George percebeu que o olhar de Jaqueline subitamente escureceu. Ele queria dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido pelo toque do celular.Era uma ligação de seu pai, pedindo que ele voltasse imediatamente a cuidar daquele projeto, pois as pessoas relevantes já estavam à espera.George não desejava partir naquele momento, mas, após saber do que se tratava, Jaqueline o apressou a cuidar do assunto.Após se despedir de Jaqueline, George deixou sua residência.Não muito depois de ele sair, Jaqueline recebeu uma mensagem.A mensagem continha apenas uma palavra: [Desculpa.]Era uma mensagem de Roberto.Jaqueline franziu a testa, confusa."Por que ele me enviaria uma mensagem dizendo 'desculpa' do nada?"Ela respondeu: [O quê?]Roberto esclareceu: [Naquela manhã em que você me ligou e eu acabei não te contando depois, não foi por mal. Simplesmente esqueci, me desculpe se te deixei chateada.]Jaqueline balançou a cabeça, resignada."Esse Roberto, sempre tão lento para perceber as coisas.
Jaqueline imaginou que, após enviar aquela mensagem, Roberto ficaria chateado e que poderiam surgir alguns desentendimentos entre eles. Ela já estava preparada para isso, entãopensou em várias respostas para rebater Roberto.No entanto, para sua surpresa, Roberto respondeu rapidamente: [Tudo bem, se algo te incomoda, eu não falarei mais nisso. Daqui para frente, se algo te desagradar, é só me dizer que eu mudarei.]Jaqueline sentiu como se fosse um dia especial.Ela até verificou o calendário, mas não era o Dia da Mentira, nem qualquer outra data especial, era apenas uma data comum.No entanto, Roberto estava agindo de maneira tão... Obediente.Como um cachorrinho extremamente dócil e obediente.Ela pensou e pensou, e pareceu que apenas esse animal poderia descrevê-lo, faltava apenas ele chamá-la de "mestra".Roberto enviou outra mensagem: [Jaqueline, se alimente bem, descanse direito e não se negligencie. Ah, e obrigado.]Jaqueline ficou cada vez mais confusa: [Obrigado por quê?]Robe
Antes que a mensagem pudesse ser enviada, uma chamada inesperada ocorreu.Era um número desconhecido.Jaqueline atendeu o telefone:— Alô?Do outro lado, uma voz de homem maduro e firme ressoou:— Srta. Jaqueline, sou eu.A voz era familiar, ela tinha acabado de ouvi-la naquele dia, era claramente a voz do pai de George.O cérebro de Jaqueline teve um momento de confusão, e ela questionou:— Presidente Reginaldo?— Antes você me chamava de Sr. Reginaldo, por que agora é Presidente Reginaldo? — A voz de Reginaldo estava calma, diferentemente da frieza com que ele falava com George.Jaqueline ficou quieta, ela pensou ter ouvido errado."Como a voz do pai de George poderia soar tão amável e gentil agora?"Reginaldo pareceu perceber a surpresa de Jaqueline com sua ligação repentina e explicou calmamente:— Você não precisa se preocupar, eu não liguei para repreendê-la.Jaqueline, confusa, perguntou:— O que o senhor deseja?Reginaldo questionou:— George ainda está com você?— Ele já foi,
— Você não é uma pessoa insignificante, conhece a Nádia, que tal fazer uma introdução? O Grupo Cardoso pode precisar de empréstimos bancários no futuro. Jaqueline finalmente entendeu o motivo pelo qual Reginaldo a havia contatado naquele dia. Ele não parava de falar, movido unicamente por interesse.Com firmeza, Jaqueline respondeu:— Presidente Reginaldo, sendo honesta, um grande e excelente grupo como o Grupo Cardoso tem muitos bancos que voluntariamente ofereceriam empréstimos. Você realmente não precisa se esforçar tanto para procurar, muito menos pedir ajuda a uma pessoa insignificante como eu.Ela sentiu que havia algo incomum que precisava ser questionado. Uma pessoa como Reginaldo buscá-la para conhecer uma presidente de banco certamente tinha razões que outros desconheciam e que Reginaldo não queria revelar.— Você está certa ao dizer isso. — Respondeu Reginaldo. — Mas as escolhas são mútuas, e conhecer mais presidentes de grandes bancos também não me traz prejuízo algum. Nã
