Albert Larsen teve dificuldades para conter os ataques da midia. Especialmente após confirmar que em breve a linhagem dos Larsen seria presenteada com uma nova e legítima condessa, não deu muitos detalhes o que causou mistério e agitação não apenas aos repórteres, mas em toda a população. Podia ser um parente distante, contudo, não muda o fato de ele ser pertencente a família real o que o coloca em considerável evidência. Sabia do peso de sua decisão, estava ciente dos riscos e do preconceito que poderia ser atribuido a Sophie por não vir de uma familia influente, só esperava que ela suportasse até o fim. Era um alívio a foto daquele artigo inicial não mostrar o rosto das crianças e Sophie estava de lado, ele era o mais exposto. Nas notícias apresentavam uma silhueta feminina sombreada com interrogação: QUEM É A MULHER MISTERIOSA QUE FOI CAPAZ DE FISGAR O CORAÇÃO DO CONDE? Ele se divertia com as suposições absurdas desses programas de fofocas, parece que ninguém esperava a confi
Sophie acordou cedo. Pretendia conversar com Albert antes das aulas começarem, apesar de o tutor concordar em partes com a opinião dela, ainda assim era um tédio total! Elisa e Nicolas, por outro lado, gostavam muito dos estudos, o que a envergonhava por ser uma péssima aluna de etiqueta real. Quando foi que sua vida se assemelhou tanto a um livro muito comum de escritores amadores? Esses clichês sempre presentes em aplicativos de leitura! Arrumou-se como nunca fez naquele lugar, passou até maquiagem, vestiu um vestido rodado cor de rosa e deixou os cabelos soltos. Não, não havia se produzido toda naquela manhã com a intenção de impressionar Albert, ficou bela para si mesma, esteve muito desleixada com a própria aparência nos últimos dias. Olhou-se no espelho novamente. Se sentiu belíssima. Ele já deveria estar no escritório, pensou, faltavam cinco para as nove. Resolveria logo a questão daquela mulher estranha. Acabou esbarrando-se na governanta quando abriu a porta do corredor
— Como não? — Ela perguntou. — Não posso porque Astrid não tem digital cadastrada, ela utiliza uma senha de serviço liberada. — Pois remova a senha. — Ergueu o queixo desafiadoramente. — Não vejo sentido algum para isso, está evidente de que precisa de ajuda. — Sou eu quem decido isso Albert, sou mais do que perfeitamente capaz de cuidar e criar os meus sobrinhos! — Eu não discordo disso, mas, não significa que não precise de ajuda ou ficará sobrecarregada, tente criar duas crianças, estar à frente de uma mansão além de suas obrigações oficiais como esposa de um conde. — Isso tudo é uma grande fraude! — Berrou. — Não, não é! — Ele respondeu se colocando de pé — Podemos não ser marido e mulher com envolvimento romântico, mas ainda assim nos casaremos e você será a futura senhora desta casa, francamente seu tutor não tem lhe ensinado nada? — Pare de me pressionar, a única pessoa com quem posso dividir os meus sobrinhos é você! Lembre-se do porquê desse casamento est
Albert Larsen estava nervoso, não que algum dia fosse admitir. É a primeira vez que Sophie concordou em deixá-lo passar o dia sozinho com as crianças, mas ele estava confiante ao menos com seu sobrinho, já Eliza sim era difícil. Sempre que pensava estar avançando positivamente no relacionamento, a menina se retraia e o tratava com indiferença, parecia ser uma miniatura de Sophie Rodrigues! Tinha de ser criativo, ora, talvez dessa vez seja mais fácil já que estão se comportando bem nos últimos dias, de acordo com o tutor real que por cortesia de seu primo de segundo grau o grão-duque aceitou os educar.Sempre os elogiava com graça o que o fazia pensar que haviam herdado toda a inteligência do tio! isso o deixava orgulhoso. Já Sophie, o homem não dizia nada além da palavra "Intrigante" Ele nunca sabia discernir se era crítica ou elogio. O conde diminuiu a velocidade de seus passos ao ouvir a conversa indignada de Nicolas para com Sophie, parecia estar reclamando de Astrid! Como assim?
