A palavra "amigo" possuía condições, e Ângela estava ciente disso. Neste mundo, amizades desinteressadas são raras. Esse interesse oculto certamente era movido por algum benefício substancial. — Ha ha. — Ângela subitamente riu. — Roberto é essencial para mim, claro. Você parece ridículo. O que te faz pensar que pode obter um coração para mim? Nem mesmo Roberto conseguiu, suas palavras são exageradamente audaciosas. O homem retirou um celular do bolso e digitou algo rapidamente. Subitamente, o alarme do hospital ecoou, estridente e urgente. Ângela ficou tensa, com o rosto empalidecendo. — O que você fez? — Nada demais, apenas uma brincadeira com o alarme. Ouça como estão todos nervosos lá fora. — O homem se levantou, ajustando seu casaco. — Parece que a Srta. Ângela realmente ama o Roberto, não há dúvidas sobre o amor entre vocês. Nesse caso, então não podemos ser amigos. No entanto, admiro você, Srta. Ângela, por amor, você até arriscaria sua própria vida, isso é louvável.
— A menos que? — Roberto indagou. — Roberto, antes de mais nada, me diga a verdade: você realmente deseja me salvar? — Claro que sim, Ângela. Neste momento, meu único desejo é ver você saudável, eu farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-la. — Ele estava sinceramente determinado a salvá-la. — Então, por que você ainda não conseguiu? — Ângela refletiu sobre as palavras do homem misterioso. As chances eram mínimas e ela estava aterrorizada com a ideia de morrer. Ela desejava viver bem e mandar Jaqueline para o inferno, enquanto desfrutava de uma vida feliz com Roberto aqui na Terra, deixando que aquelas indignas morressem de ressentimento. — O coração é um recurso extremamente escasso e difícil de ser compatível nos bancos de doadores de transplantes. Por que devemos esperar passivamente? — Ângela perguntou com urgência. — Você não pode buscar em outros lugares? Roberto franziu o cenho e disse: — O que você está sugerindo? — Roberto, não existem alguns negócios o
— Algumas pessoas estão dispostas a se sacrificar para conseguir dinheiro por suas famílias. Deve haver alguém assim. — Insistiu Ângela, sem desistir. Roberto balançou a cabeça, resignado, sem mais nada a dizer. Percebendo a reação fria de Roberto, Ângela se apressou, ansiosa. — Então, você não está disposto a me ajudar a procurar? — Questionou ela, se colocando numa posição emocionalmente elevada. — Você não se importa mais comigo? Sua atitude parece me acusar, como se eu fosse uma criminosa. Mas, mesmo que eu não compre, outros comprarão, e essas indústrias obscuras continuarão a existir! Roberto nunca tinha ouvido Ângela falar coisas tão absurdas. Ele estava furioso. "Essas palavras eram como as de alguém que justifica a compra de uma mulher, dizendo que, mesmo que ele não compre, outros o farão, e os traficantes de pessoas ainda existirão. Não é verdade que, sem compradores, não haveria vítimas? A natureza humana pode ser tão vil." Roberto, de repente, não quis mais fa
Ângela chorava desconsoladamente, com uma intensidade que poderia ser descrita como trágica. Ela abraçou Roberto fortemente, o envolvendo com os braços e pressionando contra a ferida em suas costas. Roberto franziu a testa e soltou um gemido abafado. Entre soluços trágicos, Ângela não ouviu o som do desconforto de Roberto.— Roberto, me perdoe, eu realmente sei que errei. Nunca mais falarei assim, vou esperar pacientemente, mesmo que o coração não chegue, por favor, me perdoe desta vez, eu imploro! De repente, Ângela segurou o coração, ofegante, seus olhos reviraram, e ela desmaiou nos braços de Roberto.— Ângela! — Roberto segurou seu queixo, sacudindo seu rosto com força. Ele então virou a cabeça e gritou:— Doutor!...O médico realizou uma série de procedimentos de emergência em Ângela. Depois, ela não tinha mais forças nem para chorar, repousando tranquilamente na cama. O monitor médico emitia seus bips regulares, enquanto Roberto, ao lado da cama, suspirava resignado.Ela
