O dia marcado para o casamento dos jovens Alberto e Yeni chegou, é um domingo, pelo que Clara Isabel e José Luís não têm de faltar a um dia de trabalho na empresa. Na sala de estar da casa de Alberto está tudo muito arrumado e decorado com ornamentos alusivos ao casamento de um milionário, os familiares já começaram a marcar presença e os noivos ainda não saíram porque estão a preparar-se para o dia mais esperado das suas vidas.Clara Isabel está muito feliz por ver a sua melhor amiga vestida de branco e pronta para dar um passo importante na sua vida e tornar-se esposa do jovem e talentoso Alberto, uma pessoa muito diferente do seu marido José Luís.-Estás espetacular, querida. -José Luís sussurrou-lhe ao ouvido quando já estavam sentados no meio da cerimónia.Mas Clara Isabel nem sequer olhou para ele ou agradeceu o elogio, e foi aí que José Luis percebeu que, para o bem dela e do bebé que estava a caminho, teria de tomar uma decisão difícil.Durante a receção e a festa sentiram-se
Vai-te embora com essa mulher e sê feliz com ela, José Luis. -Porque tu nunca poderás ser feliz comigo.E tudo por causa desse ódio maldito que tens por mim! -Ela está muito perturbada e magoada porque o amor da sua vida vai viver com outra mulher, uma mulher que ela considera muito bonita e elegante, nada parecida com a sua aparência.-Calma, sim, e quando estiveres pronta para falar e esclarecer qualquer mal-entendido, telefona-me. -O homem sublinhou e pegou na mala para sair de casa com toda a dor na alma.Nessa noite, Clara Isabel chorou com todas as forças da sua alma, precisava de o fazer para desabafar e assim tentar acalmar a imensa dor que sentia no seu coração. Pega na almofada do marido e abraça-a como se o estivesse a abraçar a ele, só assim consegue adormecer por umas horas, pois muito em breve seria hora de se levantar e ir para a empresa.Ela está decidida a terminar o estágio, custe o que custar, para que, quando o seu bebé nascer e ela se separar de José Luís, tenha u
Alberto tenta acalmar a fúria da mulher: "Querida, não fiques chateada comigo, eu fico muito triste quando me fazes isto e apetece-me ir a correr atrás de ti e gritar no meio de tanta gente para parares porque te amo de todo o coração.Mas não o faço porque sei que vai ser muito pior quando estivermos sozinhos, porque vais descarregar em mim com muita força. - comentou-lhe Alberto, em tom de brincadeira, quando regressou ao hotel e a encontrou deitada na cama a ver um programa na televisão.-Ha ha ha, que ironia. Conheces-me bem, verdade cínica, e mesmo assim não foste capaz de me dar a merda de um artefacto de barro que há muito tempo sonhava ter, mas como nunca tinha vindo cá não o tinha comprado.Prometo que noutra altura o comprarei para ti, meu amor, mas de momento não é possível porque estamos em lua de mel e ainda faltam alguns dias, achas que o hotel te vai deixar ficar com ele aqui? Além disso, já estás a carregar muitas coisas "ditas" para o teu amigo e para o nosso sobrinho
Na fábrica de óleo de palma em África...Devido ao trabalho árduo que teve hoje, Clara Isabel sente-se muito cansada, tanto física como mentalmente.- Agora já percebo porque é que às vezes o José Luís adormece logo que chega a casa e deixa o nosso filho sozinho a brincar, ser patrão é de morte. comenta para si própria.Às 4:30 da tarde, José Luis envia-lhe uma mensagem de texto a dizer-lhe para ir para casa descansar, ele sabe que estar sentado o dia todo é muito cansativo, e ainda mais para ela que está grávida do seu filho.Nem baixinha nem preguiçosa, desligou o computador e pegou nas suas coisas para ir para casa e acariciar o pequeno Toni.- Tu aproveitas o teu amante José Luís, eu vou aproveitar a melhor companhia que pode existir no mundo, o meu filho.Clara Isabel está a seguir à risca as instruções que o seu médico lhe deu relativamente às vitaminas pré-natais e ao exercício suave que terá de fazer.A senhora que toma conta do filho durante o dia vai sempre e apoia-a muito p
