A mão de Miguel desliza pelo maxilar de Sasha, os dedos firmes, mas surpreendentemente gentis, como se estivesse moldando-a ao seu toque.Sem aviso, Miguel a puxa bruscamente e captura os lábios de Sasha em um beijo que não é nada suave. E sim em um beijo possessivo, dominante, que reivindica cada pedaço dela. A boca dele é dura contra a dela, exigente, como se estivesse marcando território, e Sasha sente o impacto desse gesto como uma corrente elétrica que percorre seu corpo inteiro. Ela se surpreende ao sentir uma resposta brotar dentro de si, seus lábios cedendo e seus olhos fechando, seu corpo traindo sua mente. De novo. Exatamente como ele disse.Para ela, o gosto dele é intoxicante, uma mistura de desejo cru e autoridade inquestionável e Sasha sente o calor se espalhando por suas veias, enquanto suas mãos instintivamente se agarram à camisa dele, como se precisasse de algo para se manter ancorada.Ele a beija com uma fome que a faz esquecer de tudo por um momento. Miguel aprofun
Sasha apoia as duas mãos no peitoril da janela, tentando recuperar o fôlego e acalmar os batimentos cardíacos que ainda martelam em seu peito. À medida que a adrenalina começa a se dissipar, uma onda de constrangimento a invade, fazendo seu rosto queimar de vergonha. Como pôde ter dito aquilo? Como pôde insinuar, mesmo que indiretamente, que queria ser caçada? As palavras ecoam em sua mente, cada sílaba carregada de um desejo que ela sabe que deveria não sentir.Ela aperta os olhos, balançando a cabeça de um lado para o outro tentando freneticamente apagar a lembrança da conversa com Miguel.“Eu não sou o tipo de presa fácil” — As palavras ainda soam em seus ouvidos, ela não acreditando que tal frase saiu mesmo de seus lábios. Que tipo de pessoa desafia um lycan, e ainda mais, o rei deles?E pior ainda, que tipo de pessoa sente uma excitação proibida ao ser confrontada com uma promessa tão sombria e primitiva de ser caçada e tomada no meio floresta onde qualquer um que passe pode vê-l
Miguel mantém sua postura firme, seus músculos tensos, prontos para a batalha. Seu oponente não é menos determinado, mas há uma diferença clara entre os dois: enquanto o outro lycan exibe uma ferocidade selvagem, Miguel irradia um controle letal, como um predador que sabe exatamente quando atacar para garantir o golpe fatal. O coração de Sasha martela em seu peito, observando com apreensão e ansiedade. Miguel vai vencer! — Ela diz para si mesma, sequer sabendo pelo o que eles estão lutando, ou se realmente é por algo ou apenas algum costume estranho dessa espécie mágica. O ar ao redor deles parece vibrar com a expectativa, e o ar que ela respira parece estar ainda mais frio que o de costume. Os uivos cessam, agora o som que ecoa é o rosnado de ambos os lycans. Miguel e o outro lobo negro avançam um contra o outro, a velocidade e a brutalidade com que se movem é assustadora, seus corpos colidem com o impacto de uma tempestade devastadora que faz o corpo de Sasha tremer. As garras d
Quando finalmente chega à multidão de lycans, ela para, ofegante. Todos os olhos, que antes estavam fixos na luta, agora se voltam para ela. Estranhos a observam com curiosidade, enquanto aqueles que ela reconhece a encaram com uma espécie de acusação silenciosa, como se estivessem culpando-a por algo que ela não faz ideia do que seja.O peso desses olhares é quase insuportável, mas Sasha se força a permanecer firme, lutando contra a vontade de recuar. Ela sabe que não deveria estar ali, que é perigoso demais, mas algo maior do que o medo a mantém em pé.Um rosnado rompe o silêncio, fazendo todos ao redor se voltarem para Lovetta, cujos olhos brilham com uma fúria incontrolável enquanto ela avança em direção a Sasha. Os dedos de Lovetta se transformam em garras prateadas e afiadas, refletindo a luz de forma ameaçadora.— Como ousa aparecer aqui, sua humana desgraçada? — Lovetta grita, a voz cheia de ódio e desprezo, cada palavra carregada de intenção violenta.Sasha, apesar do medo qu
