POV CELESTE—Celeste! Que surpresa! — Walter, nosso vizinho e sócio de Jason, me cumprimentou assim que entrei no famoso salão de beleza das celebridades em Manhattan, onde ele trabalhava. Lá, ele era esteticista e maquiador. — O que te traz aqui, querida?—Preciso da sua ajuda, Walter.—Ah! Quer um corte de cabelo? Ou quer tingir seu ruivo de um vermelho escuro? Não, não, de jeito nenhum, querida, não vou permitir. Esse seu cabelo é lindo.—Não. Só preciso de uma pequena transformação.—O que quer dizer com transformação? — Ele arqueou as sobrancelhas surpreso.Passei a mão da cabeça aos pés.—Quer dizer... OH, MEU DEUS! Tem certeza? — Seus olhos brilharam de emoção e ele cobriu a boca com as mãos, surpreso.Sorri para ele.—Acho que... é hora de mostrar meu verdadeiro eu.Finalmente, decidi me livrar dos fantasmas do passado e seguir em frente. Não queria continuar vivendo com medo, isso não me levaria a lugar nenhum. Eu precisava ser forte para enfrentar o que realmente aconteceu e
POV EROSFiquei atônito e sem palavras. Apenas fiquei olhando para Ruiva.Pisquei várias vezes para ter certeza de que ela era real e não um produto da minha imaginação. Mas toda vez que eu abria os olhos, ela ainda estava lá, em pé, me olhando com um sorriso nos lábios. Ela era incrivelmente linda, com seu glorioso cabelo ruivo e seus cativantes olhos verdes, seu rosto tão absurdamente encantador e um corpo perfeito de tirar o fôlego.Pelo amor de Deus. Ela era absolutamente perfeita, deslumbrante, impressionante… não havia palavras para descrever o quão linda ela era.Não sabia se deveria estar feliz ou irritado. Naquele momento, meus sentimentos estavam em conflito. Minhas emoções estavam confusas, me deixando desnorteado. Já não sabia o que sentia. Depois de quatro anos, finalmente a encontrei, e pensar que parei de procurá-la há tanto tempo.Sim, eu admito, procurei por ela em todos os cantos de Nova York por mais de um ano. Em todos os bares, shoppings, parques, supermercados, i
POV EROS— Sim, é. Mas o passado é passado. Não guardo rancor.— Mas você sofreu, Celeste.— Sim, mas não mais. — Ela me deu um sorriso que me comoveu. — Decidi sair do meu casulo e mostrar quem eu realmente sou. Não podia continuar me escondendo, especialmente agora que vamos nos casar. Sentia que estava enganando você, os outros e a mim mesma.— Você fez a coisa certa.— E eu tinha certeza de que, mais cedo ou mais tarde, você descobriria meu segredo.— Sim, eu descobriria. Também podia sentir sua dor e suas lutas. Eu também sofri bullying, porque nasci rico. Você consegue imaginar? Crianças são atormentadas não apenas por terem algum defeito físico ou mental, ou por serem de um status muito baixo na vida. Mas também pelo que têm: beleza, inteligência, talento e riqueza.— Sofri abusos verbais, zombarias e fofocas de algumas garotas na escola. Elas não paravam.— Elas estavam apenas com ciúmes e inseguras por causa da sua beleza. Você é muito linda, não importa a cor do seu cabelo,
POV CELESTE— Onde está Celeste? — ouvi a Senhora Nina Pedrosa sussurrar para seu filho no momento em que entramos na mansão dos Pedrosa.— Está bem na sua frente, mamãe — riu Eros.— Celeste? Quer dizer... Celeste?! É mesmo você? Está deslumbrante! — Imediatamente, ela me abraçou e beijou minhas bochechas. — Sinto muito, querida, não te reconheci.De repente, me vi cercada pela família Pedrosa, que estava incrédula com minha transformação. Seus olhos analisavam meus traços físicos um por um, avaliando-me de cima a baixo. Alguns precisaram piscar várias vezes para absorver a ideia de que eu era realmente Celeste.Meu rosto ardia, e eu me retorcia de vergonha. Ah, quem me dera encontrar um buraco onde pudesse me esconder.— O que aconteceu com seu cabelo preto? — perguntou Cassandra, a prima de Eros. — Você tingiu?— Não... eee... eh...— Esse é o cabelo natural dela, Cass. Antes ela usava uma peruca preta por um motivo. Não pergunte mais sobre isso, está bem? — disse Eros secamente, e
