POV CELESTE—Espere! Por favor, espere! —gritei com todas as minhas forças e corri para o ponto de ônibus. Mas o motorista não me ouviu e fechou a porta.—Não! —gemei decepcionada, tremendo e sem fôlego. O ônibus foi embora quando eu estava a apenas alguns passos do ponto. Agora teria que esperar mais dez ou quinze minutos pelo próximo ônibus. Chegaria atrasada para o trabalho, algo que nunca havia acontecido. Ontem à noite, eu estava tão cansada que adormeci. Que tola fui ao esquecer de colocar o despertador.Peguei o telefone da bolsa para enviar uma mensagem à senhora Longford avisando que chegaria atrasada. Eu estava verificando os contatos do meu telefone quando me deparei com o número de Theodore. Anotei seu número ontem à noite, apesar de não ter intenção de ligar para ele.Theodore era nosso vizinho em Nova Jersey. Loiro, bonito, com covinhas, alto e magro.Para mim, ele era o homem mais gentil que eu já havia conhecido. Tinha todas as qualidades que eu queria em um homem. Era
POV CELESTE— Ei, Celeste. Romeo voltou e quer que você faça um café para ele — gritou Genevieve atrás de mim, e quase deixei cair a garrafa de leite que estava segurando.— Romeo, quem?— O cara que parecia um dos modelos da Dior.— Qual? — perguntei a Genevieve, mas ela já tinha ido embora antes que eu pudesse terminar minha pergunta. Eu estava na cozinha, ajudando a senhora Longford a preparar a massa para as panquecas.Saí da cozinha e examinei os rostos dos clientes. Então, eu o vi. O cara com quem esbarrei esta manhã e que me chamou de desnutrida.Vi que ele já tinha ido embora há um tempo, então me perguntei por que havia voltado. Tanto faz. De qualquer forma, não me importava. Tenho certeza de que ele era o mesmo cara a quem Genevieve se referia como Romeo.Sinceramente, não gostei dele. Era muito arrogante e não sabia pedir desculpas. Se achava muito importante. Na verdade, foi culpa dele que esbarramos um no outro.Eu estava com pressa para chegar à cafeteria porque já estav
POV CELESTE—O quê?! Ela está morta?—Sim, ontem à noite ela teve uma overdose de analgésicos — Maxwell, o garçom, me ligou quando eu estava prestes a sair de casa para ir trabalhar no dia seguinte.Meu coração batia muito rápido. De repente, senti muito frio e minhas mãos tremiam.—Não. Não posso acreditar! Ela parecia tão bem ontem. Você tem certeza? — Eu não conseguia aceitar o fato de que a senhora Longford estava morta. Não... Não... ela, não, por favor.—Sim, Jared confirmou. Ele me ligou para nos informar que a cafeteria estará fechada temporariamente por cerca de duas semanas.Jared era solteiro e o único filho homem da senhora Longford. O resto de seus filhos eram mulheres e já estavam casadas.—Meu Deus, isso é inacreditável — Eu ainda não conseguia aceitar que ela havia partido. Isso é um pesadelo!Eu me sentia devastada. A senhora Longford era como uma mãe para mim. Era uma mulher amável e uma excelente empregadora. Ela até me pagava muito bem. Eu sentiria muita falta dela
POV CELESTE—Ah, obrigada, muito obrigada—. Eu estava tão sobrecarregada de felicidade.Vinte minutos depois, eu estava diante da secretária do senhor Pedrosa. Seus olhos eram como raios laser escaneando minha aparência, de cima a baixo, novamente. Era a terceira vez que ela fazia isso.—Ele não conhece você nem nenhuma Celeste Whitmore. Disse que não ofereceu trabalho a ninguém recentemente e que nunca vai a cafeterias.—Tem certeza? Ele acabou de me oferecer um trabalho, há uma semana. Ele vai se lembrar de mim assim que me vir—. Fiquei muito decepcionada. Como ele podia esquecer tão facilmente sua oferta de trabalho, de mim e do café?—Talvez. Não se preocupe, eu vou ajudá-la a vê-lo, está bem? Espere na área de descanso.Seis horas depois, eu ainda estava sozinha na enorme área de descanso do escritório do senhor Pedrosa. Cochilei várias vezes. O ambiente era muito aconchegante, e o ar-condicionado agradável. Os sofás da sala eram tão confortáveis que me encolhi neles. Havia uma g
