Nicole entrou depois que Bruno saiu, ela tinha ouvido a conversa por alto na porta. Apesar das complexas disputas entre as famílias abastadas, ela nunca tinha presenciado alguém realmente prejudicar um membro da própria família.— Alex sempre foi resoluto e direto, mas desta vez ele pareceu um pouco mais condescendente. — Pensava Nicole. — Se fosse como antes, quem se importaria com provas? Ele teria confinado a pessoa na "Casa Escura" e, após um dia, provavelmente, seu primo Hélio estaria à beira da morte. Mandá-lo para a delegacia, assim tão calmamente, parece até que ele deu um desconto.— Casa Escura? — Juliana olhou confusa para Nicole, era a primeira vez que ela ouvia esse termo.Nicole balançou a cabeça: — Deve ser algum jargão do setor dele, eu também não sei exatamente o que significa, Tiago nunca me explicou com detalhes.Juliana permaneceu em silêncio."Pessoas como Alexandre, que se envolvem em atividades extremamente perigosas todos os dias, devem ter seus próprios métod
Tiago esbarrou em Nicole, sinalizando para que ela mantivesse a discrição. Juliana, contudo, já havia começado a falar: — Vamos deixar o hospital, não suporto ficar aqui. Em sua vida anterior, ela faleceu em uma mesa de cirurgia, o que lhe causava um profundo temor de hospitais. — Entendido. — Alexandre concordou e prontamente se levantou para deixar o quarto do hospital. Logo após, os procedimentos de alta foram finalizados e Tiago desceu para buscar o carro. Quando Juliana trocou de roupa e saiu do quarto, ela lançou um último olhar para o quarto de hospital de Gustavo ao lado, mas acabou seguindo Nicole para fora. Do lado de fora do hospital, Juliana avistou o carro de Marcelo, com o rosto de Viviane refletido na janela do banco traseiro. Ao entardecer, Gustavo despertou lentamente em sua cama de hospital, enxergando apenas uma silhueta borrada ao seu lado. — Juliana... — A voz de Gustavo soou baixa. A figura hesitou por um instante e, ao se virar, era Viviane qu
Gustavo disse: — Me dê as chaves do carro! Marcelo, atordoado, mas sem coragem de desobedecer a Gustavo, hesitou antes de entregar as chaves. No segundo seguinte, Gustavo agarrou as chaves e saiu do hospital com o rosto ainda pálido. Marcelo o seguiu de perto, apenas para vê-lo entrar no carro e acelerar rapidamente. — Presidente Gustavo! — Marcelo gritou atrás do carro, mas Gustavo não mostrou nenhum sinal de que iria parar e em pouco tempo ele já havia desaparecido de vista. Naquele momento, Juliana estava repousando na cama do apartamento, enquanto Tiago estava ocupado na cozinha e Nicole tentava ajudar, atrapalhando mais do que ajudando. Alexandre apenas sentava no sofá próximo, lendo o jornal. Essa cena era de fato muito aconchegante, Juliana se apegava a esse calor familiar. Em sua vida passada, devido à morte precoce de seus pais, mesmo morando na casa de Bruno, cada pessoa tinha seus próprios pensamentos e desejos, então fazia muito tempo que ela não sentia o ca
Gustavo disse: — Alexandre, você...Gustavo estava prestes a dizer mais alguma coisa, porém foi interrompido por Alexandre do outro lado da linha:— Parece que a Ju acordou, Presidente Gustavo. Seria melhor cuidar de Viviane agora.E com essas palavras, Alexandre desligou o telefone.Gustavo permaneceu com uma expressão sombria, segurando o telefone com uma mão cujos dedos já estavam pálidos até os ossos.— Sr. Gustavo... — O segurança ao seu lado não pôde deixar de intervir. — Talvez seja melhor o senhor voltar outro dia?Gustavo lançou um olhar gélido ao segurança, que imediatamente ficou em silêncio.Enquanto isso, Juliana acordava meio atordoada, esfregava os olhos e perguntava, confusa:— Houve um telefonema agora?Alexandre, segurando o jornal, respondeu calmamente:— Não, você estava sonhando.Juliana permanecia confusa. Ela tinha certeza de ter ouvido o telefone tocar enquanto dormia, será que foi um sonho?Esfregando a testa, Juliana estendeu a mão para pegar o celular ao lad
