chegamos no campus e ver tanta gente da nossa idade parecia surreal. Vimos um balcão de informações e resolvemos ir até lá.— Bom dia, meu nome é Zarina Minisk. Gostaria de informações sobre o curso de dança, e minha prima, Malia Monroe, gostaria de informações sobre o curso de moda.— Estávamos à espera de vocês, senhorita Minisk e senhorita Monroe. Os cursos de dança e moda ficam no mesmo prédio, na ala leste. Chamarei duas responsáveis para mostrar o campus e onde serão os cursos de vocês, pode ser?— Sim, seria perfeito — respondemos juntas.— Ah, esqueci de perguntar: vocês vão precisar de quarto no campus? — ela pergunta simpaticamente.— Não, não será preciso, pegamos um apartamento perto do campus para nós — respondi com um sorriso.A atendente sorriu de volta e fez um sinal para que esperássemos. Em poucos minutos, duas jovens se aproximaram, ambas usando crachás com seus nomes e títulos: Claire, do departamento de dança, e Juliette, do departamento de moda.— Bom dia, Zarina
Seis meses haviam se passado desde que mergulhamos de cabeça na vida universitária, e cada dia era uma aventura emocionante. Nunca pensei que poderia apreciar acordar cedo, mas agora era parte da rotina que eu realmente gostava.Pelo menos uma vez por semana, nossas mães nos ligavam, ansiosas por atualizações sobre nossa vida aqui. Naturalmente, omitíamos muitas coisas. A liberdade que experimentávamos era tão intoxicante que mal sentíamos falta de casa.A parte desafiadora era equilibrar nossa vida secreta, família, universidade, notas e as noites nas baladas. Sim, estávamos aproveitando ao máximo tudo o que não fizemos e bebemos a vida toda. Fazíamos parte de um grupo de seis pessoas: Eu, Zarina, Cléa, Alana, Liam e Matteo. Éramos os verdadeiros animadores de festas. E logo nos encontraríamos novamente, mas desta vez não era apenas uma festinha universitária, era algo mais sombrio.Cléa havia arranjado um jeito de nos introduzir em um barzinho/balada secreto, o mais famoso de toda
Enquanto o jogo continuava, eu me sentei ao lado de Malia, ainda tentando processar o que havia acontecido. Ela me deu um sorriso de aprovação, apertando minha mão de leve.— Você foi incrível, Mali. Não sei se teria conseguido fazer isso — disse ela.— Acho que eu mesma não acredito que fiz — respondi, rindo. Foi tão intenso.Cris girou a garrafa novamente, e a noite seguiu com risos, desafios e doses de tequila. Quando o jogo finalmente terminou, nosso grupo decidiu se espalhar pela pista de dança. A música pulsava ao nosso redor, e eu me deixei levar pelo ritmo, tentando esquecer meus receios. Malia e eu dançamos juntas, rindo e se divertindo.Estava na hora de irmos embora, para descermos tínhamos que passar na frente do homem com aparência mafiosa que Malia havia beijado na hora do jogo de desafio.Assim que passamos por ele, o homem segurou o braço de Malia, fazendo-a parar nolugar.— Quer sair daqui, princesa? — Ele disse, e um frio passou por todo o meu corpo. — Me passa se