A raiva e o desespero que a dominam deixam pouca margem para o medo ou a razão. Sasha só sabe que precisa fazer algo, qualquer coisa, para quebrar a tensão sufocante que está testemunhando. A visão do pescoço de Miguel sendo abocanhado pelo outro lobo é uma visão com a qual ela tem certeza que terá pesadelos pelos próximos dias.— Levante, seu lobo sarnento! — A voz dela corta o ar, carregada de uma mistura de raiva, medo e uma determinação desesperada.O silêncio que se segue é quase palpável. Cada lycan ao redor parece ter congelado, boquiabertos, sem acreditar no que acabaram de ouvir.Uma escrava humana, um ser que deveria estar prostrado em submissão, ousa se intrometer no desafio e, ainda por cima, insultar o Genuíno Alfa em um momento tão crítico.O choque é tão grande que até mesmo o lobo sobre Miguel para de forçar seus dentes sobre a carne dele, voltando seu olhar para a humana que continua a xingar de forma petulante.Ela não consegue entender por que se importa tanto com M
Miguel avança com uma fúria renovada, usando suas patas dianteiras para forçar o outro alfa ao chão. O adversário tenta resistir, mas Miguel não lhe dá espaço para sequer respirar, sua dominância agora pulsando no ar com uma força avassaladora – algo que antes parecia não estar tento efeito. Mas agora, o outro alfa sente todo o peso da superioridade de Miguel, seus membros tremendo enquanto ele luta em vão para escapar.Um rosnado profundo emana do peito de Miguel, reverberando por todo o ambiente como um trovão, e é nesse momento que o oponente começa a fraquejar. Ele sente a pressão implacável de Miguel se intensificando, e um choro sufocado de dor escapa de sua garganta. A aura de poder de Miguel domina completamente a cena, subjugando o oponente até que não reste mais luta dentro dele.Com uma precisão cruel, Miguel finca seus dentes no pescoço do adversário. A carne cede sob sua mordida, o som da pele sendo perfurada e rasgada ecoando pelo campo. O sangue jorra em um arco escuro,
A porta se fecha com um estrondo abafado, Lukan dá suas ordens, dispensando os outros membros da matilha. Sua voz é firme, e apesar da preocupação estampada no rosto de todos os lycans, todos obedecem, voltando para seus afazeres e ele leva os visitantes para tocas temporárias. O Genuíno Beta mantém os olhos fixos na porta fechada por mais um momento, como se tentasse enxergar além da madeira espessa. Depois de um último olhar furtivo, ele se retira, deixando apenas o silêncio preencher o espaço ao redor. Dentro da toca, Kesha corre com urgência, abrindo as cortinas e deixando o ar fresco circular pelo ambiente. Ela tenta conter a preocupação que estampa em seu rosto, mas seus olhos, constantemente voltados para a cama, traem seu desespero e as lágrimas rolam. Pouco depois, Luciana entra na toca, trazendo em um carrinho uma bacia de água limpa e panos frescos, enquanto ervas aromáticas para unguentos repousam no seu braço, cuidadosamente escolhidas. Lovetta está sentada ao lado da c
— Eu não fiz na...O tapa estala no ar como um trovão. O impacto é tão forte que o rosto de Sasha é lançado para o lado, o som ressoando pelo quarto. Seu pescoço dói com o movimento brusco, e ela leva a mão ao rosto, sentindo o calor do golpe. Seus olhos se enchem de lágrimas, mas ela se recusa a deixá-las cair.Luciana corre para segurar Lovetta, que se solta dela com uma força brutal, sua superioridade física evidente. Nesse momento, pouco importa para Lovetta a posição hierárquica de Luciana. Sua raiva cegante a domina completamente.— Pare com isso! — Luciana ordena, sua voz firme e carregada de autoridade. Ela se levanta rapidamente, voltando a agarrar Lovetta pelos ombros, tentando conter sua fúria antes que ela faça algo ainda pior a Sasha.Mas Lovetta está fora de controle, os olhos faiscando de ódio puro.— Faça o que lhe mandei! — Luciana continua, a voz quase suplicante, enquanto tenta segurar Lovetta. — Vá cuidar das feridas do Genuíno para que ele possa se recuperar, prec