Gustavo disse: — Você acha que eu não me divorcio por causa da parceria com o Grupo Oliveira?À medida que Gustavo se aproximava a cada passo, Juliana levantou a cabeça para olhá-lo:— Não é isso?— Claro que não! — Gustavo colocou as mãos nos ombros de Juliana, seus olhos já cheios de veias sanguíneas. — Ouça bem, eu nunca concordarei com o divórcio! Você não vai escapar da família Costa.— Me solta! — Juliana se desvencilhou de Gustavo, zombando friamente. — Gustavo, não me diga que é porque gosta de mim que você não quer se divorciar.Gustavo disse:— Eu...Antes que Gustavo pudesse falar, Juliana o interrompeu:— Eu realmente não acredito que tenho tanto charme para atrair a atenção do Presidente Gustavo para mim. — Juliana fez uma pausa antes de continuar. — Você me envergonha repetidamente na frente de outras pessoas por causa da Viviane, enfrenta meus amigos sem questionar a razão, eu realmente estou farta desse casamento, quer você queira ou não, eu vou me divorciar de você.—
Juliana disse: — Gustavo! Você... Gustavo respondeu: — Não quero mais ouvir você falar de divórcio. Enquanto eu não permitir, você continuará sendo minha esposa. — Gustavo, com que direito... — Simplesmente porque eu sou Gustavo e, aqui em Castanda, eu que mando. Se eu não concordar, você pode esquecer o divórcio. — Você! Antes que Juliana pudesse terminar, Gustavo jogou os papéis do divórcio na lixeira e subiu as escadas. Juliana ficou furiosa, observando Gustavo se afastar. Era estranho, por que ele agora se recusava a se divorciar dela? Na vida passada, ela chorou, implorando para que Gustavo não se divorciasse, mas ele nem sequer olhou para ela. Desta vez, quando ela iniciou o pedido de divórcio e a situação chegou a este ponto, Gustavo estava relutante em se separar. Juliana olhou para a lixeira onde estava o acordo de divórcio. Mas Gustavo tinha razão em uma coisa, atualmente em Castanda, ele que ditava as regras, se Gustavo não concordasse com o divórcio
— Carlos? — O gerente pensou cuidadosamente, como se não se recordasse de alguém com esse nome. Ele disse: — Presidente Juliana, o mais popular aqui é o Dedé! Deseja que eu chame o Dedé para encontrá-la? Juliana olhou para o gerente, sorrindo, mas seus olhos não demonstravam alegria: — Te dou meia hora para trazer Carlos até mim. Juliana deixou essas palavras para trás e subiu diretamente as escadas. O gerente piscou para seus subordinados e seguiu Juliana. Os funcionários no térreo se entreolhavam, confusos. "Carlos? Não é aquele jovem que acabou de se formar?" Porém, como Juliana havia solicitado, eles precisaram entrar em contato imediatamente com Carlos para que ele fosse à empresa. Juliana observava a decoração do escritório, enquanto o gerente ainda tentava agradar: — Presidente Juliana, este é o escritório que o antigo chefe deixou. Ontem mesmo fiz questão de mandar redecorar, está ao seu agrado? — Não está nada mal. — Disse Juliana, se sentando na cadeir
O gerente olhou surpreso: — Presidente Juliana, você é a presidente, por que uma presidente iria encontrar um funcionário pessoalmente? Isso não é estar dando muita importância ao Carlos? Normalmente, quando se mencionam multas contratuais, Carlos sempre obedecia, mas desta vez, por algum motivo, ele nem escutava seu chefe e até ousou falar de forma tão firme. Juliana pegou sua bolsa e saiu diretamente do escritório. Seguindo o endereço nos arquivos, chegou à casa de Carlos. A casa de Carlos parecia não ser das melhores, um carro de luxo chegou a um pequeno e antigo bairro, atraindo muitos curiosos. O gerente, muito atencioso, abriu a porta do carro para Juliana, dizendo bajulador: — Presidente Juliana, me deixe levá-la. Juliana respondeu: — Não precisa, eu subo sozinha. No antigo bairro, habitado principalmente por idosos, não havia elevadores nos prédios, apenas escadas. Juliana subiu até o terceiro andar e bateu em uma porta já enferrujada. Logo, a porta se a