POV EROSMeus olhos examinaram seu rosto e se fixaram nas sardas de suas bochechas e nariz. Ela tinha um rosto muito bonito, tão fresco e natural, sem nenhum tipo de maquiagem.Olhei para o seu olho esquerdo e depois para o direito, um tom de esmeralda e azul-claro combinados, que me atraiu ainda mais, como os polos de um ímã, me puxando irresistivelmente. Meus olhos desceram até seus lábios rosados e deliciosos. Merda! Uma sensação súbita e dolorosa se agitou dentro de mim, e imediatamente recuei.Eu a conhecia. Eu realmente a conhecia. Seus olhos... seus lábios... seu rosto...Não! Não pode ser ela, é impossível. Elas têm personalidades diferentes, como fogo e gelo ou óleo e água. Celeste parece tão recatada, conservadora e muito correta, alguém de quem um homem pode se orgulhar ao levar para casa e apresentar à mãe... e a outra garota era tão... selvagem.— Tudo bem? — Meu pai, Markos Pedrosa, interrompeu meus pensamentos. Ele nos observava atentamente, do jeito que costumava fazer
POV CELESTE—Senhor Pedrosa? Senhor Pedrosa...—. Onde ele está?Ele disse para eu ir com ele. Tentei acompanhar seu ritmo, mas ele andava muito rápido. Não conseguia enxergar com clareza. Perdi a concentração em sua direção.Finalmente, vi uma porta e decidi abri-la. Talvez este seja o seu escritório.Girei a maçaneta lentamente e abri a porta de uma vez. Fiquei no batente, examinando o ambiente, tentando imaginar o que havia dentro. Tudo era branco, com cubículos.Ouvi o som da água e vi quatro homens de pé diante da parede, conversando.—Não darei meu voto para aquele estaleiro japonês a menos que Pedrosa se ofereça para aumentar minha participação nele.—Sim, claro. Pensei exatamente a mesma coisa. Shh... Ouvi dizer que pai e filho estão apostando tudo porque há lingotes de ouro escondidos debaixo do estaleiro.Minha respiração acelerou e senti minhas bochechas quentes. Pelo amor de Deus! Estou no banheiro masculino!Antes que pudesse me virar para sair, os homens se voltaram para
POV EROSO que é isso! Achei que fosse um incêndio. A voz dela não é nada agradável de se ouvir. Estou até começando a ter dor de cabeça. Ela deveria se dedicar a fazer um café delicioso, em vez de tentar ser cantora.Acabei adormecendo sem querer durante uma entrevista de emprego com ela. Não dormi bem na noite passada e o cansaço me dominou de repente. A emoção e a pressão de fechar um negócio muito importante sempre me levam ao limite; dormir se tornou a última das minhas prioridades. Era como uma obsessão, uma paixão dominante pelo poder, pela autoridade e pelo controle total.Olhei para ela fixamente: Celeste Whitmore. Parecia tão inocente, como uma donzela, parada na minha frente. Sua expressão era uma mistura de surpresa e deleite.— Estou contratada? — disse ela, cobrindo a boca com as mãos e arregalando os olhos. Tinha olhos esmeralda realmente incríveis, muito cativantes.— Sim, e você começará amanhã de manhã — respondi com uma voz firme e autoritária.— Sim! Sim, sim! Muit
POV CELESTE— Uau! Parabéns, irmã. Você conseguiu! — exclamou Lillian com alegria quando lhe contei que o Senhor Pedrosa me havia contratado.— Sim. Ainda não acredito. Tive que me beliscar várias vezes. Finalmente tenho um novo emprego! — Deixei a bolsa no sofá e tirei a peruca. Depois, penteei meu cabelo comprido e ruivo com a mão.— Ele te fez a mesma oferta? — Seus olhos se arregalaram de emoção.— Sim, ele fez. É um homem de honra. — Sorri de orelha a orelha, compartilhando a boa notícia com minha irmã.— SIM! Sim! — gritou de felicidade, pulando para cima e para baixo. Então, me juntei a ela. Parecíamos crianças, pulando juntas de mãos dadas e depois nos abraçando. Não conseguimos evitar, estávamos encantadas. Era como ganhar na loteria.— O que está acontecendo? — perguntou minha mãe ao sair do quarto. — Que boas notícias vocês têm?— Ah, mamãe! Você não vai acreditar. Celeste foi contratada por um multimilionário.— Um multimilionário? — Os olhos da minha mãe se arregalaram. —