Minutos antes, Sebastian Black tinha um semblante de desespero. Paralisado, olhando para a sua filha tão frágil, tão pequena, mas sempre agressiva. Sebastian sabia que havia uma chance real de que aquela não fosse mais uma história que a pobre Zozo costumava fantasiar dentro de sua cabeça desequilibrada. Todos os olhares estavam direcionados para a garota que ainda mantinha um sorriso de orgulho no rosto. – A Zozo ganhou? Zozo acha que ganhou! Sebastian Black saiu do desespero e bagunça que seus pensamentos se formaram. Lá estava ele, ajoelhado em frente a criança. Suas mãos apoiadas nos braços da garota. Olhando no fundo dos olhos da filha, Sebastian Black praticamente implorava para que ela negasse aquilo. Sua mente tentava a todo custo se convencer d que ela devia ter sonhado. Seria um grande pesadelo que fosse real. Seria simplesmente terrível perder as únicas coisas que Sebastian Black se importava na vida, e ele sabia que ficaria louco. – Zozo, isso não é uma brincadeira.
Sebastian chegou como uma bomba na direção do motorista. Arrancando o homem de dentro do carro, Sebastian parecia querer mata-lo ali mesmo. - O que ela disse para você? – Sebastian Black cuspiu as palavras. Mesmo mantendo o homem em suas terras, Sebastian sabia que teria um propósito no final. Um empresário não agia sem pensar. – O que? Quem? – Os olhos do homem estavam arregalados de medo.Sebastian Black não esperou. O primeiro soco atingiu o homem com tanta fúria que partiu o lábio. O nariz estava sangrando depois do segundo golpe, e no terceiro tudo se quebrou no rosto daquele homem. Sebastian Black parecia o monstro que sempre pensaram que ele fosse, e a fama se espalharia rapidamente depois daquilo. A estatura tão grande o fazia parecer assustador demais para qualquer pessoa naquela região, e qualquer golpe que aquele homem desse em alguém já seria o bastante para tornar-se brutal e até mesmo mortal.– O que a Sia disse a você naquele dia? – Senhor? – O homem cobria o ros
Quase dois dias a procura da mulher que amava. Dentro daquela mata fechada, Sebastian Black sentou em cima de um tronco de arvore enquanto olhava para o fogo. Aquele calor que ardia nos olhos do Sebastian Black, em meio ao frio cortante, e que o fazia se lembrar da dor que o homem guardava no peito. O semblante dele, no entanto, era tão calmo. O terno ainda estava sujo de sangue de outra pessoa. Aquele maldito motorista devia estar bem longe da cidade, aproveitando a oportunidade para desaparecer, mas Sebastian não se importava. Encontrar a esposa impostora era a única coisa importante. Trazer a paz de volta para ele, para a Zozo. Devolver uma filha para a Dáda... Filha... Sebastian Black deu-se conta de que a esposa impostora podia ser uma verdadeira herdeira do Barão. Aquele homem maldito havia feito sua filha Pax assinar as escrituras de tudo quando perdeu em uma mão de azar no jogo, mas a esposa impostora nunca aceitou perder sua fortuna. De toda forma, Sebastian não precisava d
Siena Robins colocou a mão em baixo da barriga. Tinha uma certa dificuldade começando a aparecer toda vez que ela tentava fazer algo sozinha. Seus olhos ainda eram sempre desconfiados, e desde que se manteve naquela casa, não houve um único motivo para sorrir. Seu bebê era sempre quieto demais, e quase nunca se movia dentro da mãe. Siena Robins sempre acreditava que aquela criança sentia o ambiente hostil em que morava. Sentada em um sofá próximo a janela, Siena olhou para baixo daquele prédio no décimo segundo andar e uma angústia apareceu para ela. As lembranças começaram a surgir outra vez, em forma de sonhos ou pensamentos, e a pobre moça já não conseguia identificar se havia criado ou se realmente aconteceram. Mas seu corpo suado sempre estava em sua memória, e o olhar apaixonado daquele homem em cima dela, acariciando o rosto macio. Siena Robins quase podia sentir a sensação de ser tocada por ele. Os olhos dela se fecharam, e um sorriso enviesado apareceu nos lábios. Havia uma
