Antes, ele só tinha a mamãe, mas agora ele tinha muitos mais parentes.Embora ele geralmente parecesse mais maduro do que sua idade indicava, recentemente era possível perceber que ele estava realmente feliz.Finalmente, ele estava recuperando aquela alegria pura e inocente de criança.Ao sair da escola, Ana comentou: — O ambiente é bom, as instalações também são, mas as professoras parecem um pouco frias.Diego respondeu: — A professora que me acompanhou foi bem legal.Ana concordou: — Sim, aquela com cara fechada, parece uma líder. Mas tudo bem, de qualquer forma, você não vai ficar com ela.Quando voltaram para casa, Ana fez uma videochamada com Mariana, perguntando quando ela chegaria.Mariana respondeu: — Estou finalizando as coisas por aqui, se tudo correr bem, amanhã de manhã estarei aí.Ana disse: — O seu quarto fica ao lado do de Didi, tudo bem assim? Você pode dar uma olhada primeiro, e se não gostar da arrumação, podemos mudar depois.Quando soube que Ana concordou em vir pa
Ana sorriu: — Antes eu não tinha ânimo para isso. Mas agora que Mariana voltou, tenho uma filha tão linda! Como não sair para mostrar para todo mundo?Anderson comentou: — Tia, pode se preparar! Esses eventos são chatos demais!Ana deu um tapinha nele: — Deixa de bobagem!Depois disso, ela olhou para Mariana, que logo disse: — Mãe, sempre que eu puder, vou com você, com certeza.Era natural que quisesse exibir um pouco a filha, afinal, passou a vida inteira sofrendo por a ter perdido e agora finalmente a tinha de volta.Num piscar de olhos, chegou o dia de Diego começar a escola.Lucas queria ir junto a levar à escola, mas um problema de última hora surgiu em um dos seus projetos. Mariana não deixou que ele fosse.Ainda indignado, Lucas protestou: — Mas eu posso ir! Resolvo isso depois, não tem problema.Mariana disse: — Você não prefere resolver logo? Assim termina rápido e vem para cá me encontrar.Com apenas uma frase, ela o convenceu.Só que ele acabou se ocupando por vários dias s
— Mãe, eu realmente não sofri. — Mariana disse, tentando tranquilizar Ana. — Embora meus pais adotivos não fossem muito presentes, meus avós sempre me trataram com muito carinho.Isso era verdade. Os pais de Mário, ambos eram pessoas amáveis e carinhosas, e sempre cuidaram muito bem de Mariana.— E aquele casal, como pode? Te adotaram, mas nem se importaram com você.— Mãe, isso já passou. — Mariana respondeu suavemente. — Eu sou muito feliz agora.Ana olhou para ela: — Eu sei, mas no fundo ainda sinto que te devo muito. Por isso, Didi não pode passar nem por um pingo de sofrimento.Mariana acreditava que Diego jamais enfrentaria qualquer tipo de sofrimento.Mas ela subestimou o poder de influência e a percepção das crianças de hoje.No quarto dia de aula, ao sair da escola, Diego ouviu um garotinho gordinho, Bruno, ao lado dele, todo orgulhoso: — Hoje meu pai veio me buscar!Naquela escola, as crianças geralmente vinham de famílias com algum status. Por isso, na maioria das vezes, qu
Diego respondeu baixinho: — Nada não.Mariana não acreditou. Aquele jeitinho dele, com a carinha claramente demonstrando insatisfação, não tinha como esconder.Ela se agachou, ficou de frente para ele e, com suavidade, disse: — Didi, você sabe que pode sempre conversar comigo, né? Não foi isso que a gente combinou?Diego, um pouco envergonhado, falou baixinho: — É que tem uma coisinha...E então ele contou tudo.Mariana ouviu, e, ao final, não conseguiu segurar o riso, soltando uma risada leve.Diego corou um pouco nas orelhas: — Mamãe, você está rindo de mim.— Não estou rindo de você. — Mariana se apressou a dizer. — Didi também sabe brigar com os outros, né?— Ele que foi exagerado! — Diego respondeu. — Parece até que só ele tem pai.Mariana o abraçou com carinho: — Didi, eu entendi. Pode deixar que vou resolver isso, tá? Desculpa, meu amor...— Mamãe, não precisa se desculpar. — Diego disse rapidamente. — Eu não gosto disso.— Entendi. — Mariana deu um beijo nele: — Didi pode ficar
Mariana disse: — Quando você chegar na capital, eu vou te beliscar, aí você vai saber que não é sonho.Os dois se olharam e sorriram.— Eu realmente queria... voar para perto de você agora. — Lucas não conseguiu evitar e tocou o celular. — Sinto sua falta.Mas o que ele tocou foi apenas a tela fria.Mariana respondeu: — Então, venha logo, eu estou te esperando.Após desligar o telefone, Mariana se deitou na cama, se virou e abraçou o travesseiro para dormir.Antes de Lucas chegar à capital, Mariana teve uma conversa com Ana.Na verdade, antes de falar com Ana, ela foi procurar Renato.Após entender o que Mariana queria dizer, Renato falou: — Mariana, tanto eu quanto a mãe não vamos interferir na sua escolha, mas, claro, queremos o melhor para você.— O que você quer dizer, que Lucas não é o melhor?— Claro que não.— Talvez... — Mariana sorriu suavemente. — Ele pode não ser o melhor e pode ter muitos defeitos, mas ainda assim acredito que ele é o mais adequado para mim.Renato comentou
Durante todo o crescimento de Didi, ele nunca havia participado.Era como se, na sua infância, seus pais também tivessem faltado em sua vida.Não só na infância, mas também na adolescência, na juventude, ele não teve a presença dos pais.Ele já havia perdido quatro anos do crescimento de Didi e, agora, ele queria estar presente em tudo o que Didi vivenciasse daqui para frente.E, além disso, ele sentia falta de Mariana.Uma saudade que o consumia, como uma loucura.Era como um doce que ele desejou por mais de cinco anos. Quando não podia o comer, a dor era enorme.Mas o pior de tudo era ter provado uma única mordida e, depois, não poder mais saborear.Era como se seu coração tivesse se viciado, ele só se sentiria satisfeito ao beijar Mariana.Porém, ao chegar na capital, já era tarde da noite, e ele não podia a encontrar.Na manhã seguinte, Mariana acordou e viu uma mensagem no celular.Era de Lucas, enviada às 5h06 da manhã.Ele pedia que ela o ligasse assim que acordasse.Mariana foi
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz
O homem tinha uma aura fria e nobre, típica de alguém acostumado a altas posições, mas carregava uma simples sacola plástica preta. Sem dúvida, dentro dela estavam os produtos de higiene íntima que Joana precisava no momento.Mariana desviou o olhar e perguntou a ele: — O avô quer que jantemos na mansão esta noite. Você pode ir?Mas Lucas não olhou para ela. Seus olhos se fixaram em Joana: — Ainda sente dor na barriga? Você já tomou os medicamentos?Após dizer isso, ele estendeu a mão e passou a sacola. Joana sorriu timidamente ao o receber e lançou um olhar rápido para Mariana antes de responder: — Estou bem melhor agora, obrigada.— Pode ir, vou esperar você aqui. — Disse Lucas, olhando para ela com ternura nos olhos, e acrescentou: — Depois eu a levo para casa.Joana lançou mais um olhar cauteloso para Mariana e depois se virou e foi embora.— Então você me seguiu até aqui? — Lucas finalmente olhou para Mariana: — Valeu a pena?Mariana não se defendeu, apenas perguntou: — Senhor