— O-o que está acontecendo? — Mara gagueja, seus olhos arregalados enquanto tampa o nariz, tentando se proteger do cheiro sufocante de enxofre que exala de Sasha, causando-lhe náusea.O fedor é sufocante, queimando suas narinas como se algo pútrido estivesse apodrecendo no ar. Ela tenta dar um passo para trás, mas suas pernas tremem, aterrorizada por nunca ter visto uma criatura como aquela, que literalmente fede a morte.O rosto de Mara está pálido, assim como os dos demais, seus olhos arregalados e fixos no que deveria ser apenas um cadáver nesse momento.— Ela não deveria está morta? O poder dela e do filhote ser transferi... — Mara consegue terminar, sua voz morre em sua garganta ao ver que agora a atenção da criatura está em si.— Lanchinho — a criatura murmura, e então, num piscar de olhos, pula do altar sobre a lycan, que sequer tem tempo de reagir antes que sua enorme mandíbula se abra e abocanhe por completo a sua cabeça.Com o movimento rápido, Mara tem sua cabeça arranca e
Antes que Miguel possa contra-atacar, a criatura avança novamente, mais rápido desta vez, sua velocidade é uma sombra indistinta, quase impossível de acompanhar.Miguel mal consegue se esquivar do golpe seguinte, mas antes que possa se estabilizar, Sasha gira no ar, um movimento que nenhum lycan transformado seria capaz de realizar. Com uma precisão devastadora, ela acerta um chute poderoso nas costelas de Miguel, a força do impacto o arremessa contra a parede da caverna, o impacto reverberando em seus ossos.O som do impacto ecoa, a pedra ao seu redor se fragmenta, e um grunhido de dor escapa de Miguel. Ele cai no chão, os músculos tremendo pelo impacto, mas sua determinação é inabalável. Ele se ergue rapidamente, ignorando a dor que pulsa em seu corpo lupino.A criatura ri, um som distorcido e macabro que reverbera pelas paredes da caverna. Seus olhos vermelhos brilham com um brilho demoníaco, e ela observa Miguel com desdém.— Ainda insiste em se levantar, filho de Selene? — A voz
— Sasha, pare! — Mariana grita desesperada, lançando bolas de fogo em direção à criatura.As chamas colidem contra Sasha, mas não causam danos visível, nem um arranhão sequer, ao contrário, parece apenas alimentar a aura sombria que a envolve.Sasha se vira, seus olhos vermelhos brilhando como brasa viva. Ela encara Mariana por um momento, sua boca grotesca abrindo em um sorriso distorcido, como se zombasse da tentativa da bruxa, Mariana sente um calafrio percorrer sua espinha, mas não recua.Alice, ao lado de Mariana, ergue sua espada. A lâmina brilha à luz das velas, refletindo a intensidade do momento. A bruxa dá um passo à frente, sua expressão resoluta enquanto ajusta o peso da arma.— Não há outra escolha! — Alice murmura para si mesma, a voz carregada de resignação e coragem, seus olhos fixos na criatura que momentos antes era a mestiça Sasha.Ela se prepara para avançar, com a intenção clara de decapitar o ser monstruoso e pôr fim ao caos. Mas antes que ela possa dar o primei
O brilho esverdeado nos dedos de Melody pulsa com intensidade. Seus olhos, cheios de ódio e ressentimento, encaram suas irmãs com uma fúria reprimida há décadas.Sua postura está ereta, seus passos são firmes e lentos, mas há uma tensão em seus ombros que trai a dor interna.Ela estica os braços para frente, e galhos grossos e retorcidos crescem rapidamente ao seu redor das plantas que ela espalhou para o ritual, pulsando com a magia da floresta. Em um movimento abrupto, ela lança um dos galhos na direção de Mariana, que está concentrada em curar Miguel.Alice, no entanto, salta para frente, erguendo as mãos, usando sua ligação com a água. Um fluxo gelado percorre o ar enquanto sua magia congela a raiz no último segundo. O galho para no meio do caminho, coberto por uma camada de gelo cintilante, que veio de dentro para fora.— Chega disso, Melody! — Alice grita, sua voz cheia de dor e urgência. ⸺ Vai mesmo atacar as suas irmãs? Na covardia?Melody dá uma risada amarga e cruel.⸺ Melod
