Tiago estava ajoelhado na beira da cama, e Amélia, envolta em um cobertor, estava sentada à sua frente. Seus olhos úmidos o fitavam intensamente.Tiago segurou suas pequenas mãos e disse:- Não sei como explicar agora, a situação é um pouco complicada, mas eu prometo, vou resolver tudo.- Resolver? Então você está dizendo que aquela mulher lá fora realmente tem algo a ver com você?- Eu não tenho nenhuma relação significativa com ela.As sobrancelhas delicadas de Amélia se franziram:- Nenhuma relação significativa, então houve algum flerte?- Amy, eu só tive você como minha mulher.- Mentiroso. - Amélia o olhou com fúria.- Como eu te enganei?Amélia liberou seus pensamentos:- Você é um mentiroso. Você tem mais de uma mulher, eu tenho certeza! Eu não devia ter deixado você me trazer aqui ontem à noite! Que arrependimento!O olhar escuro de Tiago se fixou nela, e finalmente ele sorriu. Com uma mão carinhosa, ele acariciou o rosto delicado dela:- Você está me acusando injustamente; so
Amélia saiu chorando da casa de Tiago, cruzou a rua de maneira imprudente e quase foi atropelada por um carro. Por sorte, Tiago a alcançou a tempo e a puxou para seus braços, protegendo-a. A van branca parou e o motorista começou a xingar:- Você é cega? Vá morrer longe daqui! Não venha causar acidentes na estrada!Tiago lançou um olhar frio e penetrante ao motorista, que percebeu que estava lidando com alguém que não deveria ser provocado. Ele foi embora resmungando.Amélia empurrou Tiago com força, os olhos cheios de desgosto e raiva.- Me solta! Não me toque, Tiago! Por que você está me assediando se já é casado?"Não só me assediou como também dormiu comigo!"Amélia estava tremendo de raiva, como se alguém tivesse quebrado seu coração em pedaços.Tiago permaneceu impassível diante dos seus insultos.- Amy, eu não tenho um relacionamento verdadeiro com ela.- Pare de me chamar de Amy, Tiago! Não acredito em nada que você diga agora! Isso é traição, você sabe disso? Eu tenho caráte
Tiago acertou um soco poderoso no rosto de Xuxa.Sangue escorria do canto da boca dela, tamanha a força do soco."Ele deve estar realmente irritado", pensou ela. Os olhos de Tiago, gelados como o ártico, fixavam-se nela.- Normalmente não bateria em uma mulher, mas você, Xuxa, passou de todos os limites!Xuxa lambeu o sangue que escorria de sua gengiva e encarou Tiago com olhos fixos.- Limites? Desde quando essa mulher é o seu limite? Você a conheceu há quanto tempo? O que é mais importante: os irmãos ou uma mulher qualquer?- Se você tivesse um pingo de autopercepção e se colocasse no lugar de um irmão, não teríamos chegado a esse ponto hoje. Xuxa, nunca te vi como uma mulher, então pare de se iludir.Depois de ser expulsa do apartamento, Xuxa apertou os punhos com raiva. Na saída do prédio, ela fez uma ligação:- Investigue. Quero todas as informações sobre Amélia!Tiago voltou para seu quarto, sua visão fixa no centro da cama. Suas pupilas se contraíram.Sentado à beira da cama, ele
Amélia correu de volta para seu apartamento, segurando o peso do corpo enquanto ficava parada atrás da janela, seus olhos cheios de lágrimas fixos no homem ainda parado lá embaixo. Ela cobriu a boca com a mão, segurando os soluços que surgiam. "Por que ele, já casado, ainda vem me procurar?" Agora ela percebia que realmente não conhecia Tiago; ela não sabia nada sobre sua família. "Ele é repugnante, como eu pude ser tão tola?"Enxugando as lágrimas, ela puxou a cortina fechando-a com vigor. Ela não queria mais deixar seus olhos no homem lá embaixo. "O que acontece com ele daqui para frente não tem mais nada a ver comigo." Ela não se rebaixaria ao ponto de interferir no casamento de outra pessoa. Sua educação e caráter não permitiriam isso.Lá embaixo, Tiago encostou-se ao carro e acendeu outro cigarro. O chão ao redor dele estava repleto de bitucas. Embora sempre tivesse sido uma pessoa consciente de sua saúde, sem qualquer vício em tabaco, agora ele precisava dos cigarros para p
