— Merda! — Mariana exclama, sua mente buscando alternativas para quebrar o escudo.Pedro atira outra vez, desta vez mirando cuidadosamente no ponto em que a barreira mágica parece mais fraca — na parte de traseira deles. Porém, no instante que a bala se aproxima, o ponto brilha com mais intensidade e o mesmo de antes acontece, a bala trêmula no ar e logo em seguida vira por.— Como iremos derrota-los, as balas de prata nem chegam perto, sua magia também não tem nenhum efeito, Mari — Pedro murmura, sentindo a desesperança se infiltrar em seu peito.Lovetta investe contra um dos lobos maiores, suas presas encontrando o pescoço do inimigo. Ela sente o gosto de sangue, mas o lobo se recupera com uma rapidez impossível, os ferimentos se fechando instantaneamente, como se a própria magia negra estivesse curando-o.Kesha não consegue machuca-los com suas presas e garras, mas usa o ambiente ao seu favor, fazendo-os bater nas arvores, chocarem-se um contra o outro enquanto usa a vantagem de se
Lovetta se joga contra ele, os dois rolando sobre a neve fria, um contraste gritante com o calor do sangue que mancha o chão. Eles se engalfinham, uma luta feroz e primal. Suas presas encontram o pescoço do lobo inimigo, cravando fundo enquanto sente as garras dele rasgarem sua lateral. O gosto metálico de sangue invade sua boca, mas ela não solta. Ele a morde de volta, mas Lovetta usa sua força restante para girar, esmagando o lobo contra o chão antes de finalmente quebrar seu pescoço com um estalo seco.Ela solta o corpo inerte do inimigo, ofegante, mas sem tempo para recuperar o fôlego. Seus olhos percorrem o campo de batalha, captando o humano está desacordado sangrando, então ela vê o movimento de Mariana. A bruxa está de olhos fechados, murmurando palavras em um idioma que Lovetta não compreende. O ar ao redor dela parece vibrar com energia, como se cada sílaba que Mariana pronuncia estivesse tentando romper uma barreira invisível.Espero que ela esteja conjurando contra esses m
A neve cede sob o peso das patas de Sasha enquanto ela corre pela floresta, o vento frio chicoteando seu pelo branco. Sua respiração está ofegante, mas constante, e seus sentidos estão em alerta máximo.Os lobos solitários estão logo atrás, suas presenças como sombras escuras e ameaçadoras que se aproximam cada vez mais. O rosnar e o estalar das patas no solo gelado são um lembrete constante do perigo iminente, e ela sente isso em casa músculo, mas se recusa a parar.Seu plano funcionou ⸺ todos os inimigos estão a seguindo, deixando os seus a salvo até que a ajuda chegue ⸺ mas o custo é alto. Agora, ela está sozinha contra todos.Bem, não tão sozinha.Meu filhote ