Era Pedro.Mariana não queria conversa com ele. Passou ao lado dele sem parar, apenas acenando levemente com a cabeça.— Espere. — Pedro estendeu a mão, bloqueando seu caminho. — Preciso te perguntar algo.Mariana manteve o semblante neutro:— O que é?Pedro a analisou rapidamente antes de perguntar:— E Lucas? Ele não estava com você?Antes que ela pudesse responder, Lucas saiu do restaurante.Quando viu Pedro, seu rosto endureceu.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Lucas, sem esconder o desagrado.— Vim comer. Não sabia que vocês também estavam aqui. — Pedro respondeu casualmente. — Vocês brigaram de novo? É por isso que eu sempre digo: pessoas com valores diferentes nunca serão felizes juntas...— Cale a boca. — Lucas cortou, frio. — Se está tão desocupado, sugiro que vá varrer as ruas.Mariana olhou brevemente para os dois e decidiu seguir em frente. Nem sequer se deu ao trabalho de virar a cabeça.— Ei! — Pedro exclamou, mas Lucas o interrompeu com um tom gélido:— O que
Ele se alertou de repente, abriu os olhos e, ao olhar na direção do barulho, viu Joana, que caminhava de forma sorrateira, com algo nos braços, como se estivesse fazendo algo errado.— O que você está fazendo aqui? — Lucas perguntou, com a voz firme, quase severa.Joana se assustou, deixando o que estava segurando cair no chão.Ela parecia completamente surpresa e confusa:— Você… como está aqui…?— Essa pergunta deveria ser minha. — Lucas respondeu, seu olhar agora sem a suavidade habitual, mais frio. — O que você está fazendo aqui, a essa hora?Este é o quarto do clube, um lugar reservado onde ele estava hospedado. Com sua posição e status, apenas os funcionários responsáveis pela limpeza tinham permissão para entrar. Joana já estivera aqui algumas vezes, mas, devido à sua posição, ela não tinha o direito de estar aqui sozinha. Até Pedro, mesmo sendo próximo, precisava da permissão de Lucas para entrar.Joana parecia nervosa, sem saber como agir. Ela se abaixou rapidamente para pega
Joana, com um cachecol feito à mão, conseguiu de Lucas um Cartão Infinite. Como ele mesmo disse, podia comprar o que quisesse, sem se preocupar com o preço.Luísa ligou para Mariana:— Joana tem mesmo cara de ostentadora, sabia? Veio aqui na minha loja e comprou mais de dez roupas! Pagou tudo com o cartão do Lucas!Mariana, com um tom calmo, perguntou:— É mesmo?— Como assim, "é mesmo"? Como você consegue ficar tão tranquila! — Luísa se irritou. — Logo, logo, você vai ter que arranjar espaço para ela, viu? Vai ser difícil competir com uma mulher dessas!Mariana, tranquila, respondeu:— Deixa ela fazer o que quiser. Você tem algo planejado para hoje à noite?Luísa, curiosa, perguntou:— O que aconteceu?Mariana suspirou e explicou:— Sobre Felipe… já te contei da última vez, né? Ele se machucou, e sei que a culpa toda começou por minha causa. Ele pediu para jantar comigo, mas eu não quero ficar sozinha com ele.— Entendi! — Luísa sorriu. — Onde vocês vão? Eu vou aparecer, como se foss
Mariana sabia, no fundo, que Lucas nunca tomaria uma atitude como aquela. Diante de Gustavo, ela apenas sorriu, tentando mostrar que estava satisfeita.— Está muito doce. — Disse, com um sorriso forçado.Quando subiram para o quarto, o clima entre os dois estava gelado. Pareciam dois estranhos, evitando qualquer interação, ambos imersos em um silêncio pesado. Mariana colocou suas coisas sobre a cama e foi direto para o banheiro. Quando saiu, estava vestindo um conjunto de pijama confortável, que a cobria completamente. Ela se deitou no sofá sem dizer uma palavra.Na noite anterior, Lucas não havia voltado para casa, e ela havia dormido sozinha naquela cama grande. Hoje à noite, ela se recusava a dividir o espaço com ele. O sofá seria o refúgio dela.Lucas não disse nada. Foi ao banheiro e, quando voltou, estava apenas com uma toalha amarrada na cintura, deixando à mostra seu corpo forte e musculoso. Mariana desviou o olhar, virando-se de lado, com as costas voltadas para ele.Ele s