Em uma das gavetas de Tiago, uma pequena regata de algodão branco estava dobrada impecavelmente. Era a peça que Amélia havia tirado para curar suas feridas. Ele a guardou, imaculada, por uma década inteira.Ele jamais esqueceria aquela noite fria, o aconchego suave e caloroso daquela jovem em seus braços.Na manhã seguinte, Amélia foi para o hospital com os olhos inchados. Ela tinha, na verdade, pensado em tirar o dia de folga para evitar Tiago. "Mas se eu não for hoje, o que faço nos outros dias? Não posso simplesmente parar de fazer o estágio no hospital", pensou ela.Depois de ponderar, ela finalmente decidiu ir para o hospital, mesmo relutante.Ao chegar, logo após trocar de roupa, um colega de trabalho veio provocá-la:- Amélia, o que você andou fazendo de errado ontem à noite? Por que seus olhos estão tão inchados?- Não é da sua conta. - Amélia respondeu, ríspida.Seu colega riu e disse:- Talvez você devesse pegar uma compressa de gelo na sala médica. Você está um pouco assusta
Mansão dos Souza.Rita recebeu uma ligação do seu irmão Jerônimo.- Irmão?Do outro lado da linha, Jerônimo falou com uma voz baixa e calorosa:- Faz muito tempo que não nos falamos, como você está?Desde a morte do seu pai, Jorge, Rita raramente sentira tal afeto familiar. Com um sorriso afetuoso, ela respondeu:- Estou bem, na verdade. E a cirurgia da mãe? Como foi?- Tudo correu bem. O médico disse que ela vai ficar boa logo. Ela tem sentido bastante a sua falta, mas também tem medo de que a viagem faça mal para o bebê.Rita sorriu:- Vou falar com o Lucas para visitarmos vocês em Curitiba. - Tudo bem. Quando você decidir, me avise. Posso mandar alguém te buscar.- Não precisa. A propósito, como estão as coisas entre você e Fernanda?Ao ouvir o nome de Fernanda, Jerônimo hesitou por um momento. Depois de uma breve hesitação, disse calmamente:- Nada de novo, não espero muito dela.Rita, claro, entendeu o que Jerônimo quis dizer com "nada de novo". Era evidente que o relacionamento d
Na manhã seguinte, Lucas finalmente cedeu e permitiu que Rita fosse a Curitiba visitar a Sra. Eugênia. Contudo, ele insistiu em ser seu acompanhante durante a viagem. Ele levou Rita para Curitiba pessoalmente, com planos de passar a noite e voar de volta para o trabalho no dia seguinte. Eles chegaram à Mansão dos Bastos pouco depois das seis da tarde.Jerônimo e a Sra. Eugênia os receberam. Ao ver os dois entrando, a Sra. Eugênia abraçou Rita emocionada.- Rita, por que você não me avisou que estava vindo? Eu poderia ter mandado seu irmão te buscar no aeroporto.Rita lançou um olhar para Lucas e respondeu com um sorriso suave:- Queria te fazer uma surpresa. Lucas tem trabalho para fazer, então ele só me trouxe aqui hoje e voltará para casa amanhã de manhã.A Sra. Eugênia pareceu um pouco surpresa e gentilmente bateu no braço de Lucas.- Você trabalhou duro, Lucas. Deixe suas malas, lave as mãos e venha jantar.Ao se sentarem para comer, Rita notou a ausência de Fernanda e perguntou ca
Depois de chegar à Escola de Comunicação de Curitiba, o motorista estacionou na garagem do dormitório onde Fernanda vivia. Rita já tinha avisado Fernanda que estava chegando e disse ao motorista:- Você pode ir agora. Vou passar algum tempo com Fernanda e voltar para a família Bastos mais tarde.- Certo, após terminar com a Srta. Fernanda, só me avisar.- Está bem.Assim que Rita saiu do carro, Fernanda já estava vindo para fora do prédio do dormitório. Fernanda era deslumbrantemente bela, com uma pele tão branca e luminosa que a destacava na multidão.- Rita!Fernanda estava vestida casualmente. Usava um par de sapatos de couro de salto grosso e cor nude, que acentuavam sua elegância discreta. Seus cabelos estavam soltos sobre os ombros, mas isso de forma alguma diminuía sua beleza.Caminhando em direção a Rita, Fernanda estendeu o braço em sua direção e perguntou com um sorriso:- O que te traz a Curitiba? O Sr. Lucas permitiu que você viesse sozinha?Rita respondeu com um sorriso ma