- Papai, Ritinha, venham me salvar! Rápido! - Dentro da siderúrgica, o rosto de Amanda, encharcado de lágrimas, se destacava na escuridão. - Se você continuar chorando, vou cortar sua língua! – Leitão repreendeu a menina.O corpo frágil de Amanda estremeceu. Ela imediatamente fechou a boca, soltando alguns soluços contidos. Parecia desolada.- Você é a única neta de Eugênia. Tenho certeza de que ela te ama muito. Se eu arranhar essa carinha inocente, Eugênia vai me odiar, não é mesmo? - Leitão ria friamente, levantando a faca que estava em sua mão e dando um tapinha no rosto delicado de Amanda. - Papai, tem pessoas ruins aqui! Eles são muito maus, venha salvar a Amanda! - Ela chorava copiosamente.- Não se preocupe. Seu pai e seu tio estarão aqui em breve. Eles só têm uma hora. – Leitão disse. ...Lucas e Jerónimo chegaram nos últimos cinco minutos. Eles chutaram a porta e entraram rapidamente. Jerónimo olhou fixamente para Amanda, e então, seus olhos escuros se desviaram emanando f
Em segundos a situação que até então parecia estar sob controle, tomou outro rumo. Lucas confiscou a faca de Leitão e rapidamente pegou Amanda que estava no banco de trás. No mesmo momento Jerónimo freou o carro bruscamente atirando Leitão violentamente contra o banco da frente!Quando Leitão se recuperou ele tentou abrir a porta para fugir, porém, Jerónimo foi mais rápido, saiu do carro e o imobilizou no chão.Lucas retirou a venda preta dos olhos de Amanda. Assim que a pequena viu Lucas, imediatamente começou a chorar, segurando firmemente o pescoço de Lucas com suas mãozinhas.- Papai, Amanda está com medo!Lucas sabia que Amanda havia levado um grande susto. Ele e George a tinham protegido muito desde que ela era pequena. Era compreensível que Amanda estivesse assustada e perdida, especialmente sendo ainda tão jovem.- Não se preocupe, está tudo bem agora. Papai está aqui. - Lucas abraçou Amanda com força, beijou sua testa e fez o seu melhor para acalmá-la.- Papai, Amanda está mui
Ao ler a mensagem, os dedos de Jerónimo paralisaram por alguns segundos, hesitando em responder imediatamente. Ela havia perguntado o porquê da doação de uma biblioteca para a Universidade de Comunicação de Curitiba. Antes que Jerónimo pudesse pensar na resposta, Fernanda enviou outra mensagem. “Só estou curiosa, se você não quiser falar, tudo bem.”As palavras dela pareciam esconder alguma insegurança emocional. Contudo, Jerónimo a amava mais do que imaginava. Mesmo sendo o orgulhoso Jerónimo, ele nunca havia economizado em expressar seus sentimentos por ela. ‘’“Se você realmente quer saber”. – Jerónimo apertou o botão para enviar a mensagem e prontamente Fernanda respondeu, perdendo o interesse. “Deixa pra lá. Vou dormir agora.”Jerónimo pensou e decidiu responder com apenas duas palavras. “Boa noite.”Do outro lado do telefone, Fernanda observava a tela do chat franzindo a testa levemente. "Maldição, eu disse que não queria saber e ele realmente não disse!"Jerónimo, dentro do quar
Na madrugada do dia seguinte, às quatro horas, Lucas acordou Rita para que ela se vestisse.Ainda sonolenta, Rita esfregou os olhos e murmurou:- Estou tão cansada. Podemos pular o nascer do sol hoje? Acho que ver o nascer do sol aqui no hotel já é bem romântico. Afinal, o hotel em que estavam hospedados oferecia uma vista panorâmica de 360 graus. Do terraço para além das janelas do chão ao teto, podiam ver as mais belas paisagens e o nascer do sol no Hawaii.- Quem disse que vamos ver o nascer do sol? – Lucas respondeu enquanto ajudava ela a se vestir. - Então, o que vamos ver? O que pode ser mais belo do que o nascer do sol? - Rita pensou por um momento, mas não chegou a nenhuma conclusão. Lucas, claro, não disse nada.Depois de se prepararem e saírem do hotel, havia um motorhome estacionado na entrada. Rita não pensou que fosse deles e, segurando o braço de Lucas, estava prestes a alugar um carro. Foi quando ele a puxou de volta e apontou com o queixo para o motorhome à frente.-
