Lúcia, até então, vinha mantendo uma distância segura de Mariana. Mesmo com dois homens ao lado de Mariana, Lúcia ainda acreditava que sua segurança não estava em risco, mas preferiu ser cautelosa.O que ela não esperava era que Mariana fosse rápida o suficiente para virar o jogo. Num instante, um pequeno estilete estava pressionado contra seu pescoço. Lúcia ficou paralisada, sem ousar se mover.— Sou médica. Sei exatamente onde cortar para atingir uma artéria principal. E, nesse caso, nem adianta chamar o hospital. — Sussurrou Mariana ao ouvido de Lúcia.Lúcia sentiu o sangue gelar. Sua voz saiu trêmula:— Você... você não teria coragem! Matar alguém... matar é crime!— Eu sei — Mariana respondeu, com um sorriso frio. — Mas você me sequestrou. No máximo, isso seria legítima defesa, não acha?Não importava o que fosse, agora a situação estava completamente sob o controle de Mariana.— Diga para os seus homens me levar de volta. E que seja sem truques, sem confusões. Caso contrário, min
Gisela era a mulher que havia salvado a vida de Lucas. Se não fosse por ela, ele já estaria morto há muito tempo. Ele mesmo admitia que uma grande parte do motivo pelo qual sempre a considerou seu primeiro amor era justamente porque ela tinha sido sua salvadora.Mesmo agora, sabendo que seus sentimentos mais profundos estavam voltados para Mariana, isso não impedia que ele ainda carregasse uma preocupação especial por Gisela. Para ele, essas eram duas emoções completamente diferentes.Mas, independentemente disso, como Mariana podia usar algo tão perigoso para ameaçar outra pessoa? Ela estava colocando uma vida em risco.Lucas não conseguia tirar da cabeça a imagem da lâmina pressionada contra a artéria de Lúcia. Bastava um pequeno movimento...Ele sequer queria imaginar o que poderia acontecer.Mariana sorriu, com aquele ar desafiador:— Eu não machuco ela, ela me machuca. Me diz, o que você quer que eu faça?— Com certeza há algum mal-entendido. — Lucas respondeu, tentando manter a c
Pedro colocou o telefone no viva-voz e respondeu:— O Lucas está aqui comigo. Fala logo, o que realmente aconteceu?Do outro lado da linha, Lúcia ficou em silêncio por alguns segundos.— Fala! — Lucas ordenou, sua voz carregada de raiva.Lúcia soltou um soluço antes de começar:— Eu... eu fiquei com raiva, sabe? Achei injusto... o Lucas sendo tão bom para ela, e ela nem ligando! Então... eu só queria trazê-la para conversar, sabe? Mas quem imaginaria que ela...— Conversar? — A voz de Lucas ficou ainda mais fria, seu tom sombrio. — Como exatamente você “trouxe” ela? Quem te deu coragem para fazer isso?— Foi só uma brincadeira! — Lúcia tentou se justificar, nervosa. — Eu só queria que vocês se entendessem logo...Pedro, ouvindo aquilo, balançou a cabeça e interveio:— Lúcia, mesmo que você não tenha tido má intenção, o que você fez foi errado. Onde você está agora? E onde está a Mariana?— Estou no hotel. — Lúcia choramingava ao telefone. — Já mandei ela de volta para o laboratório. El
Lucas não disse mais nada durante o caminho e, em poucos minutos, chegou ao Instituto de estudo. Quando pararam o carro, Pedro olhou para ele e aconselhou:— Fala com calma com ela.Lucas respondeu com firmeza:— Quando eu e a Mariana voltarmos, você trate de mudar sua atitude com ela. Se não, não me culpe por deixar de te considerar meu irmão.Pedro franziu o cenho:— Eu ainda acho que vocês dois não têm nada a ver um com o outro, mas, se você gosta tanto dela assim, eu vou engolir meus próprios sentimentos e evitar qualquer conflito.— Não tem nada de “não têm nada a ver”. Para com isso. Não quero ouvir você falar isso de novo.Depois de dizer isso, Lucas saiu do carro e bateu a porta, indo direto para o prédio.Enquanto isso, Pedro pegou o celular e ligou para Lúcia. Ela atendeu rapidamente, ainda fingindo chorar:— Primo, você precisa me ajudar...— Cala a boca. — Disse Pedro, interrompendo-a. — O Lucas já saiu. Agora somos só nós dois.Lúcia, como se tivesse apertado um botão, par