POV CELESTE— Tudo é tão avassalador. Só preciso de um pouco de tempo para me acostumar.— Sinto muito, querida, mas não temos tempo suficiente. — Ele sorriu com sarcasmo.Suspirei frustrada. Meus ombros caíram. Odiava tanto a situação em que me encontrava. Como desejava que tudo fosse real... o noivado... o casamento... o amor e o romance... o felizes para sempre. Mas meu noivo não era material de príncipe encantado. Não acreditava no amor, nos contos de fadas ou no felizes para sempre. Não tinha um pingo de romantismo. Era como uma máquina, um robô... ou um extraterrestre de outro planeta…— Celeste, casar-se comigo não será tão ruim, eu prometo. Não sou um ogro.Sim, você é. Um ogro bonito, ao qual qualquer mulher acharia difícil resistir.— Eu sei... e não tenho medo de você.— Bem, isso é um alívio. Prometo que tomaremos tudo com calma. No seu ritmo. Tudo bem?— Tudo bem.— Eros, eles já chegaram — ouvi Paul dizer atrás de mim.Eros assentiu e logo dispensou Paul.— Venha, vamos
POV EROSA data do casamento já estava marcada. Seria dentro de um mês. Mas, mesmo assim, eu estava muito irritado e confuso.Eu não podia estar errado. Celeste e Ruiva eram a mesma pessoa. Mas como ela não se lembrava de mim? Sofria de amnésia ou de síndrome pós-concussão? Ou tinha uma irmã gêmea?Isso é impossível! Minha mente não descansará até descobrir a verdade, e tem que ser agora. Vamos ver...Encontrei Celeste no pátio, sentada em um sofá e conversando com minha prima Cassandra, que estava em uma poltrona à sua frente. Imediatamente, me aproximei delas.— Você está pronta para ir para casa, Ruiva?O rosto de Celeste virou-se imediatamente para mim. Seus olhos me olharam friamente.— Ah... claro, em um minuto.— Ai, que fofo, você a chama de Ruiva — disse Cassandra. — Eu costumava chamar meu primeiro namorado de bombom e ele me chamava de lábios de açúcar... muito engraçado porque meu segundo namorado me chamava de cachorrinha... Eu odiava isso, então terminei com ele depois d
POV CELESTE— Ai! — exclamei quando esbarrei em alguém e senti o líquido frio escorrer do meu peito até as minhas coxas. Olhei para o meu vestido e de repente fiquei boquiaberta de horror ao ver a mancha de vinho tinto nele.— Foi culpa sua. Você que trombou comigo — ouvi uma voz feminina, seguida de uma risada estridente e suave.Levantei o olhar e vi Victoria Davenport, que me sorria com um sorriso que nem sequer chegava aos olhos.— Desculpe, não vi você — me desculpei educadamente e voltei a olhar para a mancha no meu vestido. Fiquei muito consternada, pois era um vestido de grife muito caro. E se a mancha não sair?— Você merecia muito mais que isso. Sua vadia. Fingindo ser estudiosa e planejando seduzir Eros. HA! Bom truque — disse Victoria com uma voz suave e melodiosa, mas com um sorriso sarcástico no rosto. — Talvez você se sinta como a Cinderela com essa sua transformação não tão impressionante e se casando com um jovem bilionário, mas continua sendo o mesmo ratinho entedian
POV CELESTE—Vou deixá-los a sós. — disse Lillian antes de sair.Theodore e eu continuamos nos encarando. Eu não conseguia desviar o olhar dele. Seus olhos cativantes me mantinham presa no lugar. Ele me observava atentamente.Ainda era o mesmo depois de quatro anos, um homem muito bonito, com cabelos dourados e olhos ternos e sonhadores. O homem que eu admirava e venerava como um herói. Mas agora parecia mais confiante, mais sábio e muito respeitável.Ele estendeu a mão, e eu, impulsivamente, coloquei a minha sobre a dele. Então, num instante, ele me puxou para o círculo de seus braços.Fiquei sem fôlego, como se tivesse dezoito anos novamente.—Sinto sua falta — disse Theodore com voz grave. Ele inclinou a cabeça e beijou minha bochecha.—Eu... eu também sinto sua falta.Ele me deu um sorriso satisfeito e então me abraçou com força. Envolvi sua cintura com meus braços e pressionei meu rosto contra seu peito. Ficamos assim, abraçados, por alguns minutos.Comecei a me emocionar, mas me