Parte 95
Alessandro
Passei quase uma hora conversando com o especialista que o Tales indicou. Ele já sabia que eu iria procurar para lhe pedir ajuda com meu caso e foi muito educado, me falando de forma bem séria e direta sobre o tipo de problema que eu tenho.
Também reclamou que eu fui irresponsável, que deveria ter me cuidado mais e não ter deixado o tempo passar dessa forma. E disse que não iria me enrolar. Esse problema de epididimite é muito sério e em quase sua maioria acontece mesmo a infertilidade total do homem.
Porém, ele também me deu um fio de esperança para me segurar. Disse q
Parte 96EmmaNós estamos sentados no sofá comas janelas grandes todas abertas. O barulho dos carros lá embaixo chega até aqui. Eu sinto que Alessandro está meio sem jeito e eu também, mas por motivos diferentes.Eu lembro dele me acusar de algo que eu sinto bem lá no fundo que não seria capaz de fazer. Por isso me aborreci e fiquei triste. Sem memória eu me sinto perdida. Nem mesmo posso ligar para meus pais, porque não me recordo qual foi o motivo que me trouxe para cá.E se eu não me dava bem com minha família? Tudo é possível. Eu não quero fazer algo qu
Parte 97Emma— Fica nessa posição - ele disse, tirando meus chinelos — Assim não vai incomodar seu quadril. Você já fez esforço demais por hoje.— É verdade - eu suspiro, a mente ligada nas imagens que vi no celular.— Será que eu posso ficar aqui também?Ele me ilha com uma cara de menino que quer um brinquedo. Não consegui deixar de rir e fiz que sim com a cabeça.— Tudo bem, deita aqui - bati no colchão.— Beleza! - ele sorri e tira os sapatos, deitando atrás de mim — Fica assim mesmo. Não vai forçar meu braço também.Ele deita e se ajeita, encostando o corpo ao meu e passa o braço por cima de minha cintura, apoiando.— Não vai cortar sua circulação, assim?— Não. Está bem apoiado.— Nossa… Nós dois estamos parecendo um pano velho.Ele deu uma gargalhada e me apertou mais. — Não é para tanto. Realmente, você ficou bem machucada - ele suspira perto de minha orelha — Mas graças a Deus o resgate foi rápido e a equipe médica que atendeu você, fez um excelente trabalho.— Ainda estou
Parte 98EmmaEu ouvi com atenção o que Alessandro me contou. Não achei nada legal o que ele fez comigo antes, escondendo essa parte da vida dele e foi péssimo que por um problema muito íntimo dele, tivesse jogado suas fraquezas, desconfianças e até medos em cima de mim, me condenando por algo que eu não fiz.Respirei fundo e apertei os lábios. Encostei na cabeceira da cama e fiquei pensando no que ele disse. Eu posso até sentir pena dessa confusão que ele mesmo criou, mas só que eu fui a maior vítima nisso.— Você já tem noção da confusão criada por você ter escondido isso de sua família?— Sim, tive tempo sozinho ontem para pensar bem - ele suspira e esfrega o rosto — E também tive uma boa conversa com Romeu - ele mexe a cabeça, coçando o pescoço — O namorado de minha mãe - ergue as sobrancelhas e ri — É possível isso? Minha mãe tem um namorado. Naquela idade.— Que bobagem, Alessandro. Não tem isso de idade para quem quer ser feliz e sua mãe tem direito também.— Eu sei que tem, nã
Parte 99AlessandroEnquanto dirijo pela avenida movimentada, Emma segura meu joelho. E eu gosto disso pra caramba. Depois dos sentimentos conflitantes que passei, é bom demais estar aqui com ela ao meu lado e tudo estar bem. Ou quase bem.— Emma, você se importa se eu também me consultar com sua psicóloga? - ela me olha — É que uma das coisas que me aconselharam, seria fazer uma terapia para destravar esses sentimentos que eu guardei por muito tempo.— Mas você vai entrar comigo?— Não. Seria particular - beijo sua mão e a coloco de volta em meu joelho.— Mas você vai falar sobre mim?— Talvez sim - balancei a cabeça — Depende de como a terapia vai seguir. Se for preciso, sim. Mas eu quero mesmo é focar nessa parte de minha vida, antes de você, que me fez travar com relação a ter um casamento, criar filhos…— Entendi… Por mim, tudo bem - ela sorri — Acho que a gente tem que fazer o que for preciso para corrigir essa confusão… Que nós dois criamos.Eu olhei para ela. Foi bom ouvir iss
Parte 100VictorAssim que Bartolo chegou, mandei chamar também Manollo e Stênio. Quero todos aqui para uma conversa. Tenho que saber exatamente o que se passa agora e como ele soube disso.— Como você ficou sabendo disso, Bartolo?Manollo fechou a porta depois que ele entrou para ninguém nos atrapalhar.— Depois do ocorrido com Enzo e toda confusão que foi criada por aqueles aproveitadores que ficaram ao lado de Bianca, decidi fazer o mesmo jogo que eles - ele olha para Manollo — Nós colocamos alguns de nossos homens também, os que ficam por trás e ninguém conhece, no meio deles.— Eles ficaram de vigia para nós - Manollo senta no encosto de braço do sofá — Toda vez que surgia o nome da família, fosse em qualquer assunto, eles repassavam para a gente.— E o que rolou dessa vez? - enchi um copo com gelo e uísque — Por que diabos o nome de meu irmão rolou entre eles?— Não sei se você recorda de uma amante que Alessandro teve… Uma tal de Olga - ele gesticula.— Não… Alessandro pulava d
Parte 101Enzo— Aqueles filhos da puta não podiam ter soltado Antoanie. Nem agora e nem nunca - bati com força na mesa — Quero saber quem foi o responsável por liberar aquele bosta - olhei de cara feia para Manollo e os outros capangas que o acompanham agora — Quero os nomes dos policiais e do juiz também.— Dois deles eu sei bem quem são, senhor - um deles falou — Se o senhor mandar, vou agora mesmo pegar os dois.Manollo olha para o homem quem dá um passo atrás e abaixa a cabeça. — Vamos fazer isso, mas de uma forma pl
Parte 102EmmaEu estava observando o movimento dos carros passando na rua embaixo. Apesar do barulho das pessoas passando e dos carros que vez ou outra buzinavam, até que estava tranquilo. Alessandro vem para a varanda e se apoia na mureta de proteção.— Acho que você está curiosa - ele cruza as pernas e apoia as mãos na mureta — Eu estava falando com o Tales.— E o que ele disse para você se espantar daquele jeito?— Bem… - ele coça o cabelo como se estivesse ansioso — Tales me disse que talvez… Talvez, eu realment
Parte 103EnzoAinda com um pouco de tensão, bato na porta do quarto de Victor e ele abre.— Temos que falar - ele sai para o corredor e fecha a porta para que Lívia não nos ouça — Já temos a garota.— Você mandou que fizessem algo com ela?— Não, eu mesmo quero dar uma lição nessa tapada - fechei o semblante — Mas quero saber se você pretende fazer algo.Victor esfrega o queixo, pensando no que fazer. Depois ele coloca mão em meu ombro.