JC
JC chega na comunidade, e logo é barrado pelo vapor do morro La Roja.
— Satisfação, eu sou MK, gostaria de conversar com o dono do morro. — JC fala com um dos vapores, por ele ser amigo do PJ, preferiu trocar o nome, para que seu disfarce fosse mais seguro.
— Se é loco rapa, acha que é fácil assim falar com o chefe? — Responde um deles com o fuzil apontando para JC.
— Sou do comando, apenas procurando um refúgio. — JC fala levantando a mão em respeito, e mostrando que não pretendia fazer mal a eles.
— De onde você é? — JC segue o som da voz e se depara com quem estava procurando, o chefe do morro, ele havia visto uma vez no morro Esperança, mas de longe.
— Satisfação Tenebroso, sou MK, do morro Esperança, Brasil, posso ter um papo contigo?
— Te dou um minuto, porque tô de bom humor, — ele olha para o cara que estava com o fuzil apontado para mim e fala — Sinistro, revista ele e leva para minha sala.
Sinistro é o braço direito do Tenebroso, ele leva JC para a boca principal, e após ser revistado JC entra na sala do Tenebroso.
— Solta a fita. — Tenebroso fala assim que me vê.
— Eu provoquei quem não devia e tô jurado de morte, vim pedir um refúgio.
— Vou investigar o que tá me falando, se for mentira e estiver aqui para espionar, eu te mato, mas por hora Sinistro será sua sombra, se eu gostar e confiar em você, te deixo ficar. Mas fala aí, de quem tá fugindo?
— Do PJ, dono do morro Esperança. — "Que os jogos comecem, como diz o ditado, o inimigo do meu inimigo, é meu amigo" — pensa JC, com a esperança, de que essa pequena jogada dê certo. Tenebroso coça a barba e diz:
— Interessante, e o que fez para ele?
— Tentei dar um trato na patroa, e ele não gostou muito. — Todos na facção, já sabem o quanto PJ está apaixonado pela morena, e com toda certeza, se chegar perto dela, estará morto também.
— Fiquei sabendo mesmo que o bandido foi laçado, mas sabe que somos aliados, não sabe? — Sinistro não fica por baixo e j**a com JC, que finge espanto ao "saber" que são aliados.
— Não sabia, mas de boa, já estou saindo do seu morro, só não fala que eu estou aqui. — JC se levanta, e vai para a porta, com a esperança de Tenebroso pensar e decidir que ele fique.
— Quanto tu sabe das coisas do morro? — Nesse momento JC sabia que estava dentro, agora ele deverias dar informações falsas, misturadas com verdadeiras, mas sem expor muito o morro ou seus irmãos, o jogo é arriscado, mas ele está determinado a terminar logo com essa missão, para poder voltar, quanto antes para Maju.
— O que tu quer saber? — JC volta a encarar Tenebroso, mas com um sorriso de lado.
— Como são os esquemas com os fornecedores?
— Eu cuidava mais dos vapores nas bocas mais distantes, mas sei que chega caminhão duas vezes por semana, mas nunca estive na equipe de conferência do produto.
— Vai me entregar os segredos de PJ?
— Depende, vai me dar proteção?
— Fechado, vamos ter um baile hoje e daqui a uns dias farei uma provinha, cola na quadra leste, depois os meninos te dão o dia e hora certinho. — Tenebroso vai até Sinistro, e fala — Separa a casa dezessete para o MK, mostra onde vai ser o baile, ele está convidado para o camarote. Agora vazem daqui.
— Fechado chefe. — Assim Tenebroso fecha a porta, Sinistro o encara de cima embaixo, "esse cara vai ser um problema" — Pensa JC, seguindo Sinistro em silêncio, quando chegam na casa ele diz
— Aqui as chaves, lá será o baile — Diz apontando para uma área mais alta do morro
— Valeu cara.
— Não se sinta vitorioso, e nem em casa, estou de olho em você, e o primeiro tropeço eu te encho de bala.
— Tenta a sorte — JC dá um sorriso de lado e uma piscada, vira as costas, entra na casa, como se não tivesse sido ameaçado, mas ele sabia que tinha que se mostrar forte, pois só assim ele conseguiria as informações que precisava.
Ao entrar, passa os olhos pela pequena casa, mais simples que a sua do morro Esperança, a cozinha é a sala também, o quarto é pequeno, com uma cama de casal e um guarda-roupa pequeno, ele senta cansado na cama, passa a mão no rosto e pensa, " Maju, me perdoa por não estar aí, prometo que vou fazer tudo o mais rápido possível, para voltar para você".
...
Os dias foram passando, JC foi se enturmando, e passou com vantagem nos desafios que Tenebroso deu para que se tornasse membro do morro, no qual JC se tornou gerente e estava cada vez mais próximo de Tenebroso. JC acabou se tornando rival do Sinistro, que sempre estava com um pé atrás, quando se falava de MK/JC.
