Roberto tinha fogo nos olhos e uma hostilidade explícita dirigida a George, que respondeu com um olhar igualmente carregado, temperado por um vislumbre de desprezo.Percebendo a tensão entre os dois homens, Jaqueline interveio rapidamente:— Roberto, por que você veio aqui?Roberto se virou para Jaqueline e explicou:— Eu fui ao seu quarto e você não estava lá. O empregado disse que você tinha saído de carro, e você continuava desligando minhas ligações. Uma amiga sua mentiu dizendo que você estava na casa dela. Por que você fez isso?Ele estava realmente desesperado, temendo que algo ruim tivesse acontecido a ela.— Então, como você soube que eu estava aqui?— Eu ouvi algo sobre uma transfusão no fundo da ligação, então deduzi que você estaria no hospital. Você disse que costuma vir ao Hospital do Céu, então pensei que você poderia estar aqui. Mesmo que você não queira me ver, não deveria brincar com sua própria vida. E se algo tivesse acontecido na estrada?Jaqueline podia ver claram
Ela havia prometido não se exaltar, mas diante de tal situação, foi impossível se controlar. Ao ver o punho trêmulo de Jaqueline, Roberto sentiu como se um balde de água fria fosse jogado sobre ele, percebendo que ela ainda estava doente. Rapidamente, segurou sua mão e disse:— Desculpe, não vou mais falar, não fique irritada.A súbita desculpa do homem deixou Jaqueline atônita, mas de fato serviu para acalmar um pouco seus ânimos. O punho que agarrava o cobertor foi gradualmente se soltando.Jaqueline viu Hebe hesitante na porta e então disse:— Hebe, venha aqui.Hebe entrou. Na verdade, ela sentia um certo receio de Roberto. Este homem exalava uma aura mortal por onde passava, como se fosse a própria morte.Sendo uma pessoa comum, naturalmente se sentia completamente dominada por esse homem poderoso e influente. No entanto, pensando em como sua boa amiga estava sendo maltratada por ele, Hebe se encheu de coragem e enfrentou Roberto sem mostrar qualquer simpatia.Hebe se aproximou de
Ao perceber Jaqueline irritada com ele, Roberto se sentiu um pouco desesperado, como uma criança que cometeu um erro.Hebe estava preocupada que a irritação prejudicasse Jaqueline e estava prestes a consolá-la quando ouviu uma voz masculina interromper:— Srta. Hebe, peço desculpas.Inicialmente, Hebe pensou ter ouvido mal, até que levantou a cabeça e encontrou o olhar do homem que se desculpava, foi então que ela percebeu que era real.Embora seu olhar não expressasse arrependimento, ele se desculpou a pedido de Jaqueline, o que já era bastante inusitado.Hebe ficou tão surpresa que se esqueceu de responder por alguns segundos, mas logo se recuperou e sorriu levemente:— Não há problema.Como amiga íntima de Jaqueline, seria complicado para Hebe se não mantivesse uma boa relação com o marido de Jaqueline, então ela disse que estava tudo bem.— Srta. Hebe, o que quero dizer é que já está tarde, você deveria descansar.A voz de Roberto estava claramente mais calma do que antes, mais pró
No dia seguinte, Jaqueline abriu os olhos e percebeu que o lado da cama ao seu lado estava vazio. Na verdade, antes de adormecer na noite anterior, ela ainda alimentava a última esperança de que Roberto estivesse ali com ela, mas ele tinha ido embora. Aquele homem era realmente enigmático, havia chegado furioso e expulsado seu amigo, para depois ele mesmo ir embora."Mas também, fui eu que pedi para ele ir. Ele realmente deveria ir. Por que estou pensando tanto nisso?"Nesse momento, a porta do banheiro se abriu e Roberto saiu. Ao ver Jaqueline acordada na cama, ele se aproximou, dizendo:— Você acordou.— Como você ainda está aqui? — Jaqueline estava muito surpresa, pois pensava que ele tinha ido embora.— Eu estava indo embora ontem à noite, pensei em esperar você dormir, mas acabei adormecendo na cadeira. Quando acordei, já tinha amanhecido.— Oh. — Ao ouvir sua explicação, Jaqueline sentiu um desconforto, então foi isso, ele não tinha ido embora porque acabou adormecendo sem quer
