MagrinNão consigo dormir direito, minha cama parece vazia sem ela. Não me orgulho do que fiz hoje, mas ela tem que entender que aqui é bandido, não é qualquer um. Eu precisava me vingar por ela, e também preciso saber quem está trabalhando com ela, para ferrar comigo e com minha deusa.— Minha deusa, como será que ela está? Será que estão judiando dela, se eu descobrir um troço desse, sou capaz de colocar o hospital no chão. — Acabo pegando no sono, lembrando dos momentos maravilhosos que tivemos juntos.Logo pela manhã saio de casa antes que minha mãe perceba, pois não estou afim dela me tratando como bebê hoje, amo minha mãe, mas esse jeito protetor dela que amo, não combina com minha marra de bandido, e hoje tenho duas mortes pra conta.MilaAqui as horas não passam, o tempo parece congelar, sinto falta de todos eles, principalmente do meu amor.— No que está pensando? — pergunta a Sarah, minha nova amiga, ela não é louca, mas se fez de louca para reduzir sua pena por matar o espo
MagrinQuando chego no quartinho vou primeiro na Katty, preciso saber quem está por trás disso.— Traz a mandada pra mim. — O vapor foi e volta branco. — Por que está com essa cara?— Chefe, ela não está na sala.— Como assim ela não está na porra do lugar que mandei deixar?— Eu entrei às 6 da manhã.— Quem estava antes?— O Paçoca. — Assim que ele fala o nome vou pra casa do Paçoca, chego já derrubando a porta, a mãe dele dá um pulo, me olha assustada.— Onde está seu filho?— Ele não voltou ainda.— Se ele aparecer mandar ir me procurar imediatamente, e toma esse dinheiro pra arrumar a porta.Saio de lá com sangue nos olhos já mandando rádio pra geral.Rádio On...— QUERO O PAÇOCA NA MINHA SALA AGORA! — Nem esperei pela resposta e já fui pra minha sala.Rádio Off...— Qual foi a da vez, agora Magrin? — fala Dimenor entrando na sala.— ONDE ESTÁ O PAÇOCA?— Eu não sei, mas o que ele fez? — Dou um sorriso maligno.— OK, VOU FAZER OUTRA PERGUNTA, VOCÊ SABE ONDE ESTÁ A KATTY?— Como as
RogérioPara quem não me conhece sou o Rogério, eu sou cria do morro da Esperança, mas com a ajuda do PJ e Magrin estudei, e hoje trabalho para o primeiro batalhão, sou investigador e óbvio passo pano para os caras, eu os considero como irmão.Estou na minha sala terminando de averiguar o depoimento do irmão gêmeo da Tiphanie. Ontem o levei de volta para casa e, é claro, fingi que o resgatei. Então ele fez toda a denúncia para mim, que óbvio não protocolei, mas sei que ele não fará mais nada, estava assustado demais.Agora não me sai da cabeça que o traidor é o Dimenor, mas como vou provar uma coisa dessa?O Magrin gosta do cara, mas eu e PJ nunca fomos com a cara dele, de repente meu celular começa a tocar.— Fala Saulo, como vai? — Já vou cumprimentando, pois vi o nome dele no identificador.— Precisa pedir pro advogado dela correr com a papelada. — Levanto da cadeira, já pego minhas chaves, pois preciso correr no morro.— O que aconteceu com a Milena?— O que temiam, o doutorzinho
SauloQuando vi a Milena pelo primeira vez, eu tive vontade de guardá-la em um potinho, a única paciente que conversava amigavelmente com todos os pacientes, mesmo com o olhar triste, ela sempre estava sorrindo.Quando Rogério me procurou para protegê-la, eu aceitei mais que de pressa, não poderia deixar que alguém a maltratasse, ela era gentil de mais para esse lugar.Flashback On— Papo reto cara, não era para ela estar aqui e sim em uma penitenciária, ela assumiu o crime que cometeu, mas o psicólogo dela, Matheus Bianchini, se envolveu com ela e quer ela para ele, mas a mesma é noiva do Magrin.— O novo dono do Morro?— Ele mesmo. — Como uma menina tão linda se envolve nesse mundo, sem julgamentos, mas ela parece uma boneca, teria um futuro lindo pela frente.— Fica tranquilo, ficarei de olho, e quando não for meu plantão contratarei alguém da minha confiança.— Ok, eu vou te dar essa maleta, nela contém tudo que precisa saber da Milena e do seu caso, assim como dinheiro para você
