Parte 54
Alessandro
Olhei para Emma. Não tem nem meia hora de viagem e ela já pegou no sono. Desci um pouco o banco dela para que fique mais confortável e vou deixar que durma. É até bom que descanse. A viagem não tem muito o que ver. A estrada é bonita, mas é melhor que ela relaxe a mente.
Pego o celular e começo a digitar, mas mantendo a atenção na estrada. Aviso a Stênio que vou fazer uma parada mais à frente, em um ponto onde tem um pequeno restaurante e um posto de combustível, para que ela tome o remédio. Quero seguir tudo o que o médico recomendou.
Mais uns vinte minutos e vejo a placa que avisa a distância do restaurante e já ligo a seta para avisar que vou entrar na estrada lateral. Olho no retrovisor e o carro deles vem logo atrás do meu.
Parei o carro embaixo de uma árvore para aproveitar
Parte 55EmmaEu senti o balanço suave ao meu lado e abri os olhos, erguendo um pouco a cabeça, para ver onde estou. Não sei que lugar é este. Viro para o outro lado e sim, esse rosto eu reconheço.— Alessandro... – falei baixinho com a voz meio travada na garganta.— Chegamos, querida – ele desliga o carro e alisa minha perna — Estamos em casa – ele sorri para mim e eu gosto dessa sensação de acolhimento — Ou quase. Ainda temos que subir para o apartamento – ele aponta para o prédio alto em frente.Me ajeitei no banco devagar e mesmo assim, senti uma pontada na cabeça e levei a mão até a lateral, mas ele a segurou.— Não pressione o machucado, baby. Se sente mal?— Minha cabeça... Dói um pouco – apertei os olhos em dor.— Eu tentei vir o mais devagar possível na estrada – ele torce a boca em descontentamento — Sinto muito que esteja com dor, mas vamos entrar e poderá tomar o remédio e deitar mais.Olhei a rua ao lado. O prédio é antigo e clássico, muito bonito e fica na ponta da rua,
Parte 56AlessandroÉ muito chato ver alguém passando por uma dificuldade como está acontecendo com Emma agora. Ela até parece uma criança indefesa. E de certa forma, é isso mesmo, já que não tem recordação de nada e nem uma base para se segurar.Tudo o que ela sabe agora sou eu quem está lhe entregando e já disse que ela é sozinha aqui, que não tem parentes. Isso também deve ser bem assustador. Sair de um hospital ao lado de um desconhecido.O que não me agrada em nada ser desconhecido para ela. Mas, parece que o desastre está no meio de minha história com ela. Quando a conheci foi naquela noite maluca onde trocava tiros com os capangas de Bianca e na perseguição invadimos a lanchonete onde ela estava.Talvez essa seja uma marca nossa. Tem que ter um drama no meio, mas não gosto nada disso
Parte 57Alessandro— Fique deitada e nem tente sair da cama, está bem?Ela concordou com a cabeça. Depois do banho está mais relaxada e também percebi que está com sono. O médico disse que isso continuaria assim por mais alguns dias, até que ela começasse a firmar seu horário de novo e também porque os medicamentos a deixavam um pouco grogue.Deixei a porta aberta, mas apaguei a luz e deixei só um dos abajures aceso, para dar um pouco de claridade no ambiente, caso ela acorde. O tempo passou que eu nem percebi. A viagem foi mais demorada do que o normal porque fiquei com medo de causar algum dano para ela.Depois aqui em casa ainda ficamos nessa situação de recordar ou não e com o banho cuidadoso que lhe dei, as horas foram embora. Agora só falta preparar algo leve para que ela coma.Ainda bem que a despensa est&aacut
Parte 58EmmaQuando eu abri os olhos, alguns flashes pipocaram diante de mim e voltei a fechá-los, apertando a testa. Sinto um gosto ruim na boca, metálico. Abro os olhos de novo e vejo o teto em cima de mim. Já não é mais aquele teto branco sem graça do hospital. Esse tem detalhes que seguram meu olhar.Estou coberta até a cintura. Olho meus braços. Tenho machucados vermelhos de lado e arranhões. Ergo a mão. Minhas unhas estão curtas, foram cortadas e não têm esmalte. Eu não me lembro se antes tinham.Me mexi um pouco e senti minha coluna travada, pesada. Minhas pernas também. É estranho. Quando eu acordei no hospital não podia me mexer porque estava presa. Agora estou livre, mas sinto o corpo muito pesado.Respiro fundo. É um novo dia. Passo os olhos em volta e então o vejo. Alessandro. Aquele que diz ser meu noivo. Então, por que eu não me lembro dele? Me viro devagar para o lado para poder vê-lo melhor.Ele está dormindo todo esticado em cima de um sofá. Uma perna caída e a outra
Parte 59AlessandroAgora que vi minhas mensagens no celular. Só de minha mãe tem seis mensagens e duas delas brigando comigo por não ter respondido antes. Natural. Minha mãe quer ser atendida de imediato pelos filhos.Mandei que Stênio entrasse em contato com os profissionais indicados pelo médico em Cefalù. Quero que Emma inicie logo o tratamento. Quanto antes, melhor. Não quero ficar levando susto com ela caindo pelo apartamento.Fiz algumas ligações que precisava e talvez eu tenha que sair mais tarde. Não queria deixá-la sozinha. Talvez seja o caso de contratar uma enfermeira para ficar aqui com ela.— Está pensativo - ela diz mexendo o suco com o canudo — Está preocupado?— De certa forma, estou sim - peguei sua mão em cima da mesa — Eu vou ter que sair para resolver uma coisa do trabalho, Emma. Mas não quero deixar você aqui sozinha.— Eu fico quietinha - ela dá um pequeno sorriso.— Não confio nisso - fiz uma careta e ela riu — Tenho uma ideia, depois vejo.— E você faz o que,
Parte 60AlessandroAo entrar na cozinha, minha mãe já foi logo abraçando Emma, mas com cuidado. Segurou seu rosto e deu uma geral em seus machucados, fazendo um bico contrariada. Depois me encarou como se isso fosse culpa minha. Eu fiz uma cara de volta, questionando.— Ai, minha querida, você não deveria ter saído por aí dirigindo se nem mesmo sabia como - minha mãe une as mãos e balança na frente de Emma — Você já imaginou se por acaso você tivesse morrido? Não deveria dirigir, Emma. Você nem mesmo tem carteira.— Eu não tenho? - ela me olh
Parte 61Stênio— Thaís, eu nem deveria estar ligando para você, mas no entanto, estou tentando explicar e você não me deixa.— Tudo bem, Stênio, não tem que me falar nada. Eu não sou boba - ela suspira fundo do outro lado, aborrecida — Eu entendi, foi uma coisa louca, momentânea, devido a situação.— Não foi bem assim. Eu apenas…— Você tem suas amantes com certeza - ela falou de modo irritado — Eu não seria nada mais do que isso. Agora que a Emma já voltou para casa, pode
Parte 62Victor— Ok, baby - eu pego a bolsa de minha esposa e penduro no cabide ao lado da porta — Vai ser assim hoje… - tiro a jaqueta por cima da camisa — Sexo maduro, sem pressa… Talvez só um pouco de pressa no começo - ela ri e cruza os braços — Vamos aproveitar que todo mundo está ocupado com algo e temos nosso tempo livre, só para a gente, só nós dois.— Eu sei, amore, mas…— E nada de dormir depois da primeira vez, nem pensar em assistir tevê - tiro os sapatos e jogo de lado — Hoje eu quero curtir minha esposa. Depois de tanta coisa que nos ac