Clara Isabel está aterrorizada e o seu coração parece que lhe vai rebentar no peito.-Deixa-me, seu idiota atrevido! -Levantou-se com tanto medo que até teve forças para dar um pontapé feroz no homem, sem ver quem era.-Ai, isso dói! queixou-se o homem, passando a mão pelas calças e pegando na pila. - Foda-se! Bateste-me com tanta força que acho que nunca mais vamos ter filhos. -disse o homem enquanto gemia, curvado de dor.-José Luís? perguntou a rapariga espantada, e num momento quis pedir-lhe desculpa quando o viu com a cara pálida, mas depois lembrou-se que estava chateada com ele e começou a rir-se alto.-Amor, não acredito que te rias da minha desgraça. O marido queixou-se-lhe.-Pensas que não tive medo, José Luís, por favor, não voltes a fazer isso com uma mulher grávida. -A rapariga recusou, mas agora chorava por causa do susto que tinha levado.Perdoa-me, minha vida, não era minha intenção assustar-te. -Só te quis consolar porque te vi a chorar, mas se soubesse que te ias des
Algures no mundo...Essa noite foi a mais longa e horrível que a jovem Yeni viveu na sua curta vida. Nem conseguia dormir a pensar que, a qualquer momento, o seu marido Alberto acordaria e a magoaria enquanto ela dormia, sem que ela pudesse sequer defender-se.Mas o que a deixou muito surpreendida e ao mesmo tempo confusa foi o facto de, no dia seguinte, Alberto ter voltado a ser o mesmo, carinhoso e terno de sempre. Mas desde a noite anterior, ela já não é a mesma e talvez nunca mais volte a ser a mesma por causa da desconfiança que ele agora gera nela.Pareces muito estranha, pequenina, passa-se alguma coisa? -perguntou o jovem Alberto, porque ela não reagia da mesma forma que antes quando ele a beijava.-Eh... não. Não, não se passa nada. -respondeu ela, franzindo o sobrolho.-Se estiveres aborrecida, diz-me e eu levo-te a um sítio que sei que vais adorar e pedes-me para voltar. -Ele se gabou.-Não precisamos de ficar aqui mais tempo, Alberto, por favor, vamos voltar para a nossa c
Yeni fica gelada com a confissão do marido, embora na sua mente esteja sempre a repetir que se trata de uma maldita piada.-Meu Deus, Alberto, como é que podes dizer isso? -diz a rapariga indignada.-Foi assim que aconteceu, meu amor. Obrigaram-me a pegar na arma que tinham e exigiram-me que disparasse, eu disse-lhes que não, que nunca na minha vida mataria a minha própria carne e sangue.Depois feriram-me o abdómen com uma faca e eu caí no chão a esvair-me em sangue.-Então, a cicatriz que tem foi causada por esse incidente e não por uma queda, como me disse?Exatamente, e foi por isso que quando me perguntaste, da primeira vez que me viste nua, como é que eu a tinha feito, eu beijei-te e menti-te quando te disse que tinha caído porque estava a fazer uma corrida clandestina com a minha mota.-Agora compreendo, mas... é melhor continuares a contar-me e desabafares o quanto quiseres agora.-Obrigado, meu amor. Bem, continuando a história, como eu não queria matá-lo, deram a mesma arma
Clara Isabel está dividida entre contar ou não ao marido que já sabe da relação dele com aquela mulher e da suposta filha que está a caminho. Quer fazê-lo, mas não sabe como contar-lhe sem que ele tente negar tudo e a acuse de imaginar coisas que nem sequer estão perto de ser verdade. Apesar de estar muito triste, adora ouvir as gargalhadas que o pequeno Tony dá quando está a brincar com o pai e, no fundo do seu coração, dói-lhe a ideia de que um dia, em breve, terá de os separar para irem para longe daqui começar uma nova vida onde José Luís já não fará parte.Um pouco mais tarde, Clara Isabel sai e senta-se num sofá para apreciar a felicidade do filho, José Luís olha para ela com um olhar cheio de desejo pela mulher, mas ela apenas lhe lança um meio olhar e depois ignora-o, todo o seu amor por ele morre ali, fazendo o coração do milionário partir-se em pedaços.José Luís pede à ama que leve o seu filho para o quintal, com a promessa de que chegará mais tarde para continuar a brinca