Gisele não foi ao banheiro, mas aproveitou um momento de distração de Nanda para descer as escadas sorrateiramente.Ao chegar ao térreo, ela caminhou diretamente para o balcão do restaurante e, observando alguns funcionários do hotel que estavam concentrados em suas tarefas, instruiu em voz alta:- Tragam dois copos de Vinho para o andar de cima.- Sim. - O funcionário assentiu com a cabeça e imediatamente começou a preparar.Gisele observava um funcionário abrindo a garrafa e notou que o Vinho era da Vinícola Júnior.Ao reconhecer o vinho de sua própria vinícola, Gisele não pôde deixar de sorrir, surpresa com o quanto Joaquim havia expandido os negócios. O vinho da Vinícola Júnior tinha começado a ser oferecido em diversos restaurantes, até mesmo os de grande movimento e renome não eram exceção.Então, Gisele olhou para alguns funcionários corpulentos que estavam de lado.Ela se aproximou um pouco e disse em voz baixa:- Foi o Felipe que mandou vocês me protegerem, não foi?Ao ouvir i
As palavras de Gisele, uma vez ponderadas, pareciam aterradoras.Num instante, o líquido vermelho no copo de vinho não parecia Vinho, mas sim sangue.Nanda lutava para manter uma expressão calma, mas seu rosto ainda mudava, o medo que surgia era inegável e impossível de esconder.Então, Gisele pegou o copo de vinho e o estendeu para Nanda.- Vem, mãe, experimenta.- Tire isso daqui, eu não vou beber! Eu já disse que não quero beber, Gisele, você não entende o que as pessoas falam? - Nanda nem ousava olhar para o copo nas mãos de Gisele, ela estava muito resistente, afastando a mão de Gisele repetidamente.Aproveitando esse momento, Gisele soltou a mão, o copo de Vinho caiu, se quebrando no chão, e o líquido se espalhou todo pelo sofisticado vestido de Nanda.- Mãe... - Gisele avançou rapidamente. - Mãe, você está bem?- Gisele, veja só o que você fez! - Nanda gritou, furiosa.Gisele baixou a cabeça, com uma expressão inocente.- Mãe, eu, eu não fiz de propósito, você que empurrou, o co
- Alguém aí! Estou no banheiro, tem alguém? Garçom!Por mais que Nanda gritasse, ninguém respondia. No segundo seguinte, se ouviu apenas um som e as luzes do banheiro se apagaram de repente.Em um ambiente fechado, estava completamente escuro, sem um único raio de luz.Nanda ficou assustada com a situação à sua frente, batendo com força na porta e chamando pelo garçom.De repente, vários chuveiros começaram a se abrir um após o outro, borrifando água!A água caía freneticamente, enchendo todo o banheiro!- Garçom! Garçom! Está tudo alagado aqui! Garçom! Você ouve minha voz? Garçom! Tem alguém no banheiro!A água caía densamente, com uma velocidade extremamente rápida, comparável a uma chuva torrencial.Nanda não tinha como se esquivar. Em instantes, ela estava completamente encharcada e sua aparência estava extremamente desleixada!Neste ambiente fechado e escuro, o som da água caindo parecia ainda mais aterrorizante...Nanda estava muito desesperada, batendo repetidamente na porta, e
O guarda-costas observava Gisele pensativa, desligando o microfone e perguntando em voz alta se ela continuaria com as perguntas.Nanda não era tola.Se perguntasse sobre o vídeo enviado para o seu celular e, depois, sobre o aborto espontâneo anterior, Nanda poderia começar a suspeitar e perceber que era Gisele quem planejava tudo por trás.Já era bom o que Nanda tinha falado até ali. A partir de agora, deveriam priorizar o cenário geral, era essencial não deixar Nanda perceber que a amnésia era fingida...Pensando nisso, Gisele franzia as sobrancelhas delicadas e balançava a cabeça para o guarda-costas.- Copie tudo isso para mim.- Claro, Gisele.- Venham comigo para salvar a Sra. Lopes. - Gisele olhou para alguns guardas disfarçados de funcionários e ordenou.- Sim. - Os guardas prontamente ajustaram suas posturas e seguiram Gisele em direção ao banheiro.Gisele corria para o banheiro, fingindo urgência, e batia incessantemente na porta.- Mãe, mãe? Você está aí? Mãe? - Ela batia na
