Aquilo era ridículo. Eu não podia simplesmente ficar chorando igual uma vaca inútil. Eu tinha que parar de chorar.
Ah, qual é, eu era uma tapada.
T-A-P-A-D-A
TA-PA-DA
Como eu nunca tinha percebido? Como? Todos os sinais estavam lá, estampados, escritos, desenhados, materializados. Só eu não via.
Durante muito tempo Will fora a única pessoa que havia conseguido me fazer bem, a me fazer feliz de verdade, diferente de todas as outras pessoas, e nunca exigia nada por isso. E o que eu havia feito? Pisado, chutado e arrebentado ele.
Ai, minha nossa. Eu podia morrer e viver outras milhares de vidas, mas eu nunca iria merecer aquele cara.
Eu era uma pessoa horrível. Como eu podia ser tão mesquinha com ele? E agora, o que eu estava fazendo? Me lamentando igual uma tapada que eu era.
Eu tinha perdido ele. Will tinha desistido de mim. Ele ia sair com outra garota, ia co
– Mãe, vou sair – avisei.Minha mãe me observou durante alguns segundos.– E desde quando você me avisa que vai sair? – ela arqueou a sobrancelha.Desde que Mattias e estamos de rolo, e não queremos que ninguém desconfie de nós, portanto saímos separados para depois nos encontrarmos lá fora – pensei.– Vá logo – falou minha mãe, dando de ombros.O quê? Por que você não é uma mãe super protetora e preocupada que me proíbe de ir até ali na esquina? Por quê?! Por quê, hein? Hein?! Eu te amaria mais, mulher.Saí pra fora.Fazia só uma hora desde que Mattias havíamos estado mais... próximos.Quero dizer, pra mim aquilo ainda era estranho. Eu sempre encarei sexo com naturalidade, já que nunca tinha sido tabu na minha família,
Beleza, não estávamos namorando e eu não achava legal cobrar mais dela, mais do que eu já tinha cobrado.Estávamos no quiosque, e ela tentava disfarçar, mas simplesmente não conseguia afastar os olhos de Will, em outra mesa, com uma garota que era a cara de Sam. Loira, baixinha e uma expressão que te fazia pensar caralho, vou levar um soco se eu encara-la por muito tempo– É, bem, você conseguiu – murmurou Josh.– Acho que sim – falei chateado.Josh e eu estávamos de pé, enquanto Samira estava sentada, roendo as unhas.– Acha? – disse Josh, provocativo.Por um lado, eu havia conseguido beija-la e deitar com ela, mas... Samira não era minha. E eu temia que nunca fosse.Já eu, era dela. Eu não sabia se era amor, mas Samira simplesmente tinha poder sobre mim. Ela me dominava completamente.&nd
Pov’s WillA garota beijava mal pra caralho e não ajudava o fato de a boca dela feder a tabaco misturado com tequila estragada. Se bem que eu nunca havia cheirado tequila estraga, mas se eu tivesse, teria o mesmo cheiro que a boca daquela menina. Pelo menos era revigorante ver Sam nos olhando com raiva. Só que não era legal ver ela se pegando com o Mattias. Porém era interessante ver que depois de um mega beijo deles, a primeira coisa que fez depois de abrir os olhos foi me olhar com uma expressão puta da vida.— Você sabe que teremos que terminar isso aqui em outro lugar — falou a loira em meu ouvido em uma tentativa fracassada de soar sexy.— É? Teremos? — sussurrei distraidamente, me ocupando em devolver o olhar a Samira.— Teremos — quase pulei da cadeira quando senti a mão dela apertar meu brinquedo. Encarei-a assustado, ela sorriu. Qual era
