Na curva do corredor, um homem surgiu de repente, sacando uma faca brilhante e avançando diretamente contra Lucas.Joana, apesar de já saber que algo poderia acontecer, congelou ao ver o brilho ameaçador da lâmina.O som seco de um golpe cortou o ar, seguido pelo ruído inconfundível de uma faca perfurando carne.— Lucas! — Joana gritou, apavorada.Mas o ferido não era Lucas.Num reflexo quase instintivo, Mariana se colocou entre ele e o ataque, protegendo-o com o próprio corpo.Ela fechou os olhos, esperando uma dor intensa que nunca veio. Em vez disso, sentiu o mundo girar ao seu redor.Lucas a segurou firme e, num movimento ágil, virou-se para protegê-la. Apesar da tentativa, não conseguiu desviar completamente do ataque, e a faca se cravou em seu braço.Os seguranças de Lucas reagiram imediatamente, imobilizando o agressor.Joana ficou paralisada. Não apenas falhou em agir no momento crucial para provar sua "coragem" e "amor" por Lucas, mas também foi obrigada a assistir à cena da M
Pedro recebeu a notícia através de uma ligação de Joana. Joana estava profundamente inquieta. A reação de Lucas durante o incidente no aeroporto deixara claro que ele se importava com Mariana. E esse pensamento corroía Joana. Afinal, onde estava a indiferença que ele sempre demonstrava? Com detalhes, ela descreveu o ocorrido, mas terminou com uma pergunta que evidenciava sua insegurança: — Pedro, você não disse que Lucas não sente nada por Mariana? Mas hoje ele...? Pedro foi enfático: — Impossível! Não se preocupe. Deixe isso comigo. Ele fez uma pausa antes de perguntar, em tom grave. — A propósito, da última vez que Lucas se feriu... também foi por sua causa, não foi? Joana hesitou. Seu rosto ficou quente de vergonha. A situação anterior era completamente diferente da atual. Naquela ocasião, Lucas havia se machucado por acidente, e atribuir o ocorrido a ela seria mera vaidade de sua parte. — Não importa. Vou resolver isso. — Pedro disse, encerrando a ligação. Logo em
Mariana olhou para ele com firmeza:— Primeiro, vista uma camisa. Quero conversar.Lucas bufou, contrariado:— Conversar? Já tirei todas as minhas roupas, agora só quero tomar banho!— Não pode esperar? Pode tomar banho mais tarde. — Mariana rebateu, impassível.Ela insistiu em não querer lhe dar banho, só queria conversar sobre o divórcio. Quem sabe o que ele queria fazer no banho...Depois da conversa sobre o divórcio, Mariana acreditava que ele não teria mais vontade de tomar banho.Mas Lucas ainda insistiu:— Tome banho primeiro.Agora, Mariana tinha certeza de que esse homem só queria tirar vantagem. O que ele queria fazer no banho, Mariana preferia nem imaginar...Mariana olhou para ele, seu olhar se desviando para baixo:— Você não está cansado?Lucas seguiu seu olhar para baixo:— É por isso que estou cansado, preciso relaxar. Querida, se apresse.Mariana não falou nem se moveu.O olhar de Lucas ficou mais sério.Ele deu um passo à frente, forçando Mariana a recuar contra a par
No jantar, Mariana tomou bastante sopa. Gustavo foi quem serviu para ela, e recusar não era uma opção.No meio da noite, ela acordou com vontade de ir ao banheiro. Tentou se mexer, mas logo percebeu que algo estava estranho. Quando se deu conta do que era, ficou incrédula.Lucas só podia ser um animal! Ou talvez a reencarnação de uma fera.Mesmo dormindo, ele não a deixava em paz.Assim que Mariana se moveu, Lucas abriu os olhos, com a voz ainda carregada de sono:— O que foi?Sem perceber o que fazia, ele passou a mão levemente por ela, quase como se estivesse tentando acalmá-la.Mariana ficou em silêncio por alguns segundos, depois tentou se afastar. Mas Lucas, com um único movimento, puxou-a de volta para seus braços, firmando o aperto ao redor dela.— Preciso ir ao banheiro. — Disse ela, irritada, tentando afastar o braço dele.Depois disso, os dois voltaram a dormir até o amanhecer. Quando Mariana despertou, Lucas já havia saído.Ela suspirou, frustrada. Mais uma oportunidade de