Lucas percebeu o sarcasmo no sorriso de Mariana. Sentiu o peito apertar de ansiedade:— Eu só fiz aquilo porque... porque para mim a Gisela é muito importante...— Lucas. — Mariana o interrompeu, com a voz fria e controlada. — Eu sempre tive uma dúvida. Posso perguntar?Lucas assentiu rapidamente:— Claro. Pergunte.— Se você gosta tanto da Gisela, por que deixou ela ir embora? — Mariana continuou, encarando-o sem pestanejar. — Se você ainda não conseguiu esquecê-la, então por que, depois do nosso divórcio, não foi atrás dela? Por que fica me perseguindo? É para se vingar? Para me fazer sentir nojenta?Lucas abriu a boca para responder, mas Mariana não deu tempo:— Se for isso, eu perco, ok? Admito minha derrota. Sim, o divórcio foi sujo. Usei métodos baixos para te humilhar na frente da diretoria. Agora, estou oficialmente te pedindo desculpas. Se você quiser, eu volto ao país e faço um pedido de desculpas formal na frente de todos os acionistas. Está satisfeito?— Não é isso... — Luc
— Mariana... — Lucas respirou fundo, tentando recuperar o controle das próprias emoções. — Eu gosto de você, mas também tenho minha dignidade. Você insiste em duvidar dos meus sentimentos...A paciência de Mariana, sempre conhecida por ser interminável, chegou ao limite. Ela sentiu uma onda de irritação tomar conta de si, e por pouco não estapeou o rosto dele.— Eu não deveria duvidar? — Retrucou Mariana, a voz carregada de sarcasmo. — Depois de tudo o que você fez, eu não tenho o direito de ficar com raiva? Eu deveria ficar emocionada, é isso?— Eu já expliquei tudo! — Lucas tentou justificar. — Por que você não pode me entender, pelo menos uma vez?— Não consigo. — Mariana cruzou os braços e o encarou com firmeza. — Só sei que, se fosse alguém que eu amasse, eu seria tendenciosa, o mimaria, confiaria nele sem restrições. Mesmo que precisasse enfrentar o mundo inteiro, eu ficaria ao lado dele. Agora me diga, Sr. Lucas, em qual dessas coisas você se encaixa?Lucas abaixou os olhos, com
Lucas já não era a primeira vez que fazia algo tão invasivo com ela. Mariana sentia ódio, raiva e, acima de tudo, nojo. Ela lutava com todas as forças, chegando ao ponto de tentar mordê-lo, sem se importar com as consequências.Mas Lucas estava ainda mais descontrolado. O gosto de sangue em sua boca, longe de fazê-lo parar, parecia despertar nele um instinto selvagem ainda mais forte.Ele segurou o queixo de Mariana com firmeza, forçando-a a aceitar seus beijos famintos. Quando ela tentou levantar a perna para se defender, ele a imobilizou com o peso do próprio corpo.A posição em que ela se encontrava era de pura humilhação. Coberta pela sombra dele, Mariana sentia-se completamente impotente. A força física, que era naturalmente uma vantagem masculina, tornava impossível qualquer tentativa de resistência. E, além disso, Lucas era treinado. Mariana, por outro lado, não tinha a menor chance contra ele.Se antes, quando Lucas agia contra a sua vontade, Mariana já se sentia profundamente
Lucas respirou fundo, inclinou-se e, sem aviso, ergueu Mariana nos braços, carregando-a como se fosse algo que lhe pertencesse.Mariana arregalou os olhos, e sua expressão era de pura ira.Lucas baixou o olhar para encontrá-la e disse, em tom firme:— Se você não quer que todo mundo no instituto saia para assistir a um espetáculo, é melhor cooperar e vir comigo sem reclamar.Sem alternativa, Mariana foi levada para fora do prédio. Ela tentou resistir, mas sua força era insignificante diante da determinação dele. Pouco depois, Lucas a colocou em um avião particular e a levou de volta ao Brasil. Desta vez, ele estava decidido: Mariana não iria embora novamente.A simples ideia de deixá-la partir o aterrorizava. E se ela saísse de sua vida para sempre? Ele não podia correr esse risco. Mesmo que isso significasse forçá-la a ficar, mesmo que ela o odiasse por isso, Lucas preferia mantê-la perto a viver sem ela.Ele sabia que Mariana o culparia, que o desprezaria ainda mais, mas aceitou esse