PJ— Deixa no viva voz — digo para Jenne, ela cola e fala novamente.— Alô, quem está falando?— É o celular do Rogério?— É o Saulo, estou ligando do Hospital — SAP — Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário.— Pode falar Saulo, aqui é o Paulo, advogado da Milena.— Cara corre com a papelada, ela dopou o doutor Matheus e estão levando ela para o porão, e…— O que você quer dizer com porão? E o quê?— Ela desafio a enfermeira chefe, mesmo eu dizendo para não fazer, e ela… — Nesse momento começo a socar o volante, e a Jenne chora baixo ao meu lado.— Ela o quê?— Deram choque nela, eu não pude fazer nada para impedir, e nem pude ficar para ajudá-la.— FILHOS DA PUTA DESGRAÇADOS!! — Estou segurando o volante com tanta força, que as juntas dos meus dedos estão brancas.— Desculpe a pergunta, mas por que atendeu o celular do Rogério?— Porque ele foi assassinado em um acidente de carro, resolverei as coisas do enterro e tentar correr com o processo da Mila. Consegue dar uma força por aí
Mila— Sabe que não vai ficar assim, e não se acostuma, você é minha.— Se você tem amor a sua vida, sai daqui agora, sabe quem eu fui, e quem eu sou… e saiba que o bandido dentro de mim nunca morreu, ele está apenas dormindo esperando um filho da puta pisar na bola… só pra lembrar minha fama sempre foi JUSTICEIRO — Observo que ele engole em seco. — Sai daqui, e nunca mais encoste um dedo sequer nela, porque se eu sonhar que fez isso, eu vou fazer exatamente igual ao Magrin descreveu para você.— Eu vou, mas porque preciso fazer a porra de um raio-x, e quanto a você, meu amor, saiba que não terá ninguém para te acompanhar de noite. — Nesse momento eu me desespero, não havia parado para pensar nisso, olho desesperada para o PJ, que sorri para o Matheus.— Eu não avisarei de novo, e você é tão burro, ou besta mesmo! Obrigada por me falar seu próximo passo. — PJ pega o celular e liga para alguém.— Olá, meu nome é Paulo Jefferson, sou advogado da paciente em cárcere Milena Vasques Mirand
PJOntem consegui que o Magrin passasse a noite com a Mila, sei o quanto ela faz falta para ele, os dois são como fósforo e fogo (risos), o amor deles é tão forte que chega ser palpável. E eu fico feliz em saber que meu amigo encontrou alguém.Cheguei ao Fórum, que tudo dê certo para a Mila. — Bom dia, Sr. Paulo Jefferson. Como posso ajudá-lo? — Bom dia, Vossa Excelência. Estou aqui para solicitar um habeas corpus em nome de minha cliente, Milena Vasquez. Ela foi vítima de duas tentativas de estupro, foi submetida a choque elétrico e tem marcas no corpo que provam essas agressões, onde ela está passando por tratamento.— Explique melhor.— No dia vinte e um deste mês a minha cliente foi chamada para a sala de seu psiquiatra Matheus Bianchini, o mesmo que a condenou em seu depoimento no dia do julgamento. Ele tentou estuprar, mas a mesma se defendeu aplicando um sedativo, no qual o Matheus havia separado para ela. Como punição a levaram para a cadeira elétrica, a mesma fez exame de c
MilaEstou cochilando no meu quarto quando a enfermeira me entrega um envelope.— Deixaram para você — ela diz— Obrigada. — Ela termina de fazer as medicações, e sai do quarto, eu levanto, vou até o banheiro, faço minhas necessidades e volto curiosa para o envelope.Quando abro, é como se o chão se abrisse aos meus pés… Como se enfiasse uma adaga afiada em meu peito… A dor que estou sentindo não tenho palavras para descrever… Juro que preferia receber mais um choque do que sentir o que estou sentindo neste momento.— Por que foi fazer isso com o nosso amor?Estou chorando há horas, ainda sem acreditar nas fotos em minhas mãos, quando Saulo entra com o meu café da manhã.— Bom dia, paciente preferida. — Quando ele me olha, seu rosto mostra a preocupação. — O que aconteceu?— Por que vocês homens tem que sempre pensar com a cabeça de baixo?— Não estou entendendo. — Entrego o envelope e ele olha assustado.— Achei que ele te amava, tem certeza que essas fotos são de ago