Capítulo Quatro

Grace

Pela manhã antes de ir para o trabalho passo no meu corretor e assino os últimos papeis do meu apartamento novo e vou com um belo humor para o trabalho depois de dias no buraco desde que terminei com Adam, usando minhas calças pantalona e uma camisa grossa com renas estampadas por todo o tecido, me sinto pronta para começar um novo momento em minha vida e também começar minhas compras para o natal finalmente. Pretendo ter a maior árvore de natal que conseguir esse ano.

 Eu e Brinna fomos criadas tendo os melhores natais não importa quanto nosso ano tenha sido horrível, mamãe amava o natal era o seu feriado preferido e isso passou para nós duas, depois que ela morreu minha irmã e eu nunca passamos um natal longe uma da outra e sempre fizemos o melhor da data que mais importava para nossa mãe, Brinna brinca que nós honramos sua obsessão louca por papais noeis infláveis.

Entro no prédio da Sullivan Consolidated cumprimentando os seguranças da manhã e Mirna a recepcionista do dia que me ajuda com minhas pastas e meu café para Mrs. Sullivan até o elevador enquanto fofocamos um pouco sobre os presentes de natal que Mrs. Sullivan distribui para os funcionários todo ano, esse é o meu segundo ano eu já estou ansiosa por ele.

No primeiro ano houve algum mal entendido e quase não recebi. Todos já tinham seu presente personalizado que Mrs. Sullivan faz questão de dar pela retribuição do ano de trabalho á cada um de seus funcionários e eu estava de mãos vazia e totalmente chateada porque achei que a novata não ganhava por ter entrado no meio do ano, mas na véspera do natal antes de sairmos para casa Mrs. Sullivan pessoalmente colocou em cima da minha mesa uma linda caixa dourada. Logo quando cheguei á empresa eu tive que acompanhar Mrs. Sullivan em um leilão beneficente e nele tinha um lindo vaso chinês muito antigo que foi colado depois de ter sido quebrado em mil pedaços, mesmo com as rachaduras a gravura como em vitrais de igreja ainda era a coisa mais linda que eu já vi e provavelmente a mais cara, eu quase não conseguir controlar minhas emoções quando o vi de perto dentro da vitrine de vidro, na véspera do natal alguns poucos meses depois ele estava dentro da minha caixa dourada, como o meu presente. Eu quase não acreditei, tentei devolvê-lo, mas Mrs. Sullivan foi totalmente irredutível e eu acabei aceitando depois de uma longa discussão que não iria ganhar, então o tenho em minha casa protegido á sete chaves literalmente, nunca contei a ninguém sobre isso, não sei exatamente o porquê, mas é como se nós tivéssemos concordado silenciosamente depois de toda discussão que aquilo fosse algo só meu e dele e assim ficou, eu nunca toquei no assunto novamente e muito menos ele.

Com o pensamento voando pela minha cabeça saio do elevador no ultimo andar com minhas pastas embaixo do braço e dois cafés em minhas mãos indo direto para minha mesa pronta para começar mais um dia. Normalmente Mrs. Sullivan chega uma hora depois de mim, esse é o tempo que tenho de organizar sua agenda para o dia e encaminhar seus e-mails urgentes que ele precisa responder, por isso sou pega de surpresa quando a porta do escritório do meu chefe se abre poucos  minutos depois que cheguei.

– Mrs. Sullivan – Levanto-me rapidamente – Algum problema? Não esperava o senhor por mais uma hora. 

– Nenhum problema – Ele fala com um pequeno sorriso – Eu tinha que resolver algumas coisas mais cedo, preciso adiantar o projeto antes de voar para o Texas, tenho certeza que você não esqueceu a ligação de mamãe furiosa ontem querendo todos os filhos no natal.

Eu rio

– Eu entendo que ela queira todos perto. Natal é para passar com a família. – Falo com o pensamento do ultimo natal que passamos com mamãe ela já não estava muito bem tivemos que passar no hospital, mas ainda assim passamos todas juntas, rindo e lembrando natais incríveis antes daquele.

– Já sei que você é uma fã do natal – Ele aponta para minha camisa – Você passará com sua família?

– Com a minha irmã – Falo – Somos só nós duas, mas nunca passamos separadas e se você acha que eu sou uma fã tem que ir na casa da minha irmã uma semana antes do natal. Provavelmente ficará cego com tantas luzes.

– Convite tentador – Ele brinca sorrindo para mim, um sorriso tão grande e bonito que acho que não existe outro comparado a esse, então desvanece do seu rosto aos poucos e apenas fica uma olhar intenso e longe, mas ao mesmo tempo muito presente – Eu preciso conversar com você Grace.

– Eu? Eu fiz... – As palavras morrem em minha boca enquanto meu estômago roda, oh merda! Eu não posso perder esse emprego eu acabei de alugar um lugar sozinha.

– Não, não se preocupe. Vamos até o escritório – Mrs. Sullivan se afasta de onde estou e o vejo caminhar até sua porta, eu pego nossos cafés e meu tablet e o sigo sem mais nenhuma palavra – Entre Grace não é uma demissão – Ele sorri mais leve do que o já vi desde que o conheço. Não pode ser algo ruim se ele está tão feliz, certo?

Caminho para dentro e vou direto para as cadeiras em frente a sua mesa me sentando não confiando em minhas pernas que estão tremendo sem um motivo aparente. O homem acabou de dizer que não vai me demitir, porque eu ainda estou tão nervosa? Coloco o copo de café sobre a mesa ao alcance do meu chefe e volto para minha cadeira tomando um pouco do meu enquanto o vejo tirar seu terno o pendurando no encosto de sua cadeira e depois se sentando enquanto enrola a camisa branca até os cotovelos mostrando braços fortes cheios de músculos que atraem meus olhos para eles.

– Grace – A voz rouca do meu chefe me faz levantar os olhos que ainda estavam em seus braços descobertos pela camisa, enquanto subo meu rosto até o dele rezo para que ele não tenha reparado que eu estava babando em seus braços, mas pelo sorriso brincando em seus lábios sei que fui pega.

– Hum – Um som agudo sai dos meus lábios e minhas bochechas esquentam.

– Está tudo bem? – Mrs. Sullivan pergunta claramente se divertindo com o meu nervosismo.

– Não, até o senhor dizer por que quer conversar comigo em particular apenas um dia depois que pedir para sair cedo do trabalho.

– Eu não vou te demitir querida, eu já te disse. – Ele balança os ombros e coloca os cotovelos em cima da mesa olhando-me diretamente me fazendo autoconsciente, eu mexo em reflexo e vejo seus olhos seguirem cada movimento – Eu te deixo desconfortável Grace?

– O que? Não – Solto rápido não sabendo de onde ele tirou isso. Será se ele acha que o meu nervosismo por estar próxima dele parecendo o que ele parece e sendo meu chefe é algum tipo de desconforto para mim? – Eu apenas fico nervosa facilmente.

– Bom – Ele para um momento pensativo – Eu tenho uma proposta para você Grace, e fique livre em dizer não se achar que não pode fazer, seu emprego está garantido independente da sua resposta.

– Certo – Falo calma. Uma proposta do meu chefe que pode me deixar desconfortável, isso não parece promissor. – O que seria essa proposta?

– Eu preciso que você venha para o Texas comigo no natal

– No natal? Eu achei que o senhor ia ficar com a sua família, não á negócios. – Falo confusa.

– Eu não vou á negócios e você também não viria como minha assistente, mas sim como minha namorada.

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