…
Alguns meses depois…
Toda semana JC entrava em contato com PJ ou Magrin, contava tudo sobre o morro, e como separavam as mercadorias e tal, em uma das conversas PJ falou que Gabi estava grávida, JC ficou feliz pelo amigo, mas logo pensou em Maju, e sem perceber perguntou dela.
— PJ, como está a Maju?
— Maju? Está bem, mas porque tu quer saber?
— Nada não — respondeu JC, ainda sem graça.
— Tu tava de rolo com a Maju, filho da puta? — PJ falou em tom de deboche.
— Vai se foder. — JC tenta desconversar.
— Sério cara, desencana, Maju está de boa, fica com uns carinhas da faculdade, nada de mais, Gabi disse que ela está na sua fase rebelde. — PJ fica em silêncio por um tempo, como ele vê que JC não responde, ele continua. — De verdade mano, foca na missão, assim volta mais rápido para casa, preciso desligar, falo mano, se cuida.
JC desliga e vai para o banheiro, toma um banho, se arruma e vai pro baile, mas hoje será diferente, hoje ele desconta toda a sua mágoa e raiva, por saber que Maju está seguindo sua vida sem ele.
MAJU Por mais que Maju estivesse aproveitando a vida, saindo mais do que o costume, fingindo está sempre feliz, Gabi sabia que algo estava errado, algo tinha acontecido com a sua irmã. — Amor, o que está acontecendo? Você não é assim! — Gabi diz séria, mas com tom de carinho. — O quê? Não tem nada acontecendo. — Maju dá uma de desentendida. — Dá para ver de longe que está sofrendo, você não me engana. — Gabi insiste. — Maju se rende e fala seca. — Eu, eu acho que fui enganada Gabi. — Diz Maju sem emoção nenhuma em sua voz ou olhos. — Mas antes que eu possa responder à enxurrada de perguntas, tem notícias do JC? — Humm, não, mas posso tentar descobrir algo com o PJ. — Maju nega com a cabeça, não quer trazer problemas para a irmã. — Deixa pra lá. Já escolhi, eu quero pizza de lombo com ricota. — Maju desconversa com o sabor da pizza, mas Gabi não é boba, sabe o que sua irmã está tentando fazer, mas o que Maju não sabe, é o quanto Gabi está empenhada em descobrir, o que deixou sua
JCEnquanto JC se arrumava para o baile, ele não conseguia deixar de pensar em Maju, em específico no dia que se conheceram,"... – Que se qué Jenne? – Perguntei para Jenne, mas olhando a delícia da amiga dela.– PJ tá me esperando.– Já é, vou avisar ele. – Pego o rádio, me afasto um pouco, sem tirar os olhos daquela mulher da cor do pecado.– Porra que gatinho amiga – Escuto ela cochichar para a Jenne, e tive que conter o sorriso de satisfação.– Mas não vale um real. – Jenne diz sorrindo, me encarando, pois sabe que ouvi, as duas ainda estavam rindo quando me aproximei.– Ele pediu pra entrar. – Falei secando a Maju, que ficou toda tímida.Nesse dia, ao mesmo tempo, em que ela tinha um olhar curioso, ela também sentia medo, e eu gamei a primeira vista, eu vi a força e garra dela, o que me fez admirá-la, sem contar que ela é gostosa pra caralho." — JC ficou divagando por um tempo, flashes do tempo que passou com a Maju, dos olhares que trocavam no meio de todos, e ninguém percebia,
MajuCansada de chorar, Maju decide levantar a cabeça e seguir em frente, sem olhar para trás.Decidida, vai para o banheiro, toma um banho quente, hidrata seus cabelos e corpo, quando está prestes a sair, sua tia Nina liga e avisa que Bernardo sofreu um acidente de carro, Maju fica desesperada e corre para o hospital.Ela ama seus irmãos e saber que um deles está no hospital, a deixa com o coração apertado de preocupação, quando Gabi vivia nos hospitais devido ao escroto do Luiz, Maju sofria tanto quanto a irmã, ela é a caçula dos três, mas a mais sensível em todos os sentidos, e sempre puxa tudo para si, seja dor ou proteção. Maju é uma leoa, e se for para proteger alguém que ama, ela não mede esforço.Quando está chegando no hospital, ela decide ligar para a Gabi, tendo certeza que se ninguém a avisar, ela vai ficar doida de raiva.— Oi Maju, aconteceu alguma coisa? — Gabi atende, no segundo toque.— Sim, o Bê sofreu um acidente de carro. — Maju não tem filtros, então já vai faland