Casper ficou calado durante todo o trajeto. Estacionou em uma charmosa praça próxima a uma catedral gigantesca que mais se parecia um castelo com torres pontiagudas e azul celeste. Era fabuloso todo aquele verde contrastando com construção antiga de tijolos. Antes de descer do carro, o motorista entregou a Sophie o que parecia ser um sobretudo requintado. — Está frio lá fora, lorde Larsen ordenou que lhe desse para vestir. "Ordenou?" ela precisava se acostumar com isso. Era formidável a peça. Sophie podia não entender muito de tecidos e roupas, mas ficou apaixonada. Num tom cinza escuro com bordados vermelhos, nas costas havia pedrinhas cumpridas igualmente vermelhas, por dentro do que pra Sophie seria "casacão" também era vermelho e acolchoado. Ela agradeceu, pois, estava com o vestido rodado cor de rosa. Tão acostumada com o clima tropical brasileiro e o friozinho leve da cidade de São Paulo que esquecia o quão gelado é aquele município europeu e olha que ainda nem tinh
Larsen por mais decepcionado e triste, sabia como prosseguir, estava óbvio que teria de demitir Astrid seria um risco para seus filhos... quer dizer sobrinhos, permanecerem sob o convívio diário com ela. Mas, de algo podia ser grato a sua má ação, Eliza segurava a mão dele com força. Não tinha dúvidas de que agora conseguiria engatar uma boa relação com a sobrinha. Isso o alegrava, já que passariam o dia juntos tinha de fazer algo divertido para os cativar ainda mais. O que podia fazer? decidiu perguntar-lhes. — Cozinhar! — Pediu Eliza. Os olhos do conde brilharam. — Isso é chato vamos andar de bicicleta, tio Albert. — Sugeriu Nicolas. — Você nem sabe como se anda nisso. — E desde quando você cozinha, Eliza? — Tia Sosô me ensinou a fazer BOLO de chocolate e isso é relaxante... — Vamos fazer os dois! — Se antecipou Albert antes que aquela discussão pudesse virar uma tempestade. Ele não estava preparado para lidar com tempestades kids naquele momento. — Oba! — Falou o
Sophie estava com fome. Já havia passado a hora do almoço, tinha visto um Starbucks Coffe, na rua anterior, devia ser algum tipo de cafeteria ou lanchonete. Mas, antes, olharia rapidamente aquela loja na realidade tratava-se do mesmo espaço porém a entrada masculina ficava na rua de trás. Era elegante, com o mesmo cheiro, agradável, decorado em preto e dourado. Um jovem de smoking preto a abordou, perguntando se buscava algo especial para um homem especial. Sophie achou graça, levaria um presente para Albert comprado com o dinheiro dele. Após caminhar com o rapaz que falava inglês com certa dificuldade, avistou um belo cachecol verde combinaria com a cor dos olhos dele. Se ela tivesse entendido bem, só havia aquele modelo em toda a Europa e chegou há pouco, de Paris. — Sendo assim vou levar — Os olhos do jovem loiro se iluminaram devia ser mesmo uma peça muito cara. — Só há um problema! — Bradou uma voz masculina atrás de Sophie. Ela olhou para trás e francamente outro homem l
DOIS MESES ANTES: Sophie queria que não fosse verdade. Ela sempre teve uma imaginação sinistra, talvez o choque da tragédia, acontecida cerca de três semanas atrás agora estivesse lhe causando alucinação. Henrique certamente não a trairia, ainda mais num momento desse! Aos 13 anos conheceu um jovem no grupo de adolescentes da igreja que frequentava com sua irmã. Ele era divertido, 3 anos mais velho e tinha um senso de justiça e responsabilidade que fazia qualquer menina se apaixonar. Tornaram-se amigos, confidentes! no fundo ela sempre teve uma quedinha por ele. Henrique queria ser policial. Sophie era contra, mas, apoiava o sonho dele, assim como ele o dela de ser arquiteta. Seu pai costumava dizer que Sophie teria uma empresa e seria requisitada pois talento tem de sobra e olha que ainda não tinha ido à faculdade! Aos dezessete anos começaram a namorar, ele foi seu apoio quando Sabrina estava na Dinamarca e ela lidava com a reabilitação de seu pai.