Mariana perguntou a ele: — O que aconteceu?— É sobre o hospital. — Respondeu Paulo. — Alguém está aproveitando suas influências para tentar entrar no nosso departamento.— Um médico?Paulo disse: — Que médico? Nem tirou a licença ainda. Dei uma olhada no currículo dele e, sinceramente... Olhe só.Paulo pegou o celular e passou para Mariana.Antes que Mariana pudesse ver o currículo, seus olhos foram diretamente para a foto no canto superior direito.João Gabriel?Olhou o nome e era ele mesmo.Mariana nem quis ver o resto. Perguntou direto: — Ele passou pelo processo normal de contratação?— Impossível. — Respondeu Paulo. — Com essas qualificações, ele seria eliminado na primeira rodada. Alguém foi direto falar com o Dr. Manual. Você sabe, sempre sou eu quem cuida das contratações no nosso departamento.— Siga as regras estabelecidas. — Disse Mariana. — Não fique irritado.— O que me irrita é que, hoje em dia, essas pessoas, em vez de tentarem melhorar suas habilidades, só sabem gan
Será que... ele ouviu o que ela disse brincando há pouco?Paulo também estava visivelmente desconfortável. Afinal, estavam na casa da família Oliveira.Não querendo causar problemas para Mariana, ele se levantou: — Cuide-se bem, alimente-se direito. Eu já vou embora.Mariana desviou o olhar e se voltou para Paulo com um olhar suplicante: — Pau, obrigada.Paulo entendeu o que ela quis dizer, não queria que ele entrasse em conflito com Lucas.Ele assentiu levemente e caminhou a passos largos em direção a Lucas.Temendo que os dois brigassem, quando a Mariana estava prestes a falar, viu Paulo, já no hall de entrada, deu um forte encontrão no ombro de Lucas antes de abrir a porta e sair.O olhar de Lucas não permaneceu nem por um segundo para Paulo.Fitava Mariana intensamente.Mariana enfrentou seu olhar: — Por que voltou a essa hora? Já comeu?Lucas se aproximou passo a passo, seu olhar estava frio e cortante.Anos em posição de poder lhe conferiram uma presença imponente e intimidado
O concurso de design de moda não oferecia hospedagem nem alimentação, então todos os participantes tinham que se arranjar por conta própria.As duas se hospedaram em um hotel próximo. Luísa trouxe consigo as roupas para o concurso, uma máquina de costura portátil e diversos tecidos, pois ainda precisava fazer ajustes nas peças antes do início da próxima fase.Mariana desceu sozinha, querendo tomar um ar perto da fonte na entrada do hotel.Estava em uma cadeira de rodas, o que dificultava sua locomoção, mas ir apenas até o térreo não seria problema.Um funcionário do hotel a ajudou até a entrada. Mariana agradeceu e começou a manobrar a cadeira sozinha.Seguiu pela rampa lateral do hotel, mas como não estava muito acostumada a controlar a cadeira e a inclinação era maior do que imaginava, num momento de distração, a cadeira começou a deslizar descontroladamente rampa abaixo.Ela soltou um grito de susto. Com a velocidade, a cadeira começou a se inclinar, prestes a colidir com o muro de
Este hotel pertencia a ele, e às vezes vinha passar alguns dias aqui. Não esperava encontrar uma bela mulher brasileira hoje. Ele pegou os documentos da secretária, que disse:— Sr. Felipe, aqui estão todas as informações sobre o Lucas Oliveira e sua esposa.Felipe terminou de ler sobre Lucas e, ao virar a página para Mariana, ergueu as sobrancelhas e sorriu.Que coincidência!Então, a Mariana mentiu há pouco. Ela era a esposa de Lucas, o que significava que quem estava hospedado com ela no hotel certamente não era seu namorado. E ela também não seria tão ousada a ponto de trair Lucas abertamente. Além disso, a mulher que havia despertado seu interesse era justamente a esposa de Lucas.Isso ficou interessante.Enquanto isso, Mariana refletiu sobre sua breve saída e o perigo que tinha enfrentado, sentindo um certo medo retrospectivo. Se ela tivesse realmente caído, teria provavelmente agravado sua lesão anterior e adquirido novos ferimentos.Pensando bem, ela realmente devia ser grata a