Após um momento de silêncio, Jaqueline falou: — Não posso te prometer nada, vou perguntar primeiro.Reginaldo respondeu: — Srta. Jaqueline, então eu também não posso prometer nada. Parece que ambos precisamos nos esforçar. Tenho outros assuntos, então vou me ocupar agora. Aguardo suas boas notícias. — Dito isso, Reginaldo foi o primeiro a desligar o telefone.As mãos de Jaqueline apertaram o celular que segurava."Reginaldo foi realmente cruel. Considerando que George é seu filho biológico, como ele poderia usar o próprio filho como peça de negociação? Mas isso não é surpreendente. Existem todos os tipos de pessoas no mundo, nem todos os pais merecem ser pais. Canalhas continuam sendo canalhas, mesmo depois de se tornarem pais. Eles não se transformam em grandes pessoas ou heróis simplesmente por terem filhos."Sem escolha, Jaqueline teve que buscar o número de Nádia, e após hesitar, discou.Demorou várias dezenas de segundos até que a chamada fosse atendida.— Alô, mãe, sou eu.— Pr
Desde que Jaqueline partiu, George ficou imerso em uma série de afazeres.Reginaldo lhe atribuiu muitas tarefas, o fazendo ir e vir repetidamente, visitando vários lugares.Somente na calada da noite, sem sequer ter bebido água, ele finalmente voltou para casa, exausto, desabando no sofá sem forças.Às vezes, a seriedade do pai o fazia questionar se realmente era seu filho biológico.Mas os tipos sanguíneos coincidiam, e a semelhança física era evidente, não havia dúvida de que eram pai e filho."Talvez eu tenha um pai frio e desalmado. Afinal, até os animais de sangue frio têm capacidade de procriar."— Mano, você voltou. — Isabelly desceu as escadas ao ver seu irmão sentado no sofá, visivelmente cansado.George franziu a testa:— O que você está fazendo aqui?— Eu estou morando aqui, lembra? Eu te disse que ficaria por um tempo. Não quero voltar para casa. O pai é muito severo, e só de ver ele, fico com medo. — Isabelly entrelaçava as mãos, nervosa.George suspirou, seu rosto bonito
— Você não tem por acaso uma amiga chamada Valéria, tem? — George esboçou um sorriso quase imperceptível, manipulando Isabelly com precisão.Isabelly engoliu em seco e imediatamente se endireitou, com uma expressão séria:— Não. — George arqueou uma sobrancelha, prestes a guardar o cartão de volta no bolso, quando Isabelly agarrou seu pulso, animada, dizendo. — Mas eu posso criar uma Valéria.Ela estendeu ambas as mãos, com cuidado tirou o cartão preto das mãos de George e o enfiou dentro de seu próprio peito, o abraçando firmemente, como se temesse que o irmão tentasse pegá-lo de volta.Ela lhe mandou um beijo no ar:— Irmão, te amo. Vou procurar a Valéria agora mesmo....Durante a noite, Jaqueline sentiu sede e se levantou para beber um copo d'água. Estava inquieta, não conseguia dormir, com muitas coisas na cabeça, especialmente sobre George. Ela não podia contar isso a George, tinha que lidar com isso às escondidas. Era o pai biológico de George.Jaqueline sorriu ironicamente e
George respondeu: [Espero que você goste dela.]Jaqueline respondeu: [Se eu gosto dela ou não, não importa, o importante é que você goste.]George respondeu: [Sim, eu gosto dela. Mesmo que para outros ela possa não ser boa o suficiente, para mim, ela é diferente, melhor do que qualquer um.]Jaqueline sentiu uma onda de calor no coração."George é realmente um bom homem, qualquer garota que se casar com ele será muito feliz."Ela até sentiu uma pontada de inveja da garota que George gostava.Mas sentia apenas inveja e ficava feliz por George, também ficava feliz pela garota.Ela bocejou, se sentindo um pouco cansada.Depois de conversar com ele, seus nervos tensos relaxaram bastante.[George, então vá dormir cedo, se mantenha bem amanhã.]George respondeu: [Certo, você também. Você e o bebê precisam descansar bem. Dê meu oi para o seu filho.]Jaqueline respondeu: [Tudo bem, boa noite.]George respondeu: [Boa noite.]Jaqueline passou a mão suavemente sobre a barriga:— Bebê, você sentiu?