No jantar, Mariana tomou bastante sopa. Gustavo foi quem serviu para ela, e recusar não era uma opção.No meio da noite, ela acordou com vontade de ir ao banheiro. Tentou se mexer, mas logo percebeu que algo estava estranho. Quando se deu conta do que era, ficou incrédula.Lucas só podia ser um animal! Ou talvez a reencarnação de uma fera.Mesmo dormindo, ele não a deixava em paz.Assim que Mariana se moveu, Lucas abriu os olhos, com a voz ainda carregada de sono:— O que foi?Sem perceber o que fazia, ele passou a mão levemente por ela, quase como se estivesse tentando acalmá-la.Mariana ficou em silêncio por alguns segundos, depois tentou se afastar. Mas Lucas, com um único movimento, puxou-a de volta para seus braços, firmando o aperto ao redor dela.— Preciso ir ao banheiro. — Disse ela, irritada, tentando afastar o braço dele.Depois disso, os dois voltaram a dormir até o amanhecer. Quando Mariana despertou, Lucas já havia saído.Ela suspirou, frustrada. Mais uma oportunidade de
Lucas tinha pouco tempo, então escolheu um restaurante discreto perto da empresa.Na sala reservada, os dois se sentaram. Mariana foi direta:— Sobre o divórcio, o que você realmente pensa?Lucas, enquanto servia água, fez uma pausa por um instante. Depois, respondeu com a mesma frieza de sempre:— Primeiro, vamos comer.— A comida nem chegou ainda. Dá tempo de resolvermos isso. — Insistiu Mariana. — Nós assinamos um acordo pré-nupcial, então não tem muito o que discutir sobre os bens...Lucas soltou um riso irônico:— Não tem muito o que discutir? E os presentes que eu te dei, você pretende levar?Mariana piscou, surpresa. Em três anos de casamento, as raras vezes em que ele deu presentes foram sem qualquer intenção genuína, quase sempre algo lembrado por Gustavo e escolhido por terceiros. Fora aquele presente recente, que ele fez questão de também dar a Joana.“Isso são presentes?”, pensou. Ela não esperava que Lucas fosse tão mesquinho. Mesmo assim, manteve o tom calmo e respondeu
— Apesar de tudo, ainda fomos marido e mulher, você vai querer acertar comigo cada centavo? — Mariana perguntou, hesitante, a voz carregada de incerteza.— Mariana... — Lucas a interrompeu, frio como uma lâmina de gelo. — Nós só estamos juntos por interesse. Vai mesmo querer falar de sentimentos agora? Se quer discutir divórcio, deve estar ciente das consequências. E, se não estiver pronta para lidar com todas elas, sugiro que fique quieta.— Mas...— Antes de falar em divórcio, por que não liga para o seu pai e pergunta quanto tempo a família Silva sobreviveria sem o apoio e os investimentos da família Oliveira? — As palavras de Lucas eram pesadas como pedras.Mariana ficou atordoada com a crueldade e a determinação dele. Ela havia acreditado que, mesmo após o divórcio, as parcerias já firmadas seriam mantidas. Mas o tom de Lucas deixava claro, sem o casamento, todo o apoio dele desapareceria como poeira ao vento.Ele se levantou da cadeira e lançou um olhar gelado em sua direção.—
Era Pedro.Mariana não queria conversa com ele. Passou ao lado dele sem parar, apenas acenando levemente com a cabeça.— Espere. — Pedro estendeu a mão, bloqueando seu caminho. — Preciso te perguntar algo.Mariana manteve o semblante neutro:— O que é?Pedro a analisou rapidamente antes de perguntar:— E Lucas? Ele não estava com você?Antes que ela pudesse responder, Lucas saiu do restaurante.Quando viu Pedro, seu rosto endureceu.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Lucas, sem esconder o desagrado.— Vim comer. Não sabia que vocês também estavam aqui. — Pedro respondeu casualmente. — Vocês brigaram de novo? É por isso que eu sempre digo: pessoas com valores diferentes nunca serão felizes juntas...— Cale a boca. — Lucas cortou, frio. — Se está tão desocupado, sugiro que vá varrer as ruas.Mariana olhou brevemente para os dois e decidiu seguir em frente. Nem sequer se deu ao trabalho de virar a cabeça.— Ei! — Pedro exclamou, mas Lucas o interrompeu com um tom gélido:— O que