No dia seguinte, Mariana ficou com febre. Gustavo chamou a empregada para comprar remédio e só então ouviu da empregada que Lucas tinha ido embora à meia-noite. Irritado, Gustavo telefonou para ele, ordenando que voltasse imediatamente. Na noite anterior, Lucas tinha agido de forma brutal, e Mariana se esforçou para se soltar, os dois caíram do sofá. Quando Lucas olhou, viu o frio e o ódio nos olhos de Mariana. Naquele instante, Lucas parou a respiração, e um desespero inexplicável subiu em seu coração. Aproveitando-se de sua distração, Mariana o empurrou com força e correu para fora. Ela foi para o escritório, mas não sabia quando o aquecimento havia sido desligado, e só vestia roupa de casa, acabou pegando um resfriado. Mas ela temia que Gustavo se preocupasse e não ousou sair, até que às cinco da manhã, tonta, voltou para o quarto. Ela se deitou, tendo a impressão de que não havia ninguém na cama. Dormiu até mais de sete horas, quando a empregada a acordou batend
Acima, havia dois marcas de beijo roxas bem visíveis. Na noite anterior, não estava lá! Lucas! Exceto ele, não havia mais ninguém! Ele aproveitou que ela estava doente para fazer isso? Mariana achava que esse homem era completamente louco, com a cabeça cheia de besteiras. Ele nem mesmo poupava uma enferma! Agora Mariana estava com fome, vestiu-se e desceu. Não esperava que Lucas ainda estivesse lá. Gustavo provavelmente tinha ido cochilar. Lucas estava ao telefone. Ao ver Mariana descendo, ele disse algumas palavras, desligou e abriu a boca: — Como você está, já se sente melhor? Mariana lançou um olhar para ele. Lucas a encarou. Os dois trocavam olhares, ambos frios e impassíveis. Lucas então disse: — Está me ignorando? Mariana sentou-se, serviu-se de um copo de água morna e bebeu. Lucas baixou a voz: — Eu te dei uma chance, você não aproveitou, não me faça querer mais. Você teve febre, eu te ajudei a tomar banho, troquei suas roupas e cuidei de você. Não
Lucas olhou para ela: — Num encaixe perfeito? Você e ela? O que você acha que tem para se comparar com ela? Mariana, você merece isso? — Comparar com o quê? O que a Mariana não merece? Os dois se assustaram ao mesmo tempo, virando-se para ver Gustavo se aproximando. — O que vocês estão falando? — Gustavo só ouviu a última frase de Lucas e ficou intrigado: — Lucas, você de novo irritou a Mariana? A expressão no rosto de Lucas era indescritível. Mariana se apressou a abrir a boca: — Vovô, estávamos apenas discutindo… discutindo um jogo. Ele disse que eu não consigo derrotá-lo, não é irritante?Gustavo lançou um olhar severo a Lucas: — Você não sabe como deixar a Mariana em paz? Quando eram crianças, se tinha algo gostoso, sabia que deveria deixar para a Mariana. Se não deixasse, você ainda chorava! Lucas ficou sem palavras: — O senhor não pode inventar isso! Quando eu chorei?! Mariana estava curiosa: — Ele deixava você as besteiras para mim? Eu não sabia disso! Gustavo sorr
Gustavo disse: — Naquela época, ele realmente gostava de você. Nunca vi ele gostar tanto de alguém. Depois, quando ele cresceu um pouco, também frequentemente falava de você. Lucas foi criado por Gustavo. Suas palavras, naturalmente, tinham credibilidade. — E depois? — Mariana perguntou: — Depois que começaram a estudar, ele ainda falava de mim com você? Gustavo sorriu: — Esse rapaz era gordinho quando pequeno, muito fofo. Dos cinco aos seis anos, começou a emagrecer e, ao crescer, ficou mais quieto. Mas, mesmo que não dissesse, eu sabia que ele ainda gostava de você. Mariana ficou intrigada: — Como você sabe? Gustavo respondeu: — Todo ano, no seu aniversário, ele sempre se adiantava e fazia presentes para você. Você se esqueceu? Mariana ficou surpresa: — Presentes? Que presentes? — Desenhos que ele mesmo fez, blocos de montar que ele montou e até esculturas de madeira... Eu vi ele fazendo, silenciosamente, até se machucar e não contar. — Tem certeza de que era para mi