— Escolheram me abandonar — a voz de Melody treme, carregada de mágoa e fúria, mas ela se controla, suas emoções não podem sair de controle, não agora.Seus olhos faíscam com uma mistura de dor e frieza enquanto encara suas irmãs. — Escolheram me tratar como uma pária. Escolheram me deixar sofrer enquanto vocês seguiam com suas vidas! E agora, vocês vêm aqui, esperando que eu simplesmente não faça nada? Que eu esqueça tudo o que me fizeram e siga como se tudo o que passei não tivesse sido nada?Liana dá um passo à frente, mas hesita. As palavras de Melody perfuram como lâminas afiadas, trazendo à tona decisões do passado que ainda pesam em seu coração. Ela respira fundo, tentando se revestir com sua armadura emocional, mas é impossível ignorar o peso da culpa. — Não, mas... — Alys tenta intervir, sua voz fraca, como se cada palavra fosse uma luta. Mas antes que possa continuar, Melody a interrompe.— Então me poupe de suas palavras — Melody dispara, sua voz carregada de desprezo e
— Precisamos ganhar tempo. Miguel é o único que pode enfrentar essa criatura. Mariana precisa curá-lo — Alys murmura, sua voz tensa enquanto observa a criatura avançando em direção a Pedro, que mal consegue manter o equilíbrio com a arma tremendo em suas mãos. Seu coração dispara, e ela sente o calor do sangue escorrendo pelos cortes profundos em sua perna e braço. Cada movimento é uma luta contra a dor.— O que você tem em mente? — Pedro pergunta, ofegante, seu olhar alternando entre Alys e a criatura horrível, que sua filha se tornará, que se aproxima com passos lentos, mas ameaçadores.Alys não responde de imediato. Ela fecha os olhos por um breve momento, tentando ignorar a dor que lateja em seus membros. As palavras de Liana ecoam em sua mente, e ela sente um aperto no peito ao pensar no que Melody poderia fazer à irmã mais velha.Não é hora de pensar nisso, Alys. Concentre-se! — Ela diz a si mesma em pensamentos, enquanto força o corpo a se mover.De repente, Alys avança contra
— Desconte em mim todo o seu sofrimento — Liana insiste, sua voz trêmula, mas carregada de uma determinação feroz. Ela ergue a cabeça, permitindo que Melody veja as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Pare de machucar pessoas inocentes! Aquela menina não fez nada contra você para merecer isso!O grito dela ecoa pela caverna, reverberando como um apelo desesperado. Melody recua um passo, sua expressão indecifrável.— O mundo não é justo, você sempre disse isso — Liana engole em seco, a voz quase falhando, mas ela continua. — Por favor, não se torne o monstro que todos pensaram que você era. Continue sendo a princesa gentil que eu admirava, que amava olhar para as estrelas, que contava histórias para nos ajudar a dormir, que fugia com Mariana para comer pizza no mundo humano, achando que ninguém sabia, a garota do sorriso mais doce...Melody sente os dedos tremerem, as palavras de Liana quebrando as barreiras que ela havia erguido ao redor de sua alma. As memórias invadem sua mente com
Todas as velas estão apagadas, a caverna está mergulhada nas sombras, o cheiro de sangue fresco e muitos tipos de magia ainda paira pesando o ar.O silêncio perturbador é quebrado pelo som de passos pesados e rosnados baixos que ecoam pelas paredes rochosas.Lukan não se incomoda de falar qualquer palavra que seja aos lycans solitários que ainda estão vivos. Ele simplesmente começa a caminhar, querendo sair logo daquele lugar e ir para uma de suas propriedades no mundo humano.— Aonde pensa que vai, Lukan? — Uma voz rouca ressoa atrás de Lukan, o fazendo parar de andar.Lukan se vira, encarando o lycan que voltou a forma humana.— Vai fugir e nos deixar aqui para sermos exterminados por aquele demônio! — Acusa outro dos lycan que também volta a forma humana, eles começam a se espalhar, cercando Lukan em um círculo, tampando o corredor da saída da caverna.O ar se torna mais pesado, carregado de ressentimento e ódio que Lukan consegue sentir emanando dos outros.— Seu maldito! — Berrou