Ângela chorava desconsoladamente, com uma intensidade que poderia ser descrita como trágica. Ela abraçou Roberto fortemente, o envolvendo com os braços e pressionando contra a ferida em suas costas. Roberto franziu a testa e soltou um gemido abafado. Entre soluços trágicos, Ângela não ouviu o som do desconforto de Roberto.— Roberto, me perdoe, eu realmente sei que errei. Nunca mais falarei assim, vou esperar pacientemente, mesmo que o coração não chegue, por favor, me perdoe desta vez, eu imploro! De repente, Ângela segurou o coração, ofegante, seus olhos reviraram, e ela desmaiou nos braços de Roberto.— Ângela! — Roberto segurou seu queixo, sacudindo seu rosto com força. Ele então virou a cabeça e gritou:— Doutor!...O médico realizou uma série de procedimentos de emergência em Ângela. Depois, ela não tinha mais forças nem para chorar, repousando tranquilamente na cama. O monitor médico emitia seus bips regulares, enquanto Roberto, ao lado da cama, suspirava resignado.Ela
Jaqueline planejava sair em breve, iria secretamente para outra cidade para ter seu filho. Antes de partir, quis passar mais tempo com sua avó, então, no dia seguinte, foi visitá-la. Ao vê-la, Catarina franziu levemente a testa: — Jaqueline, por que você veio novamente? — Vovó, o que você quer dizer com "por que você veio novamente"? — Jaqueline resmungou, irritada. — Parece que a senhora está incomodada comigo. Não foi a senhora quem disse que, independentemente de tudo, eu sou sua neta? A senhora não me ama mais? Jaqueline disse isso de propósito, ela não estava realmente chateada. Ela certamente não pensava que sua avó estivesse cansada dela, era apenas um capricho diante dela. Catarina sorriu: — Minha querida, como eu poderia não te amar? Mas você não está cansada de tanto ir e vir? — Não estou cansada. — Jaqueline se sentou ao lado dela, entrelaçando seu braço. — Visitar a vovó me deixa muito animada e feliz. — Olha só você, como não te amar tanto? — Catarina d
Ela sentia que, se realmente fizesse aquilo, as coisas apenas se complicariam mais. Ela e Roberto já estavam divorciados, e se ela decidisse continuar tendo filhos na Mansão dos Santana, enquanto Ângela estava prestes a se tornar a esposa de Roberto, seria uma cena tão absurda que era difícil até de imaginar. A única maneira de simplificar as coisas era ter o bebê sozinha e em silêncio, minimizando o grande em algo pequeno. — Jaqueline, você odeia o Roberto? — Perguntou Catarina de repente. Jaqueline ficou surpresa e depois se endireitou: — Vovó, por que você perguntaria isso de repente? — Me responda primeiro, você o odeia? Jaqueline levantou levemente os lábios, com uma expressão serena nos olhos: — Vovó, eu não o odeio. — Você realmente não o odeia? Ele fez tantas coisas erradas e te magoou. — Sim, ele me magoou. Mas ele apenas... Não me ama. Se não amar alguém é um erro, então todos nós estamos errados, pois não podemos amar todos no mundo. — Você sempre o def
Catarina afirmou:— Jaqueline, não culpe a Nádia.Jaqueline concordou:— Vovó, não vou culpar ela. Não tenho razões para a acusar, e acho que a Nádia também se sente bastante solitária.— Sim, Nádia é alguém digna de compaixão. Se eu pudesse voltar no tempo, não teria permitido que ela se casasse com Fábio, a responsabilidade também é minha. No entanto, quando digo para você não culpar a Nádia, não é apenas porque ela merece compaixão, mas porque há outro motivo para ela ter sido grosseira com você.Jaqueline perguntou, confusa:— Vovó, o que você quer dizer?— Quando a Nádia foi grosseira com você, o que você observou?— Eu... — Jaqueline hesitou. — Eu a vi sendo grosseira comigo.— Hahaha. — Catarina riu, dando um leve toque na cabeça dela com o dedo. — Sua ingênua, estou perguntando sobre as consequências disso.Jaqueline esfregou a testa, um pouco atordoada pelo gesto da avó:— Isso resultou... — Ela refletiu por um momento e disse, incerta. — Isso resultou em uma discussão entre o
