Após um momento de silêncio, Jaqueline falou: — Não posso te prometer nada, vou perguntar primeiro.Reginaldo respondeu: — Srta. Jaqueline, então eu também não posso prometer nada. Parece que ambos precisamos nos esforçar. Tenho outros assuntos, então vou me ocupar agora. Aguardo suas boas notícias. — Dito isso, Reginaldo foi o primeiro a desligar o telefone.As mãos de Jaqueline apertaram o celular que segurava."Reginaldo foi realmente cruel. Considerando que George é seu filho biológico, como ele poderia usar o próprio filho como peça de negociação? Mas isso não é surpreendente. Existem todos os tipos de pessoas no mundo, nem todos os pais merecem ser pais. Canalhas continuam sendo canalhas, mesmo depois de se tornarem pais. Eles não se transformam em grandes pessoas ou heróis simplesmente por terem filhos."Sem escolha, Jaqueline teve que buscar o número de Nádia, e após hesitar, discou.Demorou várias dezenas de segundos até que a chamada fosse atendida.— Alô, mãe, sou eu.— Pr
Desde que Jaqueline partiu, George ficou imerso em uma série de afazeres.Reginaldo lhe atribuiu muitas tarefas, o fazendo ir e vir repetidamente, visitando vários lugares.Somente na calada da noite, sem sequer ter bebido água, ele finalmente voltou para casa, exausto, desabando no sofá sem forças.Às vezes, a seriedade do pai o fazia questionar se realmente era seu filho biológico.Mas os tipos sanguíneos coincidiam, e a semelhança física era evidente, não havia dúvida de que eram pai e filho."Talvez eu tenha um pai frio e desalmado. Afinal, até os animais de sangue frio têm capacidade de procriar."— Mano, você voltou. — Isabelly desceu as escadas ao ver seu irmão sentado no sofá, visivelmente cansado.George franziu a testa:— O que você está fazendo aqui?— Eu estou morando aqui, lembra? Eu te disse que ficaria por um tempo. Não quero voltar para casa. O pai é muito severo, e só de ver ele, fico com medo. — Isabelly entrelaçava as mãos, nervosa.George suspirou, seu rosto bonito
— Você não tem por acaso uma amiga chamada Valéria, tem? — George esboçou um sorriso quase imperceptível, manipulando Isabelly com precisão.Isabelly engoliu em seco e imediatamente se endireitou, com uma expressão séria:— Não. — George arqueou uma sobrancelha, prestes a guardar o cartão de volta no bolso, quando Isabelly agarrou seu pulso, animada, dizendo. — Mas eu posso criar uma Valéria.Ela estendeu ambas as mãos, com cuidado tirou o cartão preto das mãos de George e o enfiou dentro de seu próprio peito, o abraçando firmemente, como se temesse que o irmão tentasse pegá-lo de volta.Ela lhe mandou um beijo no ar:— Irmão, te amo. Vou procurar a Valéria agora mesmo....Durante a noite, Jaqueline sentiu sede e se levantou para beber um copo d'água. Estava inquieta, não conseguia dormir, com muitas coisas na cabeça, especialmente sobre George. Ela não podia contar isso a George, tinha que lidar com isso às escondidas. Era o pai biológico de George.Jaqueline sorriu ironicamente e
George respondeu: [Espero que você goste dela.]Jaqueline respondeu: [Se eu gosto dela ou não, não importa, o importante é que você goste.]George respondeu: [Sim, eu gosto dela. Mesmo que para outros ela possa não ser boa o suficiente, para mim, ela é diferente, melhor do que qualquer um.]Jaqueline sentiu uma onda de calor no coração."George é realmente um bom homem, qualquer garota que se casar com ele será muito feliz."Ela até sentiu uma pontada de inveja da garota que George gostava.Mas sentia apenas inveja e ficava feliz por George, também ficava feliz pela garota.Ela bocejou, se sentindo um pouco cansada.Depois de conversar com ele, seus nervos tensos relaxaram bastante.[George, então vá dormir cedo, se mantenha bem amanhã.]George respondeu: [Certo, você também. Você e o bebê precisam descansar bem. Dê meu oi para o seu filho.]Jaqueline respondeu: [Tudo bem, boa noite.]George respondeu: [Boa noite.]Jaqueline passou a mão suavemente sobre a barriga:— Bebê, você sentiu?