Quando Roberto chegou ao quarto de Ângela, ela já estava deitada na cama. Ele, imediatamente preocupado, se sentou ao lado dela e perguntou:— Como você está?Ângela, pálida e visivelmente debilitada, até sua respiração era trêmula.— Roberto, você veio. Eu pedi que não te chamassem, sei o quanto você está ocupado. O que eles estavam pensando?Ela estava claramente irritada, tentando se levantar.— Não se mexa. — Ele a pressionou suavemente de volta à cama. — Fizeram bem em me chamar. Como você ficou tão doente?Ângela tossiu várias vezes e balançou a cabeça ao dizer:— A culpa é minha, meu corpo é fraco demais, detesto isso em mim. Seria melhor morrer, para não ter que sofrer assim.— Não diga bobagens. — Roberto franziu a testa, com os olhos cheios de preocupação.Naquele momento, a empregada o levou uma toalha, Roberto pegou a toalha, cobriu a cabeça de Ângela com ela e pressionou suavemente com a mão. — Não se preocupe, você vai melhorar logo.— E depois? Vou ficar doente novamen
Roberto não queria acreditar que Ângela fosse aquele tipo de pessoa. Ele até havia acusado Jaque por causa da pulseira, mas a expressão de Jaque naquela época não parecia de alguém que estava mentindo.— Aquela pulseira... Eu... Eu disse a ela naquela época que a pulseira era muito bonita e seria perfeita para te presentear, Roberto. Você esqueceu? Depois que você comprou aquela pulseira, eu acidentalmente a vi e pensei que era para mim, mas você me disse que era para a Jaqueline. Elogiei a pulseira, dizendo que era um belo presente para ela. Será que ela entendeu errado? A culpa é minha, eu deveria ter explicado melhor. Quer que eu vá falar com ela?Ângela estava visivelmente ansiosa e envergonhada. Esse tipo de situação, mesmo que Roberto a confrontasse com Jaqueline, não faria diferença, já que não havia evidências. A conversa no escritório, só elas duas sabiam, ela poderia dizer o que quisesse.Roberto pensou por um momento e finalmente disse friamente:— Da próxima vez, não preci
No dia seguinte, Roberto estava deitado na cama, com o rosto ainda marcado por hematomas e uma atadura na testa, porém, seu semblante era de lucidez. Osvaldo, sentado ao lado da cama, descascava uma maçã enquanto falava:— Presidente Roberto, o acidente foi realmente arriscado, o carro ficou completamente destruído, mas, felizmente, você não sofreu ferimentos graves. Não deveria dirigir quando está cansado.Na noite anterior, após ter ligado para o Presidente Roberto e ter ouvido um forte estrondo, Osvaldo sentiu como se sua alma tivesse se desprendido do corpo.Roberto olhou friamente para a maçã em suas mãos, com um vislumbre de irritação em seus olhos.— Quem te mandou comprar maçãs? Descarte elas!— Ah? — Osvaldo parou de descascar a maçã por um momento, surpreso. — O que você gostaria de comer então? Eu posso ir comprar."Por que ele tinha que ser tão grosseiro? Qual o problema com as maçãs?"Osvaldo não compreendia o motivo da irritação súbita de Roberto.Roberto lançou a ele um
Não demorou muito até que a porta se abrisse bruscamente e Fábio entrasse com passos largos.— Roberto.Ao se virar, Roberto franziu a testa ao avistar seu pai.— Pai, por que veio?"Como Osvaldo lida com essas coisas!?"— Você não queria que eu viesse? É claro, prefere manter tudo em segredo para que ninguém descubra que o presidente do Grupo Século foi tolo o suficiente para bater o carro em um poste.Fábio também estava procurando Roberto em todo lugar porque não conseguia entrar em contato com ele.Roberto, indiferente, respondeu:— Não foi de propósito que eu bati.— Acabei de verificar seu prontuário médico, você estava dirigindo cansado. Não foi você que trouxe para si mesmo? O que mais aconteceu?Roberto não queria prolongar a conversa:— O que tinha que acontecer, aconteceu, e estou bem. Não conte isso à vovó nem à Jaque.— Você ainda pensa na vovó e na sua esposa, e se tivesse morrido? Já pensou no que elas sentiriam? Isso tem a ver com a Ângela, não é?Antes de Ângela, tudo