As palavras de Mariana caíram sobre Lucas como um peso esmagador, apertando seu coração até quase despedaçá-lo.Desde que Mariana voltou, Lucas não mediu esforços para conquistar seu perdão.Na visão dele, o comportamento de Mariana parecia, no mínimo, aceitável.Gustavo também havia dito: quem se dedica, a sorte acompanha.Lucas se apegava à ideia de que Mariana, talvez, já estivesse começando a ceder.Mas, ao ouvir aquelas palavras, ele percebeu que não tinha nem uma mínima esperança.Cada gesto de Mariana só reforçava uma verdade cruel: ela não podia perdoá-lo, e por isso mantinha aquela indiferença fria.Se ainda restasse algum sentimento, suas emoções estariam oscilando de forma evidente.Com o coração pesado, Lucas voltou para o seu quarto. Quando Carlos chegou, ele percebeu que Lucas estava bebendo.— Tá querendo morrer, é? — Carlos arrancou a garrafa das mãos de Lucas e a colocou de lado. — Quer voltar para o hospital de novo? O que está acontecendo com você?Lucas, já com a me
Mariana colocou a bolsa e foi lavar as mãos. Depois, pediu uma refeição e, ao ver Lucas, perguntou:— Aqui é hospital?— Não. — Lucas respondeu. — Só fico mais tranquilo quando te vejo.Mariana sorriu levemente, sem dizer nada, e pegou o celular para olhar.Lucas também permaneceu em silêncio. Logo, a comida chegou. Mariana comeu sozinha e, depois, perguntou:— Quando você vai embora? Preciso descansar.Lucas disse:— Mariana, você… me odeia?Mariana balançou a cabeça sem hesitar:— Não odeio mais. Só se pode odiar quem a gente ama, só se pode se sentir frustrado quando ainda se espera algo. Estou muito satisfeita com a minha vida agora. Não faz sentido eu ficar me sentindo mal.Quando Lucas saiu, seu corpo transparecia uma solidão profunda.Mariana fechou a porta e sentiu um alívio imediato.Com Fernando distraindo sua filha e Lucas cuidando de se explicar, Mariana finalmente podia imaginar alguns dias de paz.Ela nem sabia como a filha de Fernando tinha ficado sabendo de tudo. Na ver
Ao ver Pedro, Lucas fechou a cara:— O que você está fazendo aqui?— Passei para resolver umas coisas e ouvi dizer que você estava doente. — Pedro perguntou. — Ainda é problema no estômago?Lucas, visivelmente exausto, não queria papo.Mas Pedro, com a maior naturalidade, se sentou:— Fiquei sabendo que a Mariana voltou. Lucas, o que você está pensando em fazer?Lucas franziu a testa e olhou para ele:— Já te falei antes, você está com a memória curta ou o quê?Percebendo a irritação na voz de Lucas, Pedro resolveu ir direto ao ponto:— Eu estava pensando... se você realmente quer resolver as coisas com ela, talvez uma refeição, um pedido de desculpas. O que acha?Lucas sabia que, no passado, tinha cometido muitos erros.Pedro, que sempre esteve ao seu lado, também não era diferente e costumava dizer coisas inapropriadas.Segundo Carlos, na presença de Lucas, Pedro ainda se comportava um pouco melhor, mas, quando ele não estava por perto, Pedro era muito hostil com Mariana.Lucas já ti
Quando Matheus viu o olhar fixo de Pedro em Mariana, ele perguntou:— Conhece ele?Matheus conhecia Mariana há vários anos e sempre soubera que ela nunca falava mal de ninguém. Mas agora, ela disse:— É alguém que eu detesto, não presta.Ao ouvir isso, Matheus franziu imediatamente a testa e olhou novamente para Pedro.Ela usou a palavra "detesto", nem mesmo "não gosto".Matheus conhecia bem o caráter de Mariana. Se alguém conseguisse fazer Mariana detestar, então essa pessoa devia ser péssima.Matheus já estava preocupado com a segurança de Mariana, e essa informação o deixou ainda mais cauteloso.Depois de três dias ocupados na capital, Pedro não conseguiu encontrar uma oportunidade sequer para falar com Mariana.Soube que Lucas já havia retornado à Cidade do Norte e que até Gustavo havia ligado, dizendo que Lucas não estava bem de saúde e que parecia desanimado.Mariana não soube o que responder ao telefone e soltou um suspiro suave depois de desligar.No quarto dia, quando a rotina
Fernando percebeu que Mariana era uma pessoa que não cedia facilmente e não se deixava influenciar por nada.Se fosse qualquer outra pessoa, ele já teria perdido a paciência.Mas, no caso de Mariana, ele não só não se sentiu impaciente, como achou ainda mais interessante.Inicialmente, ele tinha apenas a intenção de cortejá-la, mas isso agora havia se transformado em um desejo ainda mais forte.Se Mariana estava indo para a Cidade do Norte, ele não poderia ir atrás dela, pois seria muito forçado.De qualquer forma, Mariana havia retornado ao instituto.No instituto, ele era o principal investidor.Com esse tipo de relação, ele não teria dificuldade para encontrar oportunidades de se aproximar dela.Mariana voltou para a Cidade do Norte e, antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, recebeu uma ligação de Gustavo, pedindo para ela ir até lá.Ela não disse nada, mas, na verdade, se sentiu um pouco incomodada.Claro que não era por causa de Gustavo.Ela estava mais preocupada com a poss
O Gustavo finalmente se preocupou:— O que aconteceu?— Dor no estômago. — Lucas entrou apressado. — Vovô, Mariana, comam, vou descansar um pouco e já melhoro.Ao ver Mariana em casa, era uma surpresa agradável.Lucas não ousou dizer muito, temendo assustá-la.Com o estado dele, nem havia apetite para comer.Gustavo perguntou:— Você tomou o remédio para dor? O que aconteceu, de repente essa dor voltou? Você bebendo de novo?Lucas olhou para Mariana e balançou a cabeça:— Não.Mariana perguntou:— Deve ter remédio em casa, no armário do quarto.Gustavo disse:— Mariana, você pode dar uma olhada?Mariana queria dizer que o armário estava lá em cima e que ele poderia simplesmente pegar, mas ao ver o olhar esperançoso de Gustavo, não conseguiu dizer nada.Ela seguiu Lucas até o andar de cima. No começo, ainda hesitou, mas quando chegou lá, Lucas pegou o armário e tirou o remédio.Ela o entregou a ele, que tomou.Durante todo o tempo, ele se comportou bem e não disse uma palavra desnecessá
Quando Mariana voltou para Cidade do Norte, Camila e Luísa já estavam esperando por ela.Paulo estava no meio de uma cirurgia, caso contrário, com certeza teria vindo também.Vendo Mariana voltar de casa dos Oliveira com uma caixa, as duas ficaram curiosas sobre o que poderia estar dentro.Assim que abriram, ficaram boquiabertas: tudo reluzia, repleto de joias e ouro cintilantes.Era uma caixa projetada especialmente para joias, com várias camadas, cada uma repleta de peças deslumbrantes.Surpresa, Luísa exclamou:— São suas joias antigas? Nunca te vi usando nada assim!Camila pegou um colar de diamantes e disse:— Nunca vi, mas é normal. Ela nunca gostou de usar essas coisas. Mas o Lucas realmente foi generoso, te deu tudo isso de volta.Mariana respondeu:— Não são só as minhas antigas. Aquela que você está segurando, nunca vi antes.Camila falou:— Achei estranho. Esse colar é um modelo novo, da edição limitada do mês passado. Como foi parar no seu estojo de joias de cinco anos atrá
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz