Lucas sorriu levemente: — Você não vai para o treinamento militar?— Antes do treinamento, ainda preciso organizar um tempo. — Jaime disse: — Eu consigo arranjar alguns dias.— Ótimo.Pedro, que estava ao lado, viu os dois decidindo a viagem com facilidade e rapidamente disse: — Eu também vou.Jaime olhou para ele: — É melhor você não ir.Pedro ficou irritado: — Por que eu não posso ir?Jaime disse: — Fique quieto.Assim, a viagem foi decidida. Lucas organizou tudo rapidamente, e Jaime conseguiu liberar alguns dias em sua agenda.Os dois não foram para muito longe.Tudo foi organizado por Jaime, primeiro, pegaram o trem-bala, e ao descer, alugaram bicicletas e pedalaram até a base da montanha.Para Lucas, tudo isso era bem novo.Os dois escalaram até o topo da montanha, onde a vista era verdejante e as montanhas pareciam pequenas.Jaime gritou algumas vezes e então olhou para Lucas: — Você também pode gritar.Lucas balançou a cabeça.Jaime deu um tapinha em seu ombro: — Lucas, o que vo
Lucas foi internado novamente.Desta vez, foi por sangramento de úlcera duodenal.Jaime não conseguia acreditar que um homem grande, com mais de vinte anos, quase trinta, pudesse ser tão imaturo.Quem foi que disse: “Eu não vou ficar mal” Ontem?Mas, à meia-noite, ele bebeu várias garrafas de bebida?Ao abrir a porta do hotel, um forte cheiro de álcool o atingiu.Ao olhar para o chão, viu várias garrafas de bebida espalhadas.Lucas estava lá, caído, como se estivesse morto.Isso quase fez Jaime ter um ataque cardíaco.Ao chegar ao hospital, soube que era um sangramento de úlcera, e Jaime ficou ainda mais apavorado.Sangrar muito pode ser fatal!Felizmente, a descoberta foi feita a tempo, e a quantidade de sangue não era grande, após tratamento de emergência, os dados do corpo finalmente se estabilizaram.Como estavam em outra cidade, Jaime não se atreveu a ligar para Gustavo.Felizmente, o médico disse que não havia risco de vida, mas ele precisaria de um bom descanso, especialmente em
Mariana o perdoou, e os dois se abraçaram fortemente.Então, ele acordou do sonho.Jaime estava sentado ao lado de sua cama, primeiro o xingou, depois disse: — Você se colocou nessa situação, como vou explicar isso para Gustavo?Lucas abriu os olhos e os fechou novamente.Ele sentia como se ainda houvesse o calor de Mariana em seus braços.E um aroma familiar que o encantava.Mas agora, tudo isso havia desaparecido.Se pudesse, ele gostaria de continuar sonhando, não queria acordar.Jaime respirou fundo e começou a dar explicações.Por fim, disse: — Você não pode comer nem aipo, você ouviu?Mas Lucas ainda estava com uma expressão distante.Jaime pensou em dar um soco nele.Ele respirou fundo novamente e disse: — Eu preciso voltar para o exército, já perdi meio dia...Lucas finalmente abriu os olhos: — Você pode ir.— Você está parecendo que vai morrer, como posso ir? — Jaime gritou: — Vale a pena por causa de uma mulher?Por causa de uma mulher, ele quase perdeu metade da vida; pareci
A pessoa que ele estava pensando, naquele momento, estava sentada à beira de um riacho.O riacho era claro e tinha um fundo visível, onde se podiam ver as plantas aquáticas, muito rasas, balançando com a correnteza.Mariana segurava um galho e o movia na água.Com a outra mão, segurava um celular, colocando-o ao ouvido.Ela sorriu levemente e disse, com uma voz baixa: — Paulo, eu realmente estou bem, não se preocupe comigo.Do outro lado da linha, estava Paulo.Paulo usou o documento de identidade de dois seguranças do hospital para obter alguns números de telefone, não sabia qual usaria para ligar para Mariana.De qualquer forma, ele não deixaria nenhuma pista para Lucas.— Eu realmente quero te ver.— Não, — Mariana respondeu, — Estou bem aqui, me dando muito bem com as pessoas daqui.— Mariana, você... — Paulo ficou em silêncio por alguns segundos, antes de perguntar: — Você já pensou nele?Ele não mencionou o nome, mas os dois sabiam de quem ele estava falando.Mariana riu: — Você