Lucas tinha pouco tempo, então escolheu um restaurante discreto perto da empresa.Na sala reservada, os dois se sentaram. Mariana foi direta:— Sobre o divórcio, o que você realmente pensa?Lucas, enquanto servia água, fez uma pausa por um instante. Depois, respondeu com a mesma frieza de sempre:— Primeiro, vamos comer.— A comida nem chegou ainda. Dá tempo de resolvermos isso. — Insistiu Mariana. — Nós assinamos um acordo pré-nupcial, então não tem muito o que discutir sobre os bens...Lucas soltou um riso irônico:— Não tem muito o que discutir? E os presentes que eu te dei, você pretende levar?Mariana piscou, surpresa. Em três anos de casamento, as raras vezes em que ele deu presentes foram sem qualquer intenção genuína, quase sempre algo lembrado por Gustavo e escolhido por terceiros. Fora aquele presente recente, que ele fez questão de também dar a Joana.“Isso são presentes?”, pensou. Ela não esperava que Lucas fosse tão mesquinho. Mesmo assim, manteve o tom calmo e respondeu
— Apesar de tudo, ainda fomos marido e mulher, você vai querer acertar comigo cada centavo? — Mariana perguntou, hesitante, a voz carregada de incerteza.— Mariana... — Lucas a interrompeu, frio como uma lâmina de gelo. — Nós só estamos juntos por interesse. Vai mesmo querer falar de sentimentos agora? Se quer discutir divórcio, deve estar ciente das consequências. E, se não estiver pronta para lidar com todas elas, sugiro que fique quieta.— Mas...— Antes de falar em divórcio, por que não liga para o seu pai e pergunta quanto tempo a família Silva sobreviveria sem o apoio e os investimentos da família Oliveira? — As palavras de Lucas eram pesadas como pedras.Mariana ficou atordoada com a crueldade e a determinação dele. Ela havia acreditado que, mesmo após o divórcio, as parcerias já firmadas seriam mantidas. Mas o tom de Lucas deixava claro, sem o casamento, todo o apoio dele desapareceria como poeira ao vento.Ele se levantou da cadeira e lançou um olhar gelado em sua direção.—
Era Pedro.Mariana não queria conversa com ele. Passou ao lado dele sem parar, apenas acenando levemente com a cabeça.— Espere. — Pedro estendeu a mão, bloqueando seu caminho. — Preciso te perguntar algo.Mariana manteve o semblante neutro:— O que é?Pedro a analisou rapidamente antes de perguntar:— E Lucas? Ele não estava com você?Antes que ela pudesse responder, Lucas saiu do restaurante.Quando viu Pedro, seu rosto endureceu.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Lucas, sem esconder o desagrado.— Vim comer. Não sabia que vocês também estavam aqui. — Pedro respondeu casualmente. — Vocês brigaram de novo? É por isso que eu sempre digo: pessoas com valores diferentes nunca serão felizes juntas...— Cale a boca. — Lucas cortou, frio. — Se está tão desocupado, sugiro que vá varrer as ruas.Mariana olhou brevemente para os dois e decidiu seguir em frente. Nem sequer se deu ao trabalho de virar a cabeça.— Ei! — Pedro exclamou, mas Lucas o interrompeu com um tom gélido:— O que
Ele se alertou de repente, abriu os olhos e, ao olhar na direção do barulho, viu Joana, que caminhava de forma sorrateira, com algo nos braços, como se estivesse fazendo algo errado.— O que você está fazendo aqui? — Lucas perguntou, com a voz firme, quase severa.Joana se assustou, deixando o que estava segurando cair no chão.Ela parecia completamente surpresa e confusa:— Você… como está aqui…?— Essa pergunta deveria ser minha. — Lucas respondeu, seu olhar agora sem a suavidade habitual, mais frio. — O que você está fazendo aqui, a essa hora?Este é o quarto do clube, um lugar reservado onde ele estava hospedado. Com sua posição e status, apenas os funcionários responsáveis pela limpeza tinham permissão para entrar. Joana já estivera aqui algumas vezes, mas, devido à sua posição, ela não tinha o direito de estar aqui sozinha. Até Pedro, mesmo sendo próximo, precisava da permissão de Lucas para entrar.Joana parecia nervosa, sem saber como agir. Ela se abaixou rapidamente para pega