Eles dirigiram por quase dez horas para chegar ao destino. A noite estava caindo, o momento perfeito para o crepúsculo. O tempo não estava dos melhores, mas não parecia que ia chover. Era o clima ideal para observar baleias.Rita estava sentada dentro do motorhome, olhando pela janela, quando perguntou, curiosa:- A vista aqui é agradável, mas por que viemos até aqui? As vistas de onde estávamos eram melhores.Lucas já tinha saído do veículo. Ele estava parado do lado de fora da janela. Rita já a tinha aberto, e podia vê-lo sem obstruções. Meio corpo dela já se projetava para fora quando Lucas, de repente, estendeu o braço e a puxou através da grande janela aberta, direto para seus braços.- Lucas! Por que você me tirou pela janela em vez de usar a porta? - Rita exclamou.- Você não acha impressionante a força do seu namorado? - O olhar penetrante de Lucas se encontrou com o dela.- Quem precisa da sua força? Isso é um pouco arriscado! – Rita fingia desagrado.- Estou aqui embaixo, seg
Após assistirem às baleias à beira-mar, Lucas queria dirigir o trailer em busca de um hotel próximo. No entanto, o mapa mostrava que o hotel mais próximo ainda ficava a pelo menos seis ou sete horas de distância de carro.- Afinal, estamos em um trailer e já trouxemos nossas bagagens. Não era o plano passar a noite aqui dentro? - Rita sugeriu. Afinal, já era tarde e as condições da estrada eram incertas. Lucas nunca deixava Rita dirigir durante o dia, muito menos à noite. Se toda a responsabilidade da condução caísse sobre Lucas, Rita não se sentiria confortável.- Você conseguirá dormir aqui dentro? É um pouco claro. – Lucas questionou.- Com o Sr. Lucas como meu travesseiro, claro que sim. - Rita sorriu e se aconchegou em seu colo. Ela deu uma olhada na pequena cama dentro do trailer. Era um pouco apertada, mas nada insuportável para uma noite. Havia também um sofá retangular ao lado, caso necessário, um poderia dormir na cama e o outro no sofá.O jantar foi preparado na cozinha comp
Depois que Thais terminou sua canja de frango desfiado, Lucas ainda não havia retornado. Aproveitando o momento em que Thais estava tomando banho, Rita saiu do trailer. Viu Lucas fumando sozinho à certa distância.- Por que você está aqui fora fumando sozinho? -Ao se aproximar dele, Rita prontamente arrancou o cigarro das mãos de Lucas e o atirou no chão.Lucas ficou ligeiramente surpreso, não esperando que a ação de Rita fosse tão natural. - Você está ficando cada vez mais parecida com a Sra. Souza. - O olhar que ele lançou sobre ela era ainda mais intenso.- Fumar é ruim para a saúde. Por mim, Amanda e Abílio, você tem que cuidar bem de si mesmo, entendeu? – Rita disse.Observando sua expressão séria, Lucas sorriu suavemente e passou a mão pelos cabelos longos e bagunçados de Rita.- Entendi, pequena governanta.Rita afastou sua grande mão e arrumou o cabelo, resmungando:- Você bagunçou todo o meu cabelo.- Saímos todos, você não teme que Thais roube nosso dinheiro? – Lucas acenou
Uma hora depois, Rita retornou sorrateiramente ao vagão da frente para dormir. Thais ainda estava acordada, mexendo no celular. Sem pensar muito, Thais perguntou:- Você tomou outro banho? -Ela notou que os cabelos de Rita estavam molhados e que ela havia trocado o pijama, aparentemente depois de um banho.- Sim, suei um pouco depois do banho. Estava meio abafado no trailer. - Rita respondeu.Thais não deu muita importância na resposta. Porém, vendo Rita se aconchegar na pequena cama e puxar o cobertor, Thais não resistiu e perguntou:- Onde seu marido vai dormir esta noite?- Ele está dormindo no assento lá atrás. – Rita apontou com a cabeça. - Isso é constrangedor. Por que não vou dormir lá e deixo ele vir pra cá? – Thais questionou, um pouco envergonhada.- Não precisa, ele é um cavalheiro. Você não tem que se sentir mal. - Rita sorriu.- Eu te invejo, Rita. Seu marido parece perfeito. – Thais confessou, deitada no sofá, encarando o teto do motorhome. O celular ao lado de Rita soo