No celular, se ouviu a voz séria de Fábio:— Por que você perguntou de repente onde ela está? Você não consegue encontrar ela? Aconteceu algo com a Nádia?Era a primeira vez que Jaqueline mandava uma mensagem para Fábio perguntando sobre Nádia, um comportamento atípico.Fábio sentiu imediatamente que algo não estava normal.Querendo evitar que ele se preocupasse, Jaqueline se apressou em dizer:— Não é nada, eu só perguntei por perguntar, sem nenhum motivo em particular.— Então por que você me perguntou? Por que não ligou diretamente para ela?Jaqueline respondeu:— Eu liguei, mas não consegui completar a chamada.— É mesmo?Fábio desligou o telefone imediatamente, sem dizer mais nada.Jaqueline ficou confusa.Dois minutos depois, Fábio ligou novamente.Jaqueline atendeu:— Alô, pai.— Onde você está agora? — Perguntou Fábio.Jaqueline disse:— Estou em casa, o que houve?— Tentei ligar para Nádia e ela não atende, liguei para o escritório dela e a assistente também disse que ela não
Ela atendeu o telefone com impaciência e disse, irritada:— Fábio, você é tão irritante? Não está claro para você que eu não quero atender suas ligações? Pare de me perturbar, some!Com um estalo, Nádia jogou o celular contra a parede.Jaqueline deu um pulo, recuando vários passos.Ela nunca tinha visto Nádia tão furiosa e não entendia o que estava acontecendo, mas sentia que talvez tivesse algo a ver com ela.Embora estivesse um pouco assustada, Jaqueline não foi embora. Em vez disso, ficou ali parada, observando em silêncio.O celular jazia no chão com a tela quebrada, as cadeiras do quarto estavam desarrumadas e algumas garrafas de vinho quebradas.Nádia já estava furiosa antes de Jaqueline chegar.Agarrando os cabelos, visivelmente irritada, Nádia caiu exausta na cama e puxou o cobertor para cobrir a cabeça.Jaqueline retirou seu celular do bolso, o colocou sobre a mesa e depois arregaçou as mangas para começar a limpar o chão.Quando Nádia finalmente retirou o cobertor da cabeça,
Após ouvir, Nádia mergulhou em profundo silêncio. Sua primeira reação foi acreditar que Roberto provavelmente não teria chance. Jaqueline, após tanto esforço, passou noites em claro revisando documentos e descobrindo problemas no Grupo Nuvem Branca, tudo isso definitivamente não era por Roberto, e não tinha nada a ver com ele. Ela estava fazendo isso apenas por George.Nádia sorriu subitamente, um sorriso que carregava um pouco de resignação e também uma pitada de ironia. "Não só Roberto havia entendido errado, mas eu também. Realmente pensei que Jaqueline estivesse fazendo isso pelo meu filho, mas quem diria... Parece que Jaqueline vive com mais clareza do que eu quando era mais jovem. Embora pareça frágil e delicada, ela sabe muito bem o que está em seu coração e o que deve fazer."— Mãe, o que houve? — Perguntou Jaqueline, confusa com a situação ao ver o sorriso súbito de Nádia.— Não é nada. — Nádia ergueu a cabeça e disse. — Então, esse Reginaldo usou o filho para te ameaçar,
Jaqueline disse:— Eu a vi, a mãe não estava de bom humor.— Eu sei que ela não estava de bom humor. — A voz de Fábio soou sombria. — Então você sabe por que ela estava assim?Jaqueline respondeu:— Eu também não sei.Jaqueline percebeu que, mesmo quando Nádia xingava Fábio, o mandando embora, ele não reclamava, provavelmente já estava acostumado.Fábio perguntou:— Você não perguntou a ela?— Eu perguntei, mas a mãe não disse nada.Fábio suspirou:— A culpa é minha, se não fosse por aquele erro no passado, ela poderia ser muito mais feliz agora.— Pai, às vezes, quando a outra pessoa não quer que você a incomode, você não deveria incomodá-la. Talvez essa seja a maior felicidade para ela.Quando Jaqueline disse isso, sua voz estava calma, mas havia um toque de ironia em seu coração.Aqueles homens que erraram, no passado, não importava o quanto você os aconselhasse, eles insistiam em seus próprios caminhos, machucando aqueles que se importavam com eles.Depois, quando percebiam o erro,