Vamos dizer que 90% das coisas que eu fazia eram impensadas. Se for pra ver mesmo, eu não sabia por que eu fazia as coisas que fazia. Eu só fazia e pronto. Se eu pensasse um pouquinho nas consequências, sabe, antes de agir, seria o melhor pra todo mundo.Quando eu vi o violão, eu soube, era o momento. Alguns minutos depois, lá estava eu, tocando e cantando. Tudo bem, eu não era ruim. Talvez tocando eu era bem melhor do que cantando, mas minha voz não era uma das piores. Ah, vai, até que eu era afinadinha.Enfim, eu e Will havíamos treinado aquela música por semanas. Mal eu sabia o por quê. Foi meio que por acaso.Em um dia estávamos no mercado comprando manteiga de amendoim, porque tinha acabado, e era um ritual nosso comer manteiga de amendoim às terças. E aí estava eu e ele, plantando o terror no sup
Era estranho. Eu não sentia quase nada. Não sentia dor, desconforto, ou prazer. Eu só tinha a sensação de entrar e sair dele, sua mão apertando minha cintura e o cheiro ruim que o cigarro soltava.— Mais rápido, loira, mais rápido! — exclamava Mattias, arfando e gemendo.Fiz o que ele pediu e ao mesmo tempo joguei meu cabelo para o lado e o dividi em três mechas. Comecei a trançá-las para passar o tempo.— Isso! Isso! Ai meu Deus! Só um pouco mais rápido! Isso! Isso! Ahhhh! — Mattias suspirou e com delicadeza me tirou de cima dele, então eu caí para o lado, deitando minha cabeça em um travesseiro.Nem tinha porque fingir que eu tinha gostado. Pouco provável que ele se lembrasse depois.Não falei nada. No fundo, no
Pov's MattiasAlgumas vezes na vida, as pessoas fazem escolhas que nem sempre é a melhor para se orgulhar. Algumas vezes na vida, eu fiz escolhas pensando no outro, algumas vezes, só fiz pensando em mim, e em todas essas escolhas, só uma coisa é semelhante: eu me fodi em todas elas.– E-Eu não sabia – murmurei para a loira. Minha cabeça girava, meu coração batia forte no peito, o suor escorria por minha testa e eu sentia uma espécie de eletricidade usufruir por meu corpo. Péssima hora para eu ter feito uso de drogas.Devia estar estampado na minha cara que eu sabia. Era perca de tempo dizer que não sabia que meu querido e desgraçado velho pai e a mãe perfeita e santa de Samira eram amantes. Ironia nunca morre.– É mentira – exclamou
– É que... ninguém presta nesse mundo, Nicholas? Ninguém mesmo?Nico riu de novo. Parecia que com ele, nada nunca estava ruim e o sorriso nunca iria desaparecer de seu rosto.– Ninguém. E eu não sou exceção, princesa.– Se você sabe disso, por que não tenta mudar? – sussurrei.Ele fez um barulho com a boca, e depois tragou de novo o cigarro e soprou a fumaça para cima.– Porque eu sou humano – respondeu. – Somos humanos, Samira, todos nós. Humanos erram.– Bela filosofia – debochei.Nicholas deu de ombros.– Mas é verdade, gata.Suspirei.– Eu sei.Ficamos em silêncio. Longos minutos depois, Nico jogou o cigarro no chão e o apagou com o calcanhar.– O que você vai fazer? – perguntou.– Sobre?– Sei
— Vocês formam um belo casal — falou uma voz feminina atrás de nós.Nos viramos e nos deparamos com Emma. Ela estava séria, vestindo seu pijama, mas havia um quê de brincadeira nos seus olhos.Me soltei de Will e corri até a ela. A abracei forte.— Emma, sinto muito. Me desculpe, de verdade… Desculpe se eu te magoei naquele dia, sinto muito mesmo — disse eu.Emma ficou durante alguns segundos em silêncio e depois sussurrou:— Eu que peço desculpas, estava tão preocupada tentando não perder vocês que eu não me liguei no que faria vocês dois felizes. Sinto muito. Eu… nunca vou aprovar cem por cento vocês dois juntos… mas já aceito. Eu só quero que vocês sejam felizes.E naquele mo