Quando Lucas e Rita chegaram em casa, exaustos, em Cidade S, Amanda e Mateus estavam brigando no quintal. Parecia que Cidade S acabara de receber uma chuva, o solo do gramado ainda estava enlameado. As duas crianças estavam sujas de lama da cabeça aos pés, suas faces e mãos originalmente pálidas agora estavam completamente sujas.- Minha Ritinha não é má, a culpa é toda da tia! A tia quer roubar meu papai! Mas meu papai é meu e da Ritinha! – Amanda berrava.- Você está mentindo! Tudo isso é por causa daquela mulher que está causando discórdia, minha mãe não pode voltar para casa e chora todas as noites! – Mateus retrucava.Assim que Lucas e Rita saíram do carro, ouviram as crianças teimosamente de pé, gritando uma com a outra..Preocupada, Rita correu para separá-los, puxando Amanda e Mateus um para cada lado.- Vocês são irmãos, são parentes, como podem brigar?Mateus lançou um olhar para Rita, com um desacordo nos olhos, que eram completamente frios.Ao ver Rita e Lucas de volta, a
À noite, Lucas estava no escritório, lidando com o trabalho que tinha acumulado nos últimos dias. Rita e Amanda estavam no quarto do bebê, cuidando de Abílio. - Em apenas alguns dias sem ver você, pequeno, você ganhou bastante peso. – Rita segurava Abílio nos braços, olhando ternamente para o filho.- O mano é tão comilão, bebe mais leite do que eu. – Amanda observou. - Ele ainda é pequeno e precisa principalmente de leite, então, é claro que ele beberá mais do que você. – Rita respondeu rindo.- Olha isso, mano, você gosta? - Amanda se aproximou, segurando um pequeno tambor de brinquedo, tentando atrair a atenção de Abílio que não pestanejou, mantendo um rosto totalmente indiferente, sem qualquer interesse no brinquedo. - O mano é tão frio.- Parece que ele herdou o temperamento do seu pai. - Rita, sentindo um pouco os braços cansados, colocou o tranquilo Abílio de volta no berço. - Ritinha, por que você e papai fugiram? Acordei e vocês não estavam lá, liguei e ninguém atendeu. Pen
Na noite chuvosa, o céu estava escuro. Fabio dirigia sozinho, percorrendo todos os possíveis lugares de Cidade S onde Luísa poderia estar. No entanto, não encontrou nem um vestígio dela. Finalmente, desolado, Fabio se sentou em um banco de jardim ao ar livre, como uma criança que perdera sua alma. "Onde você foi, Luísa?" A chuva lavava seu rosto, de modo que era difícil decifrar a expressão nele. Fabio, desanimado, cobria o rosto com as mãos.De repente, um guarda-chuva preto todo desarranjado se abriu protegendo-o da chuva. Era Diana, que vinha seguindo Fabio.- Luísa é tão importante assim para você? – Ela perguntou. Fabio não respondeu, sentindo que ela jamais entenderia. Ele enxugou o rosto e levantou a cabeça: - Como você sabia que eu estava aqui? - Eu disse que gostava de você. Não estava brincando. Sempre me preocupei com você. - Diana respondeu com franqueza.Ele não teve qualquer reação a sua declaração. Nesse momento, ele estava afundado na tristeza de ter perdido Luísa.
No andar de baixo, Lílian limpava os cacos de garrafas de vinho do chão e não podia evitar falar com Diana:- Diana, realmente não sabemos se o Fabio foi enfeitiçado por aquela Luísa. Senhorita Diana, você é muito melhor do que a senhorita Luísa em todos os aspectos. Fabio simplesmente não tem sorte. Mas talvez, você ainda tenha uma chance. Talvez a Luísa não volte.Diana fechou os punhos e engoliu saliva antes de responder:- Mesmo que Luísa não volte, eu ainda não teria chance. – Ela sabia que nunca tinha entrado no coração de Fabio. Nem mesmo a possibilidade de permanecer nas bordas de seus sentimentos ele havia concedido. Diana não queria admitir, mas ela sabia bem que até Rita tinha despertado algum interesse em Fabio, um interesse que ela, Diana, nunca conseguira despertar. Talvez para Fabio, Diana nem sequer contasse como mulher.A chuva fora da janela se intensificava. No quarto no segundo andar, Fabio se encontrava sentado no chão, junto à cama, cercado por garrafas de vinho v