- Divorciados e ainda comemorando um aniversário de casamento. Você não acha isso ridículo? - Disse Felipe, com um sorriso sarcástico. - Nós nunca tivemos lua de mel juntos, nunca comemoramos um aniversário de casamento. Hoje... Podemos fazer isso uma vez? Considere como uma despedida do passado, um adeus amigável ao nosso casamento fracassado. Podemos? - Pediu Gisele, sua voz era suave, quase suplicante.- Gisele, o que você está tramando de novo? - Perguntou Felipe.- Eu prometo que não tem truques. Amanhã vou deixar a Cidade L, nunca mais aparecerei na sua vida, eu prometo! - Prometeu Gisele, dizendo isso, ela levantou três dedos como se estivesse fazendo um juramento.Ele observou ela, com uma leve pulsação nas têmporas, a dor de cabeça recomeçando. Ele franziu a testa, balançou a cabeça, tentando se manter lúcido. Ultimamente, as dores de cabeça eram frequentes, como se uma força estivesse tentando romper as barreiras e entrar em sua mente. Em meio às lembranças turvas, sempre h
- Não quero. - Disse Gisele, com voz suave e delicada. Ela colocou as luvas no hall, em seguida, se dirigiu animadamente para a cozinha, acrescentou. - Quer comer algo? Eu posso cozinhar para você? Hoje é perfeito para tomar uma sopa de carne quente! - Pode ser. - Respondeu Felipe.Gisele sorriu e se apressou em preparar tudo na cozinha.Os empregados na mansão ficaram perplexos com a presença de Gisele. Todos sabiam que Felipe e Gisele já haviam se divorciado. Como era possível que, após o divórcio, eles estivessem se dando tão bem?Alguns empregados tagarelas correram para o quintal e informaram Ana, uma informante de Nanda.Ana rapidamente entrou na sala principal, olhando de longe para a figura ocupada na cozinha. Ela se aproximou do sofá lateral.Observando Felipe concentrado em seus documentos no tablet.- Sr. Felipe. - Chamou Ana.- Algum problema? - Perguntou Felipe, olhando para o tablet.- Sr. Felipe, há algo que não sei se devo dizer. - Falou Ana.- Então, não precisa dizer
- Como preferir. - Disse Felipe.Gisele sorriu novamente, correndo em direção à adega e pegando uma garrafa de vinho. Ela se preparou para abrir a rolha com um abridor, mas, após várias tentativas, não conseguiu girar as alças do abridor, seu rosto ficou vermelho de esforço.Felipe observou suas ações, de alguma forma, se levantou da bancada.- O que você está fazendo? Vá sentar, eu abro em um instante! - Disse Gisele, tentando mais uma vez.Vendo ela se esforçar tanto, ele estendeu a mão por trás dela, segurando sua mãozinha. Com um leve aperto, as alças foram pressionadas para baixo, a rolha finalmente cedeu. Ele soltou um riso suave.Ao ouvir o riso, Gisele olhou para trás, vendo Felipe que não estava mais com a expressão séria, as linhas do rosto estavam relaxadas. Ela nunca tinha visto ele assim.- Por que você está rindo? - Perguntou Gisele, com voz suave e agradável.- Você está um pouco adorável. - Respondeu Felipe.Com aquelas palavras, ele se dirigiu para a sala de jantar.Gi
Gisele não esperava que ele fizesse aquela pergunta, seu corpo ficou um pouco tenso, sem resposta. Após um momento, ela levantou os olhos lacrimejantes para ele, sorrindo e balançando a cabeça.- Não me arrependo. Como você sabe, casar com você sempre foi meu sonho. Talvez para você, o fato de minha mãe e seu avô terem conspirado para nos unir seja vergonhoso, mas espero que acredite em mim, eu realmente não sabia no início... - Respondeu Gisele, com isso, ela riu e balançou a cabeça de novo. - Mas, não importa mais. Tudo isso já passou, assim como hoje. O passado nunca mais voltará.- Qual é motivo? - Perguntou Felipe.- O quê? - Disse Gisele, olhando para ele sem entender.- Por que você insistiu em se casar comigo? Em tudo há uma razão. - Continuou Felipe.Gisele ficou em silêncio.Quando Aurora estava viva, ela comandava a Vinícola Júnior e o Entretenimento Botelho. Diziam que ela era a rainha dos negócios, uma figura realmente formidável! Com uma palavra de Aurora, qualquer um que
