Parte 136Alessandro— Tales, primeiro cuide dela - eu entrei com Emma nos braços.— Coloque-a aqui - ele empurra a maca para o meu lado — Você entre nessa salinha - ele faz um gesto com a cabeça para os dois médicos que o acompanham — Eles vão cuidar bem dela - ele aperta o braço dela — Pode ficar tranquila, querida, são ótimos profissionais. É só a cara que é feia.Emma eu uma risadinha e me olhou. Fiz um gesto para ela entender que estava tudo bem e ela deitou.— Agora vamos ver esse seu braço. Desse jeito você vai acabar perdendo os movimentos, rapaz - ele reclamou.— Eu não me importo, se for para defender quem eu amo - respondi apertando os lábios — Aquele lixo nunca mais vai importunar minha família.— Eu entendo, mas como médico e amigo, não acho que vá curar esse braço totalmente, se não der um tempo, Alessandro.— Tales, não me enche agora, por favor - sentei na maca e ele me ajudou a tirar a camisa — Você não acha que eu ficaria parado, enquanto aquele porco pegava minha mu
Parte 137Victor— Posso saber se tudo foi resolvido de vez? - minha mãe abre a porta da sala de tevê quando passamos pelo corredor — E onde está Emma?— Que susto, mama - eu coloco a mão no peito — Estamos cansados, cheios de estresse e adrenalina e a senhora abre a porta desse jeito? Quer me causar um ataque cardíaco?— Não seja tonto - ela sai pelo corredor — Eu estou esperando esse tempo todo por vocês. Onde ela está?— Alessandro vem aí atrás com ela.— Graças a Deus! - ela ergue as mãos para cima e faz o sinal da cruz.Enzo entra e fala com ela rapidamente e vai em direção à escada. Eu fico ainda para esperar Alessandro. Emma vem atrás, nos braços de Stênio.— Ai, meu Deus... O que foi agora? Por que ela não pode andar?— Eu posso andar, dona Yelena - ela responde — Seu filho que não me deixa. E eu vou ficar bem melhor depois que dormir. O remédio que o amigo do Tales me deu já está começando a fazer efeito.— Amigo do Tales? E o que houve com seu braço, meu filho? - ela pergunt
Parte 138Emma Eu senti um toque leve em meu rosto. Abri os olhos devagar e fiquei aliviada e feliz de ver que estou em casa, com Alessandro. Fiquei pensando nos momentos de pressão e medo que passei ao lado daquele homem.E pensar que Alessandro convive com esse tipo de gente diariamente, é até estranho para mim, pensar nisso e entender. Mas, eu acho que deve ser quase que o mesmo que acontece nos morros e periferias lá do Brasil.Também temos máfia por lá, mas pouco se fala nesse termo. Mas as gangues e os grupos que têm por lá, podem ser considerados como uma máfia. E isso é assustador. São pessoas capazes de tudo. Alessandro disse que essa é a natureza dele, que nasceu nesse meio e que gosta do que faz.Isabela e Lívia são casadas com os irmãos dele. Também são mafiosos. E as duas me parecem felizes com seus maridos. Eu posso ser feliz com Alessandro também. Mas preciso de alguns conselhos antes.— Eu te acordei - ele está pertinho de mim — Mas é que eu acordei com um barulho lá
Parte 139AlessandroTrês dias depois...É muito bom poder tirar um descanso depois de todo o estresse e agitação pela qual nós passamos. Meus irmãos e eu já estamos acostumados a lidar com isso, mas para Emma, essa foi a primeira vez que ela sentiu mesmo na pele o que a insanidade de uma pessoa é capaz de fazer.No dia seguinte ao ocorrido, nós acordamos tarde, era quase meio - dia. Minha mãe proibiu qualquer funcionário de fazer o menor barulho que fosse, para deixar que nós tivéssemos nosso tempo de descanso. Cada um foi acordando dentro do que seu organismo queria. O primeiro foi Victor, que logo foi saber como estava a repercussão do que fizemos no bairro e como sempre, os jornais e matérias sobre isso jogavam a culpa em brigas comuns de gangues, sem nem falar sobre máfia ou vingança.Os políticos em nossa ficha de pagamento apenas comentaram por alto, para não dar a entender que eles não se preocupavam com a segurança do povo, mas tudo armação, apenas para manter a fachada de q