MAJUDepois que Maju falou com o Luiz, ele se manteve escondido, ainda tramando contra o relacionamento de Gabi e PJ, mas não de perto como no hospital. Maju se mantém alerta a irmã, e sua gestação, pois é de alto risco.Bernardo já teve alta do hospital, está trabalhando de casa, mesmo com a família brigando com ele, pois ele precisa de repouso, mas ele está querendo livrar sua irmã Gabi do laço que ela ainda mantém com o Luiz, o casamento, Bernardo está correndo atrás do divórcio, mas Luiz se esquiva todas às vezes, o que está deixando-o louco.Maju está passando mais tempo no morro, para ajudar sua irmã, devido à gestação de risco que a mesma possuí, dói muito para ela estar no morro, pois lembra muito o JC, mas ela precisa seguir em frente, e querendo ou não, JC pode voltar a qualquer momento, e lá é a casa dele, pelo menos era. Gabi decidiu morar na casa do PJ, então Maju e Jenny estão ajudando ela com a mudança, é um momento onde Maju consegue se desligar da dor e sorrir com a i
** Neste capítulo, terá uma cena que pode trazer gatilhos, caso seja seu caso, peço que pule o capítulo.JCJC sai disparado atrás do vapor que ouviu sua conversa, "a quanto tempo ele estava à espreita? O quanto ele ouviu? Quem mandou ele vigiar?" — JC se perguntava enquanto corria desesperado atrás do vapor, depois de alguns minutos conseguiu alcançá-lo, um pouco antes de entrar na mata, mas JC aproveitou o lugar, para tirar informações.Assim que JC pulou em cima do vapor, os dois rolaram no chão, o vapor tentava escapar, para que pudesse fugir de novo, mas JC o prendeu em uma chave de braços, quando o Vapor estava quase sem respirar, JC soltou o vapor e disse.— Solta a fita, quem mandou você me vigiar?— Não posso contar, minha família vai correr riscos.— Sua família corre risco desde que você decidiu entrar no crime vacilão, agora desembucha. — Ele nega com a cabeça, JC não queria bater ou matar ele, por ele ser apenas um menino, mas precisava, não podia deixar pontas soltas, su
** Neste capítulo, terá uma cena que pode trazer gatilhos, caso seja seu caso, peço que pule o capítulo.**MAJUQuando Maju olha para o lado, nem acredita, sem pensar duas vezes pula no colo do seu amigo, Tomás é o filho mais novo adotivo do Pitty, melhor amigo da sua mãe Janaina, Tomás é apenas dois anos mais velho que Maju, mais ele tem QI altíssimo, devido a isso já finalizou sua faculdade e tem uma empresa em segurança e tecnologia com um amigo.Quando eram adolescentes, sempre que Tomás passava as férias no Brasil, esse era o lugar que eles consideravam como refúgio.— Quando chegou?— Ontem à noite, assim que soube da Gabi, imaginei que estaria precisando de mim!— Por que não a Gabi?— Porque sei que todos estão dando uma força para ela — Maju não diz nada, só o abraça forte, eles sempre tiveram essa ligação, às vezes eles brincavam que eram mais irmãos que os próprios irmãos.— Ei boneca, não chore — Ele diz enxugando o rosto de sua amiga. — Já falei para se consultar com um p
JCApós algumas horas desmaiado, JC abre os olhos com um pouco de dificuldade, pois a luz forte do quarto onde ele está o incomoda, aos poucos ele se lembra do que aconteceu na noite passada, ele não tem certeza se Tenebroso conseguiu reconhecer o PH, torce para que não, sua garganta está seca, então ele tenta se levantar quando escuta uma voz grossa.– Melhor não se mover garoto. – Só então JC percebe que não está sozinho no quarto do hospital.– Tenebroso, você está bem? – JC pergunta.– Sim, graças a você! Sabe me dizer porque tinha homens meus tentando me matar?– Eu não sei dizer – JC mente.– Os homens que invadiram meu morro, você os conhece?– Não.– Mentiroso. Por que cobriu o rosto? E eu também nunca vi um inimigo salvar seu oponente."Droga PH, o que respondo agora?" – Pensou JC olhando para Tenebroso sem saber o que dizer.– Qual seu grau de confiança em mim neste momento? – JC pergunta a Tenebroso.– Cinquenta por cento, porque salvou minha vida duas vezes, mas, por outro
PH vai embora, e logo o médico entra, ele diz que JC rompeu o ligamento do ombro esquerdo, e que por isso ele terá que fazer uma cirurgia, ele precisará ficar no hospital por pelo menos, mais dois dias....No dia da alta JC estava pensando em tudo que aconteceu até agora, Tenebroso não foi mais vê-lo, mas deixou dois soldados na porta, para protegê-lo. Seus pensamentos sempre acabavam em Maju, então em um momento de desespero, de saudades, e loucura ele decide ligar para sua amada, "ela deve estar sofrendo, com a perda do sobrinho, sei o quanto ela é apegada a família!" – Pensou ele antes de tomar coragem e ligar para ela.— Alô, Alô, se não quer falar por que ligou? — Só de ouvir a voz de Maju o coração dele se aquece, ao mesmo tempo que vira uma bateria de escola de samba. — É você? Por que foi embora sem nem ao menos falar comigo? Eu te odeio, te odeio com todas as minhas forças. Eu precisava de você, sabia? Eu preciso de você! — JC escuta cada palavra que Maju diz, e em cada pala