Quando sentiu a temperatura e a respiração dele, lágrimas escorreram involuntariamente. Abraçou com firmeza ele, se encostando ao peito, ouvindo as batidas fortes do coração dele...- Se pudesse, seria bom esquecer você, esquecer para sempre. - Sussurrou Gisele.Felipe franziu a testa, uma sensação estranha percorreu seu coração. O corpo delicado dela fez com que ele apertasse os braços, hesitando em soltar ela.“Merda!”- Ele almadiçoou baixinho, prestes a soltar os braços quando o celular na mesa começou a tocar. Era a chamada de Estella.Ao ver aquele nome, Gisele mordeu os lábios e se afastou dele. Felipe atendeu e a voz apressada de Estella veio do outro lado.- Felipe, algo terrível aconteceu! A mãe foi sequestrada! - Disse Estella, apressadamente. - O que aconteceu? - Perguntou Felipe, com seu olhar gélido. - Hoje, planejávamos ir para a estância de águas termais, mas surgiu um evento de última hora para mim. Então mamãe foi mais cedo. A ideia era nos encontrarmos lá mais tard
- Obrigada, Gabriel. Entendi. - Disse Gisele.A partir de agora, cada um seguiria seu caminho, sem mais presença na vida um do outro.- Já está tarde, vá descansar. - Falou Gabriel, em tom suave.- Sim, você também. Boa noite. - Disse Gisele.- Boa noite. - Falou Gabriel.Após encerrar a ligação, Gisele verificou o relógio, já passava da meia-noite.O aniversário de casamento estava prestes a terminar.Observando a neve lá fora pela janela, ela arrumou tudo na mesa, lavou os pratos e se preparou para sair.- Oh, Ex-Sra. Lopes, vai embora sem nem dizer adeus? - Zombou Ana, parada na entrada, encarando ela com sarcasmo.- Preciso te avisar agora que estou indo? - Rebateu Gisele, se virando para Ana, sorrindo, mas suas palavras eram firmes.Ana ficou sem palavras por um momento.- O Sr. Felipe nem gosta de você. Você ficou atrás dele por todos esses anos e acabou com esse resultado. Gisele, você merece isso! - Gritou Ana.- Mesmo que eu seja assim, ainda sou a filha da família Júnior. Não
Felipe olhou para Francisco, que chegou com antecedência. - Traga isso aqui! - Ordenou Felipe.- Sim, senhor. - Disse Francisco, pegando a caixa jogada no chão e caminhando até Felipe.- Abra. - Continuou Felipe.Francisco assentiu, abrindo a caixa. No instante em que abriu, revelou um vestido funerário manchado de vermelho e uma boneca vodu!- Ah! - Estella gritou, horrorizada, imediatamente se escondendo atrás de Felipe. Ela apontou para a caixa nas mãos de Francisco, e acrescentou. - Este vestido e a boneca têm o nome da mamãe escritos, estão amaldiçoando ela! Além disso, o cheiro deste vestido é de uma mulher, um aroma... Parece familiar, mas não consigo lembrar onde já senti isso. Felipe deu um olhar significativo para Francisco.Francisco concordou, cheirou a fragrância do vestido. - É, sem dúvida, tem um cheiro. - Afirmou Francisco.- Me lembrei, isso é... É o cheiro da Gisele! Felipe, você também tem esse aroma. Vocês estavam juntos, né? - Exclamou Estella, apressadamente.F
A voz de Ana ecoou do outro lado. - Sr. Felipe, ainda não amanheceu, Srta. Gisele foi embora enfrentando a tempestade de neve. A neve lá fora está intensa e descer a montanha não está fácil. Sugeri que ela ficasse um pouco mais, mas ela parecia ter algo urgente. Não ouviu meus conselhos e até me xingou por me intrometer. - Disse Ana.Felipe franziu o cenho, no momento em que desligou a chamada, a voz de Estella se fez ouvir.- Então, parece que você está mesmo com Gisele... - Murmurou Estella, baixando os olhos, falando quase num sussurro. - Gisele certamente armou tudo isso. Enquanto ela estiver ao seu lado, você nunca suspeitará dela! É um álibi perfeito. Mesmo se pegarem os sequestradores da mãe, se ela der dinheiro suficiente e ameaçar as famílias deles, eles não vão entregar ela! Ela conseguirá vingança e escapará impune! Como Gisele pode ser tão cruel... Como ela pode ser tão má! Não faço ideia de como mamãe está agora...Estella parecia uma mosca sem rumo.Em seguida, um estron