“ Caro amor da minha vida. Escrevo essa carta com tanta dor que mal consigo enxergar minha própria letra. Eu nunca quis que fosse assim, e jamais pensei em magoar você, mas aqui estamos, nós dois, sofrendo. Pretendo ir embora para sempre, mas preciso que saiba, por que eu já não posso mais suportar isso. Eu tenho câncer. Sim, eu sei que você já sabia disso, mas o que não sabe é: Eu tenho dívidas. Irina me prometeu dinheiro por uma noite, e eu sinto tanto pensar que aceitei. Eu lamento ter enganado você, mas Sebastian, eu não me arrependo. Eu nunca pensei que viveria o que vivi aqui, e nunca pensei que fosse conhecer o que é o amor. Por muito tempo eu estive noiva, mas ele me enganou. É uma longa história, e eu receio que nunca poderei contar a você em frente a uma bela lareira no nosso quarto. Oh, eu sei que vou sentir saudades disso. Eu sentirei saudades sobre tudo! E eu sei que é uma grande audácia minha, mas realmente pensei que pudesse fazer você feliz, finalmente. Por que você,
Siena Robins desceu do carro e o cabelo bagunçou com o vento. O rosto angelical observava tudo, por seus lindos olhos claros e tão delicados. As pessoas estavam paralisadas, olhando para ela. Talvez fosse a beleza do longo cabelo vermelho, talvez sua aparência tão linda quanto uma pedra preciosa, ou talvez a barriga grande que Siena Robins exibia com orgulho. Parada ali, na frente daquele veiculo antigo, a mulher se assemelhava mais com uma pintura que a realidade. Uma mulher sorriu, e parecia ser de alivio, mas Siena jamais conseguiria compreender o motivo. Ao menos naquele momento. No entanto, as memórias começavam a surgir em sua mente, levadas por uma onda de dores de cabeça que quase a fez se curvar. A água... Siena se lembrava da água. Siena se lembrava dos rostos furiosos, das mãos que a tocavam. Era a mesma sensação dos pesadelos que Siena sempre acabava por esquecer no momento em que abria os olhos. Por que faziam aquilo com ela? O peito sentiu um longo e terrível calafrio
Siena Robins correu em direção a porta. Estava sem chaves, mas também não estava trancada. Uma falha de alguém que talvez pagasse caro por isso. Siena Robins abriu e sentiu a brisa forte e que vinha junto ao odor do Rio que se aproximava cada vez mais que Siena se mantinha correndo. A pobre mulher grávida mal aguentava andar sem parecer desengonçada, mas agora corria como uma louca, por ruas que desconhecia completamente. Olhando para trás, Siena se certificou de que Bruce Jacobs não a alcançaria, mas lá estava ele, tão próximo. O rosto transtornado, o punho ainda serrado, os olhos arregalados por algum motivo. Siena não parava de olhar para trás. Seu corpo encontrou algo forte e rígido, como um muro a sua frente. Um corpo? Siena se chocou com alguém, mas aquele homem era tão forte que sequer estremeceu com o impacto dos corpos em alta velocidade. Siena Robins olhou lentamente para cima e seu coração parou de bater. Ao olhos dela mal conseguiam ficar parados, encarando aquelas linhas
Sebastian Black entrou no carro. Havia um nó que se instalou dentro da garganta, mas que parecia nunca mais abandona-lo. Era irritante, era uma droga! Sebastian mordeu o dedo cheio de anéis. A aliança ainda estava ali, no dedo dele. Quando Sebastian Black segurou na própria perna, viu o símbolo daquela mulher que amava, e aquilo o deixou mais irritado. Um grito rasgou sua garganta. O bebê rasgou seu coração. Aquela barriga grande, aquela pele perfeita manchada de roxo. Sebastian estava plenamente descontrolado agora. Um soco no banco do carro, outro soco na lataria do carro. Ípsilon até tentou não se envolver com a situação, mas já estava difícil demais suportar aquela dor. – Onde ela está? Pensei que a traria de volta. – Grávida! – Sebastian Black rosnou. – Siena está grávida! Ípsilon sorriu. Aquele sorriso puro e sincero tão raro quanto o do Sebastian Black. – Isso é muito bom. Isso é maravilhoso! – Ípsilon sorriu. Aquele sorriso morreu tão lentamente e de forma dolorosa. – Is