Capítulo 6
Os olhos da Joana de imediato se encheram de lágrimas. Ela balançou a cabeça:

— Não foi minha intenção, Dra. Mariana. Me desculpe...

Após falar, deu um passo para trás e fez uma reverência profunda para Mariana. Não apenas fez a reverência, mas permaneceu curvada por um longo tempo.

Lucas imediatamente ficou furioso.

— Mariana, o que está fazendo? A Joana ainda é jovem. Que problema há em ela a chamar de Mariana?

— Meus pais só tiveram a mim, não mereço ser chamada de “Mariana” por ela. — Mariana curvou os lábios em um sorriso irônico. — Podem continuar.

Após dizer isso, ela se virou e saiu. Lucas imediatamente foi atrás dela.

Alguém agarrou a sua lapela. Ele se virou e viu Joana olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas.

— Lucas...

— Espere por mim aqui.

Deixando apenas essa frase, Lucas saiu apressadamente atrás de Mariana. Joana se sentiu um nada, e cerrou lentamente os punhos, suas unhas se cravando na palma. Rangendo os dentes, ela respirou fundo, dizendo a si mesma para não se apressar.

Lucas alcançou Mariana e agarrou seu braço:

— Que birra é essa?

— Eu estou fazendo birra? — Mariana quase riu de raiva. — Será que tenho o direito de fazer birra?

De repente, Lucas perguntou:

— Ontem... você fez aquilo de propósito?

Mariana ficou completamente confusa e perguntou:

— O quê?

— Deixou a Joana ver as marcas no seu corpo. — A voz de Lucas era fria. — Não use mais esse tipo de truque.

Mariana respirou fundo, seus olhos ficando vermelhos de raiva:

— Então, por favor, Sr. Presidente Silva, não me toque mais no futuro!

Encarando seus olhos brilhantes e claros, Lucas só pôde mudar de assunto:

— O que você queria comigo?

— Nada mais.

— Mariana! — Lucas a puxou para seus braços, sua mão grande prendendo a cintura dela. — Minha paciência tem limites!

Era verdade. Toda a paciência dele era reservada para outras mulheres. Então, o que significavam os três anos de dedicação dela? Ah, sim, uma piada.

Mariana de repente sorriu, e enquanto sorria, seus olhos ficaram vermelhos:

— Lucas,, não tem medo que sua namorada fique com ciúmes ao te ver me abraçando assim?

Só então Lucas percebeu que estava a abraçando apertado, seus corpos colados intimamente, e que estavam no escritório, com pessoas ao redor. Ele a soltou, e sua expressão não mostrava mais o conforto que tinha quando estava com Joana.

— Afinal, o que você quer? O que te fez vir à empresa no meio do dia?

Mariana simplesmente havia pensado em não dizer nada. Naquela atmosfera, ela realmente não conseguia pedir um favor. Mas, talvez, o abraço de Lucas tivesse lhe dado um pouco de coragem. Ela disse:

— É sobre meu pai. Ele quer participar de um projeto sob sua supervisão.

Lucas lançou um olhar indiferente:

— Você lida com esse tipo de assunto?

— Meu pai me ligou, pediu para eu falar com você.

Ele respondeu diretamente:

— Esse projeto envolve tecnologia central de energia renovável, e a empresa da sua família ainda não está nesse nível.

A voz dele era fria, a atitude firme, com uma aparência estritamente profissional. Ele realmente fazia jus ao título de presidente impiedoso. Mariana sentiu que realmente tinha perdido a cabeça por um momento.

Então, o que ela ainda estava esperando?

Ela deu um sorriso forçado:

— Tá bem, já percebi.

Dito isso, ela se virou para sair. Lucas de repente estendeu a mão e a segurou:

— Só isso?

Mariana olhou confusa.

— E o que mais?

— É assim que você pede um favor a alguém?

Mariana perguntou:

— Então, ainda há espaço para negociação nesse assunto?

— Originalmente não havia. — disse Lucas. — Mas há uma coisa. Se você fizer bem, talvez a empresa da sua família possa participar desse projeto.

— Que coisa?

Lucas a soltou e disse:

— Fale com a Luísa.

Luísa? Seria sobre aquela roupa? Mariana abriu um sorriso irônico.

— Então, o Sr. Lucas levou um não? A Luísa se recusou a roupa para ela?

— Agora é você quem precisa de mim. — O rosto de Lucas ficou sombrio. — Cuidado com sua atitude!