Ele se alertou de repente, abriu os olhos e, ao olhar na direção do barulho, viu Joana, que caminhava de forma sorrateira, com algo nos braços, como se estivesse fazendo algo errado.— O que você está fazendo aqui? — Lucas perguntou, com a voz firme, quase severa.Joana se assustou, deixando o que estava segurando cair no chão.Ela parecia completamente surpresa e confusa:— Você… como está aqui…?— Essa pergunta deveria ser minha. — Lucas respondeu, seu olhar agora sem a suavidade habitual, mais frio. — O que você está fazendo aqui, a essa hora?Este é o quarto do clube, um lugar reservado onde ele estava hospedado. Com sua posição e status, apenas os funcionários responsáveis pela limpeza tinham permissão para entrar. Joana já estivera aqui algumas vezes, mas, devido à sua posição, ela não tinha o direito de estar aqui sozinha. Até Pedro, mesmo sendo próximo, precisava da permissão de Lucas para entrar.Joana parecia nervosa, sem saber como agir. Ela se abaixou rapidamente para pega
Joana, com um cachecol feito à mão, conseguiu de Lucas um Cartão Infinite. Como ele mesmo disse, podia comprar o que quisesse, sem se preocupar com o preço.Luísa ligou para Mariana:— Joana tem mesmo cara de ostentadora, sabia? Veio aqui na minha loja e comprou mais de dez roupas! Pagou tudo com o cartão do Lucas!Mariana, com um tom calmo, perguntou:— É mesmo?— Como assim, "é mesmo"? Como você consegue ficar tão tranquila! — Luísa se irritou. — Logo, logo, você vai ter que arranjar espaço para ela, viu? Vai ser difícil competir com uma mulher dessas!Mariana, tranquila, respondeu:— Deixa ela fazer o que quiser. Você tem algo planejado para hoje à noite?Luísa, curiosa, perguntou:— O que aconteceu?Mariana suspirou e explicou:— Sobre Felipe… já te contei da última vez, né? Ele se machucou, e sei que a culpa toda começou por minha causa. Ele pediu para jantar comigo, mas eu não quero ficar sozinha com ele.— Entendi! — Luísa sorriu. — Onde vocês vão? Eu vou aparecer, como se foss
Mariana sabia, no fundo, que Lucas nunca tomaria uma atitude como aquela. Diante de Gustavo, ela apenas sorriu, tentando mostrar que estava satisfeita.— Está muito doce. — Disse, com um sorriso forçado.Quando subiram para o quarto, o clima entre os dois estava gelado. Pareciam dois estranhos, evitando qualquer interação, ambos imersos em um silêncio pesado. Mariana colocou suas coisas sobre a cama e foi direto para o banheiro. Quando saiu, estava vestindo um conjunto de pijama confortável, que a cobria completamente. Ela se deitou no sofá sem dizer uma palavra.Na noite anterior, Lucas não havia voltado para casa, e ela havia dormido sozinha naquela cama grande. Hoje à noite, ela se recusava a dividir o espaço com ele. O sofá seria o refúgio dela.Lucas não disse nada. Foi ao banheiro e, quando voltou, estava apenas com uma toalha amarrada na cintura, deixando à mostra seu corpo forte e musculoso. Mariana desviou o olhar, virando-se de lado, com as costas voltadas para ele.Ele s
No dia seguinte, Mariana ficou com febre. Gustavo chamou a empregada para comprar remédio e só então ouviu da empregada que Lucas tinha ido embora à meia-noite. Irritado, Gustavo telefonou para ele, ordenando que voltasse imediatamente. Na noite anterior, Lucas tinha agido de forma brutal, e Mariana se esforçou para se soltar, os dois caíram do sofá. Quando Lucas olhou, viu o frio e o ódio nos olhos de Mariana. Naquele instante, Lucas parou a respiração, e um desespero inexplicável subiu em seu coração. Aproveitando-se de sua distração, Mariana o empurrou com força e correu para fora. Ela foi para o escritório, mas não sabia quando o aquecimento havia sido desligado, e só vestia roupa de casa, acabou pegando um resfriado. Mas ela temia que Gustavo se preocupasse e não ousou sair, até que às cinco da manhã, tonta, voltou para o quarto. Ela se deitou, tendo a impressão de que não havia ninguém na cama. Dormiu até mais de sete horas, quando a empregada a acordou batend