Felizmente, Mariana logo o empurrou: — Simão, o que você está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?— Claro que aconteceu! — Simão olhou para ela com um ar de mágoa. — Mesmo que você não me escolha, não pode voltar para aquele canalha, né?Antes que Mariana pudesse responder, Lucas interveio: — Quem é canalha aqui é você!Simão olhou para ele: — Ah é? Então você nega tudo o que fez no passado?Lucas olhou para Mariana com um olhar de cachorro abandonado: — Mariana...Mariana estava com a cabeça fervendo.Ela se virou para Simão: — Você acabou de chegar, deve ter passado horas no avião. Precisa descansar...— Não estou cansado! — Simão respondeu. — Espere aí! Eu trouxe um presente pra você!Em seguida, ele caminhou rapidamente até o carro de luxo, abriu a limusine e pegou o presente.Assim que Lucas viu, seus olhos se arregalaram.O que era aquilo?Simão, aquele trapaceiro!Como ele também comprou flores?E, pior ainda, o buquê dele era claramente maior do que o que ele havia comprado!
Simão olhou para Mariana: — Mariana, eu não sou próximo dele. Não quero ir com ele.Lucas não aguentou e interveio: — Quantos anos você tem, hein? Ainda acha que é criança pra se fazer de coitado?Simão o fuzilou com o olhar: — Eu me faço de coitado com quem eu quiser, não tem nada a ver com você!— Se faz de coitado o quanto quiser, mas não seja assim com a minha namorada!— Ela é sua namorada, não sua escrava. Você não manda nela!— Chega, chega. — Mariana disse, com a cabeça latejando. — Parem de brigar.Ela então olhou para Simão: — Vou jantar com você e te levo para casa depois.Lucas estava prestes a falar, mas Mariana o olhou: — Você pode esperar por mim?Ele não teve escolha a não ser concordar: — Posso.E então, ele assistiu, impotente, enquanto Mariana entrava no carro de Simão.Lucas voltou para o próprio carro, olhou para as flores e os presentes que havia comprado e ficou remoendo a raiva sozinho!Como é que ele, o namorado oficial, poderia ser superado por um mero pretend
Só então, o coração de Lucas se acalmou lentamente.Mariana perguntou: — Vai continuar abraçando?Lucas não queria a soltar: — Sim, quero te abraçar pra sempre.— Mas estou com um pouco de fome.Lucas a soltou de imediato: — Você não... foi jantar com Simão?Mariana olhou para ele: — Você já comeu?Lucas estava prestes a falar, mas ela interrompeu: — Não minta.Ele não teve escolha a não ser balançar a cabeça, em silêncio.Ele perguntou: — Mas como você está com fome?— Não comi direito. — Mariana disse: — Fiquei ocupada consolando Simão.Lucas sentiu um aperto no peito, um sentimento amargo subindo: — Por que foi o consolar?Mariana explicou: — Ele é meu amigo. Como não posso corresponder aos sentimentos dele, então só pude o consolar.Ela olhou para ele. — E você, quer esse tipo de consolo?Lucas de imediato negou com a cabeça: — Não quero!Ele segurou a mão de Mariana e a guiou até o banco do passageiro: — Vou te levar para comer algo bem gostoso.Os dois seguiram para o restaurante
O pomo de Adão de Lucas se moveu levemente. Com medo de que seu olhar ardente fosse percebido, ele nem ousava olhar diretamente para Mariana.Ele entrelaçou as mãos, os polegares se esfregando suavemente, enquanto baixava os olhos para o chão e assentiu.Mariana estava ao seu lado, e ele podia sentir o leve perfume dela.Era um aroma que nenhuma fragrância poderia reproduzir.Nos anos em que Mariana esteve longe, ele sentiu uma saudade desesperadora daquele cheiro.Mas, com o tempo, ele percebeu que, neste mundo, Mariana era única.Ninguém jamais poderia a substituir.E ele não queria procurar algo que substituísse o cheiro dela.Mas, naqueles anos, sua insônia era tão grave que ele só conseguia dormir algumas horas após quatro ou cinco dias.Nem mesmo remédios para dormir faziam efeito.No final, ele teve que recorrer a injeções sedativas para conseguir descansar por algumas horas.Na época, Jaime até comentou que, se não fosse pela preocupação de Lucas com o avô, talvez ele realmente
Mariana fechou os olhos, sentindo uma calma sutil tomar conta de si.Alguns minutos se passaram, mas Lucas continuava imóvel.Ainda assim, Mariana conseguia perceber... O corpo dele ainda reagia.Tanto tempo e ainda não conseguiu se acalmar?Sem alternativa, ela quebrou o silêncio: — Você... pode voltar.Lucas murmurou em resposta.— Mas então se mexe, vai. — Mariana lhe deu um leve empurrão. — Não está desconfortável assim?— Estou. — Ele admitiu sem rodeios. — Mas não quero ir.— Então dorme aqui.Num instante, Lucas ergueu o rosto para a encarar. Os olhos brilhavam.— No sofá. — Completou Mariana.Ele sorriu. — No sofá também serve.Mariana estava apenas brincando com ele. Ela o empurrou de leve e se sentou. — Pronto, agora vai. Amanhã tenho um dia cheio.Assim que ela disse isso, Lucas sentiu uma pontada no peito.— Tá bom, então eu vou. Dorme bem.Ele se levantou. Mariana lhe lançou um olhar rápido, mas desviou logo em seguida.Lucas pegou o casaco, o dobrou sobre o braço e discre
Lucas até que estava satisfeito. Para ele, já estava ótimo receber o mesmo tratamento que o melhor amigo de Mariana.Só que, para sua surpresa, Simão disse: — Mariana, pra que deixar esse cara entrar? Sério, só de olhar pra ele, minha fome foi embora.Mariana soltou um suspiro: — Simão, eu te disse ontem à noite... Ele é meu namorado. Você não tinha prometido que ia se controlar?Simão fez uma expressão contrariada, cruzando os braços: — Tá, mas você precisa me dar um tempo pra digerir isso.Quando estavam no exterior, mesmo depois de ser rejeitado, Simão nunca se afastou. Sempre esteve por perto, cuidando dela, até ajudando a criar o filho.Houve algumas vezes em que Didi teve febre alta à noite e ficou doente. E foi Simão quem a levou ao hospital.Mariana sempre sentiu que lhe devia muito.Ela tentou o convencer inúmeras vezes a não desperdiçar seu tempo com ela, mas, por mais que insistisse, Simão simplesmente não se deixava convencer.Já pensou em se afastar aos poucos, esfriar a r
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz
O homem tinha uma aura fria e nobre, típica de alguém acostumado a altas posições, mas carregava uma simples sacola plástica preta. Sem dúvida, dentro dela estavam os produtos de higiene íntima que Joana precisava no momento.Mariana desviou o olhar e perguntou a ele: — O avô quer que jantemos na mansão esta noite. Você pode ir?Mas Lucas não olhou para ela. Seus olhos se fixaram em Joana: — Ainda sente dor na barriga? Você já tomou os medicamentos?Após dizer isso, ele estendeu a mão e passou a sacola. Joana sorriu timidamente ao o receber e lançou um olhar rápido para Mariana antes de responder: — Estou bem melhor agora, obrigada.— Pode ir, vou esperar você aqui. — Disse Lucas, olhando para ela com ternura nos olhos, e acrescentou: — Depois eu a levo para casa.Joana lançou mais um olhar cauteloso para Mariana e depois se virou e foi embora.— Então você me seguiu até aqui? — Lucas finalmente olhou para Mariana: — Valeu a pena?Mariana não se defendeu, apenas perguntou: — Senhor