Entre a vida e a morte

Cristhian

Nunca soube lidar com minhas emoções. Sempre foi mais fácil construir uma muralha entre o mundo e eu, um escudo de frieza que me mantinha longe de tudo que realmente importava. Mas agora, dirigindo sem rumo pelas ruas desertas, com o peito esmagado por uma angústia sufocante, me perguntava se essa muralha tinha desmoronado.

Elena tinha ligado mais uma vez. Por semanas, ignorei todas as tentativas dela de entrar em contato, mas naquela tarde, enquanto estava sentado no restaurante com a Rubí e o Ryan, algo me fez atender. O nome dela apareceu na tela do celular, e uma parte de mim, que eu achava que tinha morrido, decidiu que precisava ouvir o que ela tinha a dizer.

A voz dela, trêmula e suplicante, me atravessou como uma faca. —Cristhian, por favor... me perdoa. Não consigo viver com isso—. Enquanto falava, as palavras dela viraram um redemoinho de desespero. Eu a rejeitava, mas não conseguia evitar sentir o peso daquela dor me atingindo do outro lado da linha, apertando meu
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