Jaqueline planejava sair em breve, iria secretamente para outra cidade para ter seu filho. Antes de partir, quis passar mais tempo com sua avó, então, no dia seguinte, foi visitá-la. Ao vê-la, Catarina franziu levemente a testa: — Jaqueline, por que você veio novamente? — Vovó, o que você quer dizer com "por que você veio novamente"? — Jaqueline resmungou, irritada. — Parece que a senhora está incomodada comigo. Não foi a senhora quem disse que, independentemente de tudo, eu sou sua neta? A senhora não me ama mais? Jaqueline disse isso de propósito, ela não estava realmente chateada. Ela certamente não pensava que sua avó estivesse cansada dela, era apenas um capricho diante dela. Catarina sorriu: — Minha querida, como eu poderia não te amar? Mas você não está cansada de tanto ir e vir? — Não estou cansada. — Jaqueline se sentou ao lado dela, entrelaçando seu braço. — Visitar a vovó me deixa muito animada e feliz. — Olha só você, como não te amar tanto? — Catarina d
Ela sentia que, se realmente fizesse aquilo, as coisas apenas se complicariam mais. Ela e Roberto já estavam divorciados, e se ela decidisse continuar tendo filhos na Mansão dos Santana, enquanto Ângela estava prestes a se tornar a esposa de Roberto, seria uma cena tão absurda que era difícil até de imaginar. A única maneira de simplificar as coisas era ter o bebê sozinha e em silêncio, minimizando o grande em algo pequeno. — Jaqueline, você odeia o Roberto? — Perguntou Catarina de repente. Jaqueline ficou surpresa e depois se endireitou: — Vovó, por que você perguntaria isso de repente? — Me responda primeiro, você o odeia? Jaqueline levantou levemente os lábios, com uma expressão serena nos olhos: — Vovó, eu não o odeio. — Você realmente não o odeia? Ele fez tantas coisas erradas e te magoou. — Sim, ele me magoou. Mas ele apenas... Não me ama. Se não amar alguém é um erro, então todos nós estamos errados, pois não podemos amar todos no mundo. — Você sempre o def
Catarina afirmou:— Jaqueline, não culpe a Nádia.Jaqueline concordou:— Vovó, não vou culpar ela. Não tenho razões para a acusar, e acho que a Nádia também se sente bastante solitária.— Sim, Nádia é alguém digna de compaixão. Se eu pudesse voltar no tempo, não teria permitido que ela se casasse com Fábio, a responsabilidade também é minha. No entanto, quando digo para você não culpar a Nádia, não é apenas porque ela merece compaixão, mas porque há outro motivo para ela ter sido grosseira com você.Jaqueline perguntou, confusa:— Vovó, o que você quer dizer?— Quando a Nádia foi grosseira com você, o que você observou?— Eu... — Jaqueline hesitou. — Eu a vi sendo grosseira comigo.— Hahaha. — Catarina riu, dando um leve toque na cabeça dela com o dedo. — Sua ingênua, estou perguntando sobre as consequências disso.Jaqueline esfregou a testa, um pouco atordoada pelo gesto da avó:— Isso resultou... — Ela refletiu por um momento e disse, incerta. — Isso resultou em uma discussão entre o
— Isso ñãp seria desrespeitoso? E se ela ficar irritada?— Em vez de irritada, ela provavelmente está triste. — Disse Catarina. — Ela precisa mais de consolo agora. Na verdade, eu também queria conversar com ela sobre muitas coisas, mas ela e a família Santana não estão muito próximos ultimamente. Agora que você se divorciou de Roberto, você e Nádia têm muito em comum, então ela não ficará irritada com você.— Vovó, mas eu não sei sobre o que conversar com ela.— Você não quer ir? — Perguntou Catarina. — Se não quiser, tudo bem, eu não vou te forçar.— Não é isso. — Explicou Jaqueline. — É só que... Eu não sei o que dizer.— Não fique nervosa. — Catarina a acalmou, batendo levemente em sua mão. — Quando você chegar lá, vai saber. Não é necessário falar grandes verdades ou muitas palavras de consolo. Como mulher, basta ter empatia.Com aquelas simples palavras de Catarina, Jaqueline teve uma ideia:— Entendi, vovó.Catarina não insistiu para que Jaqueline ficasse para o almoço. Antes me