— Isso ñãp seria desrespeitoso? E se ela ficar irritada?— Em vez de irritada, ela provavelmente está triste. — Disse Catarina. — Ela precisa mais de consolo agora. Na verdade, eu também queria conversar com ela sobre muitas coisas, mas ela e a família Santana não estão muito próximos ultimamente. Agora que você se divorciou de Roberto, você e Nádia têm muito em comum, então ela não ficará irritada com você.— Vovó, mas eu não sei sobre o que conversar com ela.— Você não quer ir? — Perguntou Catarina. — Se não quiser, tudo bem, eu não vou te forçar.— Não é isso. — Explicou Jaqueline. — É só que... Eu não sei o que dizer.— Não fique nervosa. — Catarina a acalmou, batendo levemente em sua mão. — Quando você chegar lá, vai saber. Não é necessário falar grandes verdades ou muitas palavras de consolo. Como mulher, basta ter empatia.Com aquelas simples palavras de Catarina, Jaqueline teve uma ideia:— Entendi, vovó.Catarina não insistiu para que Jaqueline ficasse para o almoço. Antes me
— Eu... — Jaqueline havia coçado o nariz, desconfortável. — Pai, o que você estava fazendo aqui?"Será que este era o apartamento de Fábio? E o que significavam o batom em seu queixo e os arranhões em seu pescoço? Ele não poderia ter estado ali com outra mulher..."Enquanto Jaqueline pensava isso, uma voz soou do interior do quarto:— Fábio, quem é?O coração de Jaqueline estremeceu."Não era aquela a voz de Nádia?"Fábio se virou e respondeu:— É a Jaqueline.Logo após, Jaqueline ouviu passos.Em seguida, viu Nádia caminhar em sua direção, com os cabelos longos soltos e vestindo um robe de seda prateado, amarrando o cinto enquanto andava.Jaqueline ficou atordoada ao ver claramente o olhar sedutor de Nádia e as marcas de beijos visíveis em seu pescoço, percebendo de imediato o que estava acontecendo.Ela jamais imaginaria que eles dois...Ela pensou que Nádia odiava Fábio, pois estavam separados há anos, mas, aparentemente, não era o caso...Jaqueline tentou parar de pensar nos detalh
Jaqueline entrou com relutância.— Se sente, vou trocar de roupa. — Disse Nádia, caminhando em direção ao quarto com uma postura ondulante e sedutora.Jaqueline observou sua silhueta, hipnotizada. Nádia estava incrivelmente bem conservada, exibindo uma elegância que jovens mulheres frequentemente não possuíam, parecendo ter pouco mais de trinta anos. Se ninguém mencionasse, seria impossível adivinhar que ela e Roberto eram mãe e filho, pareciam mais irmãos.Logo, Jaqueline ouviu um ruído vindo do quarto.— Nádia, você realmente vai me deixar ir agora? — Fábio, se continuar falando essas nojeiras, vou expulsá-lo daqui. Aproveite que ainda pode sair andando com suas duas pernas e se cale.Jaqueline estremeceu, se sentindo extremamente constrangida. Se soubesse, nunca teria ido.Pouco depois, Fábio saiu do quarto, impecavelmente vestido em um terno bem alinhado. Jaqueline teve que admitir que, mesmo sendo um homem de meia-idade, Fábio possuía um charme extraordinário, o tipo de homem
Ela fumava de maneira especialmente sedutora, soltando fumaça de um jeito que tocava o sensual, até mesmo Jaqueline, uma mulher, se sentia perturbada ao ver. Se fosse um homem, teria se apaixonado."É difícil entender por que Fábio tratou Nádia de tal maneira no passado. Com uma beleza tão grande diante dele, como ele não a valorizava? Realmente faz jus ao dizer: quando um homem quer trair, não importa se sua esposa é um anjo, isso não faz diferença, porque ele nunca tentou estar com alguém feio."Jaqueline não sabia porque riu.Nádia deu uma tragada no cigarro e soltou a fumaça:— Não, continua igual.Jaqueline perguntou, confusa:— Então por que ele...— Por que ele estava aqui, e por que nossa relação é tão ambígua?Jaqueline sorriu constrangida.— Se você não quiser falar, tudo bem, não precisa.— Não tem nada que não possa ser dito. — Nádia sacudiu a cinza do cigarro. — As pessoas têm suas necessidades, eu não posso ficar sozinha o tempo todo, manter algumas relações especiais nã