Paulo resmungou baixinho:— Não estou nem aí para o seu presente.Mariana bateu levemente o galho na água:— Então não vou te dar, tá?— Você só faz para me irritar! — Paulo resmungou de novo. — Agora vai, me faz falta um amigo como eu!— Tá, tá, não vou te irritar mais. — Mariana sorriu suavemente e logo se acalmou. — O outono chegou, e as noites estão mais frescas. Cuide-se, hein?Paulo ficou preocupado com ela e deu mais alguns conselhos, até que finalmente desligou o telefone.Mariana ficou ali por mais um tempo, depois colocou o galho ao lado, levantou-se, pegou um dos almofadões de pedra e começou a caminhar de volta.Ao lado do riacho havia uma pequena aldeia, com cerca de cinquenta ou sessenta casas.No entanto, a maioria dos jovens estava fora, deixando os idosos e as crianças para trás.A aldeia ficava distante da cidade, e as crianças enfrentavam dificuldades para frequentar a escola.Quando Mariana chegou, coincidentemente, uma professora de apoio estava prestes a sair, ent
Cinco anos depois.O inverno em Cidade do Norte parecia ter chegado um pouco mais cedo. Em pleno mês de novembro, já havia caído uma leve neve.A neve não era forte, apenas cobria o chão com uma fina camada branca e, ao pisar, se sentia macia.— Ouvi dizer que vai nevar muito à noite. Se isso acontecer, a estrada vai fechar com certeza. — Paulo comentou, olhando para a pessoa ao seu lado no banco do passageiro. — Ainda bem que você voltou hoje.Sentada no banco do passageiro, estava Mariana, que havia deixado Cidade do Norte há cinco anos.Cinco anos se passaram, mas parecia que o tempo não havia deixado marcas nela.Ela não havia envelhecido, pelo contrário, estava mais radiante do que nunca, com um ar suave e sereno que chamava a atenção de quem a olhasse.Ela apoiou o queixo na mão e olhou pela janela, observando as lojas lá fora.Cinco anos não eram nem muito longos, nem muito curtos, e a cidade tinha mudado bastante nesse tempo.No entanto, algumas lojas tradicionais ainda estavam
— Então, esse é o presente que você queria me dar? — Paulo perguntou, mordendo os dentes. — Naquela época, você já sabia que estava grávida?Mariana simplesmente colocou a criança nos braços dele:— Então, gostou? Se não gostar, pode jogar fora.Como médico, Paulo já tinha pegado bebês no colo antes.Mas aquele era filho de Mariana…Tão pequeno, tão macio, e Paulo estava completamente tenso, com medo de mover o bebê.Mariana sorriu ao ver ele. Paulo respirou fundo, seu corpo todo rígido, e olhou para o pequeno ser nos seus braços.Já tinha mais de três meses, e o bebê não parecia mais com aquele rostinho feio de recém-nascido, estava gordo e rosado.Paulo jurava que não estava exagerando, aquele era o bebê mais bonito que ele já tinha visto.— Eles dizem que os olhos e a boca dele são iguais aos meus, o que você acha?Ao ouvir Mariana, Paulo olhou com mais atenção e, de fato, conseguiu ver algumas semelhanças com Mariana quando era criança.Ele tinha crescido com ela, então as fotos de
Antes de encontrar Luísa e Camila, Mariana disse a Paulo:— Daqui a pouco, se elas vão me bater. Você lembra de segurar, né?Paulo levantou o queixo:— Eu que não vou me meter nisso!Na volta de Mariana, Luísa e Camila não sabiam de nada.Paulo as chamou, e as duas chegaram primeiro.Enquanto conversavam, não podiam deixar de falar sobre Mariana.Camila estava irritada e ressentida:— Que falta de coração! Já se passaram cinco anos e ela não deu nem um sinal de vida!Luísa comentou:— Não seria por causa do Lucas?— Nem me fale nesse cachorro! — Camila exclamou. — Ontem eu estava assistindo TV e, por coincidência, ele apareceu!Luísa perguntou:— Era aquele evento de leilão beneficente? Eu ouvi de uma das senhoras que encomendam roupas comigo que o Lucas fez uma grande doação.— Deve ser por culpa do que fez de errado. — Camila disse, com desprezo. — Aquele desgraçado acha que pode comprar a consciência.Depois de todo esse tempo, o desgosto que Luísa e Camila sentiam por Lucas não dim