— Se a Luísa concordar em fazer a roupa para ela, você vai dar o projeto para meu pai? Mesmo que a tecnologia da empresa dele ainda não seja madura o suficiente?

Lucas respondeu:

— Vou coordenar isso.

Mariana não perguntou mais nada, apenas baixou os olhos:

— Tá bem.

Quando descia de elevador, encontrou o assistente pessoal de Lucas. Ele segurava uma caixa de embalagem de uma confeitaria famosa. Ao ver a Mariana, ele escondeu instintivamente a caixa atrás de si.

Os bolos desta confeitaria eram macios e deliciosos, doces, mas não enjoativos. O dono da confeitaria, sendo rico e caprichoso, limitava a produção diária. Mariana, quando tinha vontade, também compraria um.

— José, parece que teve sorte hoje — Mariana disse com um sorriso. — Ficou muito tempo na fila?

José Pereira não teve escolha senão mostrar a caixa de embalagem:

— Senhora, eu só estou fazendo uma entrega para alguém.

Fazendo uma entrega? Para alguém? Nesta empresa, quem mais além de Lucas, poderia dar ordens ao José? Lucas nunca comia doces, então estava óbvio para quem esse bolo foi comprado.

Mariana saiu da Empresa Oliveira com as costas eretas, e só quando chegou à casa da Luísa que relaxou seus ombros. Ela tirou os sapatos e se acomodou no sofá.

Luísa era uma filha de família rica, não tinha noção das dificuldades da vida. No entanto, depois que a família Costa faliu, ela também caiu do seu pedestal, mas, felizmente, ainda tinha alguns amigos que a ajudaram. Agora, estava lentamente fazendo seu nome no mundo do design de moda. Mesmo tendo passado por desafios na vida, ela ainda mantinha uma pureza e inocência que a fazia parecer indiferente às complexidades do mundo.

— Mariana, o que aconteceu? — Ela ofereceu uma xícara de chá quente à Mariana. — Está com fome? O que quer comer? Vamos sair para comer ou pedir delivery?

Mariana balançou a cabeça.

— Luísa, quero te pedir um favor.

— Que favor? — Luísa olhou para sua expressão e de repente lembrou. — Está falando sobre o Lucas querer que eu faça roupas para a nova namorada dele?

Mariana assentiu levemente.

— Mariana. — disse Luísa, furiosa, suas bochechas de bebê se inflando de raiva. — O Lucas é horrível, não pode simplesmente parar de gostar dele?

Mariana acariciou o cabelo dela.

— Luísa, você não entende.

— É verdade, eu não entendo, mas se amor é assim, então, prefiro nunca me apaixonar na vida.

Mariana sorriu levemente.

— Nem todo amor é tão amargo e doloroso. Luísa, estou bem. Pode fazer a roupa para aquela mulher.

— Não vou fazer nada para ela! — Luísa ficou emburrada, bufando. — Sua roupa é única. Por que eu deveria fazer a mesma para ela?

Mariana balançou o braço dela carinhosamente.

— Ora, porque... Você fará algo ainda melhor para mim, certo? Eu já usei essa roupa, então e se eu o der para ela?

— É verdade! — Os olhos de Luísa brilharam. — Posso fazer algo melhor para você! Só que... — Ela olhou seriamente para Mariana e continuou, irritada: — Então, podia parar de usar roupas que não combinam com seu estilo?

Mariana hesitou por alguns segundos e então acenou com a cabeça.

— Tá bem, de agora em diante, vou usar o que você quiser.

Luísa ficou finalmente se animou.

— Ótimo! Já desenhei vários modelos que combinam com seu estilo. Vou te mostrar!

Mariana acabou convencendo Luísa a fazer um vestido de gala para Joana, seguindo suas medidas.

Pouco depois, dois dias se passaram, e Mariana recebeu uma ligação de Mário informando que o assunto do projeto estava resolvido. Lucas realmente cumpriu sua palavra, agindo rápido e decisivamente.

Mariana, no entanto, só sentia ironia. Afinal, a razão pela qual a família Silva conseguiu esse projeto foi por causa de Joana. Não era irônico?

Mal Mariana tinha desligado a chamada de Mário, seu celular tocou novamente. Desta vez, era Luísa ligando. Assim que Mariana atendeu, ouviu Luísa rindo alegremente do outro lado.

— O que aconteceu de tão engraçado? — perguntou ela.

Luísa respondeu rindo:

— Lembra que a Joana usou aquela roupa? Aquela igual à sua. Adivinha o que aconteceu?
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