Parte 91
Yelena
— Imagine se eu vou deixar que meu filho continue com esse pensamento ridículo - eu comentei com Romeu o que descobri sobre Alessandro.
— Realmente é muito ruim que ele tenha escondido algo do tipo, ainda mais que vocês sempre foram uma família muito unida.
Agradeço a empregada que me trouxe água e serviu mais uma taça de salada de frutas com sorvete para Romeu. Ela se afasta e eu fico olhando os pássaros em cima de um galho de árvore perto de nós. Parece tudo tão calmo e si que não está. Qu
Parte 92 Alessandro Eu não sou muito de falar sobre minha vida, ainda mais que eu não tenho intimidade com Romeu, mas de repente, isso pode até ser bom. A intenção dele é boa. Quer aliviar a preocupação de minha mãe comigo. Eu sabia que ela iria se preocupar. Um dos motivos que eu também não gosto de falar detalhes de minha vida, é que minha família fica preocupada. Mas eu decidi me abrir com Romeu. Acho que ele pode me dar uma visão de outro ponto. — Eu me recordo que na mesma semana que eu fiquei doente, eu entrei pelo fundo do antigo armazém abandonado, porque eu queria falar com meu pai e ele estava em uma reunião lá dentro - eu coço o olho, me recordando — Fiquei escondido nas sombras
Parte 93AlessandroEu achei que ficando aqui no meu quarto antigo, eu teria descanso. Mas não tive. Tanto minha mãe, como meus irmãos vinham falar comigo todo o tempo. Agora eles querem saber de cada detalhe, do que eu estou pensando, do que quero fazer com relação a Emma.E por falar em Emma, eu liguei para ela e não me atendeu, mas atendeu a Lívia e conversou com ela um pouco. A enfermeira está com ela no apartamento e Lívia também disse que ficaria com ela m pouco. Pra mim isso é péssimo. Estou com saudade dela, me sinto ansioso e angustiado. Agora quero logo começar os ex
Parte 94AlessandroEu estava mesmo precisando dormir. Depois de tanto trabalho e com o sumiço de Emma, eu dormia pouco. Aí a encontrei e continuei dormindo pouco. Com o medicamento para aliviar a dor no braço, peguei no sono depois que o Victor saiu do quarto e nem mesmo mudei de posição.Isso foi bom, acho que aliviou mais a pressão que sentia sobre meu problema e até começo a ver novas chances na frente. A questão agora é como eu vou fazer com que ela me dê a chance de explicar. Enzo estava de saída quando entrei na cozinha. Isabela parecia séria.— O que foi, que cara é? - perguntei para ela.
Parte 95AlessandroPassei quase uma hora conversando com o especialista que o Tales indicou. Ele já sabia que eu iria procurar para lhe pedir ajuda com meu caso e foi muito educado, me falando de forma bem séria e direta sobre o tipo de problema que eu tenho. Também reclamou que eu fui irresponsável, que deveria ter me cuidado mais e não ter deixado o tempo passar dessa forma. E disse que não iria me enrolar. Esse problema de epididimite é muito sério e em quase sua maioria acontece mesmo a infertilidade total do homem. Porém, ele também me deu um fio de esperança para me segurar. Disse q
Parte 96EmmaNós estamos sentados no sofá comas janelas grandes todas abertas. O barulho dos carros lá embaixo chega até aqui. Eu sinto que Alessandro está meio sem jeito e eu também, mas por motivos diferentes.Eu lembro dele me acusar de algo que eu sinto bem lá no fundo que não seria capaz de fazer. Por isso me aborreci e fiquei triste. Sem memória eu me sinto perdida. Nem mesmo posso ligar para meus pais, porque não me recordo qual foi o motivo que me trouxe para cá.E se eu não me dava bem com minha família? Tudo é possível. Eu não quero fazer algo qu
Parte 97Emma— Fica nessa posição - ele disse, tirando meus chinelos — Assim não vai incomodar seu quadril. Você já fez esforço demais por hoje.— É verdade - eu suspiro, a mente ligada nas imagens que vi no celular.— Será que eu posso ficar aqui também?Ele me ilha com uma cara de menino que quer um brinquedo. Não consegui deixar de rir e fiz que sim com a cabeça.— Tudo bem, deita aqui - bati no colchão.— Beleza! - ele sorri e tira os sapatos, deitando atrás de mim — Fica assim mesmo. Não vai forçar meu braço também.Ele deita e se ajeita, encostando o corpo ao meu e passa o braço por cima de minha cintura, apoiando.— Não vai cortar sua circulação, assim?— Não. Está bem apoiado.— Nossa… Nós dois estamos parecendo um pano velho.Ele deu uma gargalhada e me apertou mais. — Não é para tanto. Realmente, você ficou bem machucada - ele suspira perto de minha orelha — Mas graças a Deus o resgate foi rápido e a equipe médica que atendeu você, fez um excelente trabalho.— Ainda estou
Parte 98EmmaEu ouvi com atenção o que Alessandro me contou. Não achei nada legal o que ele fez comigo antes, escondendo essa parte da vida dele e foi péssimo que por um problema muito íntimo dele, tivesse jogado suas fraquezas, desconfianças e até medos em cima de mim, me condenando por algo que eu não fiz.Respirei fundo e apertei os lábios. Encostei na cabeceira da cama e fiquei pensando no que ele disse. Eu posso até sentir pena dessa confusão que ele mesmo criou, mas só que eu fui a maior vítima nisso.— Você já tem noção da confusão criada por você ter escondido isso de sua família?— Sim, tive tempo sozinho ontem para pensar bem - ele suspira e esfrega o rosto — E também tive uma boa conversa com Romeu - ele mexe a cabeça, coçando o pescoço — O namorado de minha mãe - ergue as sobrancelhas e ri — É possível isso? Minha mãe tem um namorado. Naquela idade.— Que bobagem, Alessandro. Não tem isso de idade para quem quer ser feliz e sua mãe tem direito também.— Eu sei que tem, nã
Parte 99AlessandroEnquanto dirijo pela avenida movimentada, Emma segura meu joelho. E eu gosto disso pra caramba. Depois dos sentimentos conflitantes que passei, é bom demais estar aqui com ela ao meu lado e tudo estar bem. Ou quase bem.— Emma, você se importa se eu também me consultar com sua psicóloga? - ela me olha — É que uma das coisas que me aconselharam, seria fazer uma terapia para destravar esses sentimentos que eu guardei por muito tempo.— Mas você vai entrar comigo?— Não. Seria particular - beijo sua mão e a coloco de volta em meu joelho.— Mas você vai falar sobre mim?— Talvez sim - balancei a cabeça — Depende de como a terapia vai seguir. Se for preciso, sim. Mas eu quero mesmo é focar nessa parte de minha vida, antes de você, que me fez travar com relação a ter um casamento, criar filhos…— Entendi… Por mim, tudo bem - ela sorri — Acho que a gente tem que fazer o que for preciso para corrigir essa confusão… Que nós dois criamos.Eu olhei para ela. Foi bom ouvir iss