Eles dirigiram por quase dez horas para chegar ao destino. A noite estava caindo, o momento perfeito para o crepúsculo. O tempo não estava dos melhores, mas não parecia que ia chover. Era o clima ideal para observar baleias.Rita estava sentada dentro do motorhome, olhando pela janela, quando perguntou, curiosa:- A vista aqui é agradável, mas por que viemos até aqui? As vistas de onde estávamos eram melhores.Lucas já tinha saído do veículo. Ele estava parado do lado de fora da janela. Rita já a tinha aberto, e podia vê-lo sem obstruções. Meio corpo dela já se projetava para fora quando Lucas, de repente, estendeu o braço e a puxou através da grande janela aberta, direto para seus braços.- Lucas! Por que você me tirou pela janela em vez de usar a porta? - Rita exclamou.- Você não acha impressionante a força do seu namorado? - O olhar penetrante de Lucas se encontrou com o dela.- Quem precisa da sua força? Isso é um pouco arriscado! – Rita fingia desagrado.- Estou aqui embaixo, seg
Após assistirem às baleias à beira-mar, Lucas queria dirigir o trailer em busca de um hotel próximo. No entanto, o mapa mostrava que o hotel mais próximo ainda ficava a pelo menos seis ou sete horas de distância de carro.- Afinal, estamos em um trailer e já trouxemos nossas bagagens. Não era o plano passar a noite aqui dentro? - Rita sugeriu. Afinal, já era tarde e as condições da estrada eram incertas. Lucas nunca deixava Rita dirigir durante o dia, muito menos à noite. Se toda a responsabilidade da condução caísse sobre Lucas, Rita não se sentiria confortável.- Você conseguirá dormir aqui dentro? É um pouco claro. – Lucas questionou.- Com o Sr. Lucas como meu travesseiro, claro que sim. - Rita sorriu e se aconchegou em seu colo. Ela deu uma olhada na pequena cama dentro do trailer. Era um pouco apertada, mas nada insuportável para uma noite. Havia também um sofá retangular ao lado, caso necessário, um poderia dormir na cama e o outro no sofá.O jantar foi preparado na cozinha comp
Depois que Thais terminou sua canja de frango desfiado, Lucas ainda não havia retornado. Aproveitando o momento em que Thais estava tomando banho, Rita saiu do trailer. Viu Lucas fumando sozinho à certa distância.- Por que você está aqui fora fumando sozinho? -Ao se aproximar dele, Rita prontamente arrancou o cigarro das mãos de Lucas e o atirou no chão.Lucas ficou ligeiramente surpreso, não esperando que a ação de Rita fosse tão natural. - Você está ficando cada vez mais parecida com a Sra. Souza. - O olhar que ele lançou sobre ela era ainda mais intenso.- Fumar é ruim para a saúde. Por mim, Amanda e Abílio, você tem que cuidar bem de si mesmo, entendeu? – Rita disse.Observando sua expressão séria, Lucas sorriu suavemente e passou a mão pelos cabelos longos e bagunçados de Rita.- Entendi, pequena governanta.Rita afastou sua grande mão e arrumou o cabelo, resmungando:- Você bagunçou todo o meu cabelo.- Saímos todos, você não teme que Thais roube nosso dinheiro? – Lucas acenou
Uma hora depois, Rita retornou sorrateiramente ao vagão da frente para dormir. Thais ainda estava acordada, mexendo no celular. Sem pensar muito, Thais perguntou:- Você tomou outro banho? -Ela notou que os cabelos de Rita estavam molhados e que ela havia trocado o pijama, aparentemente depois de um banho.- Sim, suei um pouco depois do banho. Estava meio abafado no trailer. - Rita respondeu.Thais não deu muita importância na resposta. Porém, vendo Rita se aconchegar na pequena cama e puxar o cobertor, Thais não resistiu e perguntou:- Onde seu marido vai dormir esta noite?- Ele está dormindo no assento lá atrás. – Rita apontou com a cabeça. - Isso é constrangedor. Por que não vou dormir lá e deixo ele vir pra cá? – Thais questionou, um pouco envergonhada.- Não precisa, ele é um cavalheiro. Você não tem que se sentir mal. - Rita sorriu.- Eu te invejo, Rita. Seu marido parece perfeito. – Thais confessou, deitada no sofá, encarando o teto do motorhome. O celular ao lado de Rita soo