Parte 140Emma — Por que vocês não me contaram sobre Emma estar grávida? - Yelena me pegou pelo braço — Você e meu filho parece que gostam de viver em uma montanha russa, não é mesmo? - eu fiquei com vergonha — Pode ter filho, não pode ter filho... Aí pode de novo - ela gesticulou de modo exagerado — Não seria mais fácil que seguissem o caminho?— Que caminho, mama? - Alessandro me puxa para o outro lado e senta, me colocando em seu colo.— O certo, como todo mundo faz, meu filho - ela senta na poltrona — Namoro, noivado, casamento e depois, filho - ela abre as mãos — Essa relação de vocês é meio fora do normal.— Mama! - Alessandro abre mais os olhos e faz uma careta — Tales, você também tem a boca grande.— Eu não tenho culpa - ele levantou as mãos — Não tem como fugir de sua mãe quando ela está decidida a saber de algo. E eu pensei que você já tinha contado, afinal, já se passaram alguns dias.Eu olhei para Alessandro e ergui as sobrancelhas.— Agora já foi - eu dei de ombro — Eu
Parte 141LíviaEu estava justamente relendo a minha lista para ter ideia do que eu ainda preciso fazer antes da mudança. Não quero deixar algo pendente, porque pelo menos uns seis meses, nós vamos ficar longe e não quero incomodar ninguém da família pedindo que resolva algo que esquecemos.Eu já tinha feito o pagamento do depósito onde deixei minhas coisas antes de me casar. O proprietário já tinha os nomes das duas possíveis pessoas que iriam retirar o que eu tinha deixado lá. Um primo e meu pai iriam até o depósito.Os poucos móveis e coisas pequenas que eu não trouxe comigo, mandei que fossem doados. Meu pai iria decidir quem ficaria com o quê. Morando aqui ou na nova casa na Toscana, de qualquer forma não me serviriam mais.E foi quando Victor entrou, com uma cara meio diferente. Já o conheço um pouco e sei reconhecer às vezes, quando ele tem algo que o está incomodando. Só espero que não seja mais um problema relacionado com a organização.— O que você tem, Victor ? Está com uma
Parte 142LíviaEu nem tenho como continuar aborrecida com um homem desse. Com essa boca, com essas mãos. Victor não bate em meus sentidos com suas carícias, ele espanca, me deixa mole. E foi assim desde a primeira vez em que ficamos juntos. Ele tirou minha roupa toda, amarrou meus pulsos com um lenço meu de cabelo, que estava em cima da cadeira e levantou minhas mãos até a cabeceira da cama. Só nesse início eu já sinto meu corpo estremecer e minha respiração fica mais rápida.Ele vem para cima de mim e me beija, brinca com meus seios e sua mão desce entre minhas coxas, seus dedos buscando minha intimidade e se enfiando em meu calor. Eu gemi e mordi o lábio.Fechei os olhos, o beijo continua. Rebolo o quadril contra sua mão querendo mais. Ele dá pequenos gemidos, o que me deixa fora de mim. Como pode um homem ser tão sexy assim?Victor consegue me tirar do pensamento sério, me desligo do que está em volta e só presto atenção a ele. Morde meu lábio e puxa esticando. Eu gemo e ergo o c
Parte 143EmmaEu estou no meio de um problema. Quase um problema, é mais uma contradição. Victor e Alessandro começaram a buscar informações sobre minha família no Brasil e entraram em contato com pessoas de seu conhecimento que trabalham com documentação de cartórios e prefeituras e estão aguardando resposta deles sobre as pesquisas no Brasil.Enzo colocou um de seus homens para fazer uma pesquisa online, com base nos meus documentos. Até agora nenhuma novidade.Minha contradição é que ao mesmo tempo que eu