O Lucas olhou para ela, com um olhar carinhoso: – Não ficou entediada no quarto?A Joana balançou a cabeça: – Não, estava conversando com minha melhor amiga.– É? – O Lucas perguntou. – Sobre o quê?– Ela também viajou para o exterior. – A Joana pegou o celular. – Me mandou algumas fotos de paisagens...Enquanto falava, ela mostrou o celular para o Lucas.– Espera aí! O Lucas falou de repente.A Joana ficou visivelmente nervosa: – O, o que foi?– A foto anterior. – O Lucas disse com voz fria. – Volte.A Joana olhou para ele com olhos inocentes: – Lucas...– Não quer que eu veja? – O olhar do Lucas estava frio.A Joana disse, parecendo constrangida: – Eu também não esperava essa coincidência, minha amiga ter fotografado a Mariana... Lucas, eu não queria que você visse porque temia que entendesse errado...Enquanto falava, mostrou a foto para o Lucas.O Lucas pegou o celular dela e começou a passar as fotos uma por uma.A Mariana estava com um homem desconhecido, e no final ele a e
Era exatamente o Felipe.Ele já tinha descoberto o número do quarto da Mariana e sabia que ela estava hospedada com uma amiga.Ele queria criar um encontro casual, mas não esperava que acontecesse tão rápido.Seria ele destinado a encontrar a esposa do Lucas?As coisas estavam ficando cada vez mais interessantes.O Felipe disse primeiro: – Nos encontramos de novo, Mariana. Ah, este seria o... namorado que você mencionou?Seu tom era brincalhão e havia um sorriso em seu rosto.Já que ele a tinha ajudado antes, então a Mariana não podia ser fria com ele.Ela também sorriu: – Sr. Felipe, peço desculpas pelo mal-entendido. É que às vezes é inconveniente para duas garotas viajarem sozinhas, espero que o senhor entenda.Vendo que os dois se conheciam, mas sem entender o que diziam, a Luísa olhava de um para o outro com seus olhos grandes, se contendo para não falar.– Claro que entendo. – Disse o Felipe. – Encontros por acaso são melhores que os planejados. Já que nos esbarramos, teria eu
O Felipe tinha um enorme buquê de rosas nas mãos!Ao ver isso, a Mariana desejou dar meia-volta de imediato.Por que algumas pessoas não tinham nenhuma noção de limites?Ela esperava que aquelas rosas não fossem para ela.Mas no instante seguinte, o Felipe parou na frente dela e as colocou diretamente no seu colo: – Mariana, são para você.Ele tinha ouvido a Luísa a chamar assim e decidiu fazer o mesmo.A Mariana pegou as flores e as devolveu: – Desculpe, mas não posso aceitar essas flores.– Mariana, somos compatriotas que se encontraram por acaso do outro lado do mundo, isso é destino. Não há nenhum outro significado em dar flores, só acho que flores combinam com uma bela mulher.O Felipe falava de forma casual, e seu rosto bonito exibia um sorriso descontraído.Todo seu ser emanava uma confiança e serenidade de quem estava certo do sucesso.Na verdade, desde o primeiro encontro, a Mariana já tinha adivinhado que ele era um homem bem-sucedido, acostumado a posições de destaque.Mas
Ela se esforçou para perguntar: – Por que você veio aqui?– Se eu não viesse, como saberia que a Sra. Oliveira está tendo encontros secretos com o amante no exterior, se divertindo à vontade?– O senhor deve ser o Sr. Oliveira, não é? – O Felipe interveio. – Acho que está entendendo mal.O Lucas nem olhou para ele: – Estou falando com ela. Quem você pensa que é para se meter?Por um instante, o rosto do Felipe ficou terrivelmente sombrio.Mesmo não gostando do Felipe, a Mariana não esperava que o Lucas falasse palavras tão duras.Em seguida, o Lucas baixou os olhos para as flores no colo dela, achando aquele vermelho irritantemente chamativo.Ele pegou o buquê e se inclinou para a Mariana: – A Sra. Oliveira gosta tanto assim de receber presentes dos outros? Da última vez foram joias, agora são flores. O quê? A família Oliveira não tem dinheiro nem para comprar flores?Após falar, ele deu um leve bufo e jogou o buquê longe.O Felipe não conseguiu mais se conter e deu um passo à frente