- Vou processá-los! Vou fazer com que o restaurante de vocês não possa mais funcionar! O que sofri hoje, vou fazer com que o restaurante pague caro, isso não se resolve apenas com alguns pedidos de desculpa, esperem só! - A expressão de Nanda era feroz e o tom de sua voz, aterrorizante.Gisele observava a cena e, de repente, sentiu uma certa admiração por Nanda, que estava completamente encharcada, tremendo de frio e numa situação ridícula e desgrenhada, mas ainda assim tinha energia para ficar ali repreendendo e xingando. Não seria mais sensato trocar de roupa e evitar um resfriado antes de continuar responsabilizando o restaurante?Gisele, resignada, ouvia as acusações severas de Nanda, e o gerente do restaurante não parava de se desculpar. Ela franzia suas delicadas sobrancelhas, ela havia planejado tudo isso e não podia deixar que essas pessoas continuassem sendo repreendidas.Gisele rapidamente interveio para ajudar o gerente:- Mãe, acho que não devemos fazer alarde sobre isso. E
Ele atravessou a rua e parou na frente dela.- Como você veio parar aqui?Gisele não esperava que Felipe aparecesse ali.- O espetáculo acabou?- Sim. - Gisele assentiu, em seguida, rapidamente passou o pendrive que estava em sua bolsa para ele. - Um presente para o Sr. Felipe.Felipe sorriu levemente, claramente ciente do que o pendrive representava.Gisele, observando seu sorriso, expressou com um ar de confusão:- Por que você está rindo? Você disse que estava ansioso pela minha atuação e até comprou o restaurante inteiro, substituiu os garçons e funcionários por pessoas de confiança, então, claro que eu tinha que te dar um grande presente como agradecimento.- Pessoas de confiança? - Felipe murmurou essas palavras com os lábios finos, erguendo as sobrancelhas em questionamento.Gisele ficou surpresa. Ela havia realmente dito "pessoas de confiança"?Ela tossiu um pouco, envergonhada, e explicou:- Foi um lapso de língua, mas de qualquer forma, este grande presente certamente será út
Ao chegar nesse ponto, Gisele pausou por alguns segundos.Ela apertava os punhos tão firmemente que, ao falar novamente, disse:- Mas eu não vou deixá-la escapar. Tudo o que ela fez comigo no passado, eu não esqueci nada. A vida ou morte da Estella, no final das contas, não tem nada a ver comigo. Estou aqui apenas para retribuir o favor que você me fez ontem à noite, Sr. Felipe. Quanto ao verdadeiro culpado por trás do assassinato da Estella, cabe a você, Sr. Felipe, descobrir.Para ele, a vida ou morte de Estella não importava, ele investigava o caso porque alguém tinha colocado a culpa em Gisele. Estella era apenas um instrumento, algo usado para colocá-la em apuros.Quanto à Nanda, todas as contas seriam acertadas, cedo ou tarde.Felipe segurou a mão de Gisele, conduzindo ela através da rua movimentada.Gisele tentou se soltar, mas ele a segurava firmemente.Ela olhou ao redor, preocupada que alguém pudesse estar registrando tudo aquilo, mordeu o lábio inferior e não tentou mais se
Felipe ouvia a fala de Gisele e sorria sutilmente, ao ponto de retorquir:- Então, você sabe o que é sentir que sua vida está prestes a cair nas mãos de outra pessoa?Ela era a vida dele.Gisele ficou atônita, sem saber o que responder. Se virou para olhar pela janela, evitando o olhar dele.- Felipe. - Ela chamou seu nome baixinho. - Eu não sou a sua vida, minha vida é minha. A Gisele que vivia por você, morreu.No momento em que Gisele terminava de falar, de repente, um forte impacto veio de trás com um estrondo ensurdecedor. Antes mesmo de poder reagir, o veículo foi brutalmente atingido por um caminhão...Gisele gritou assustada.Ao mesmo tempo, ele estendeu os braços para trazê-la para perto, protegendo ela com seu corpo e braços.No segundo seguinte, o carro capotou!A velocidade era tamanha que mal deu tempo para qualquer reação!Ao redor, havia um silêncio sepulcral, Gisele sentia sua cabeça zunindo, como se tivesse ficado surda, incapaz de ouvir qualquer coisa.De repente, out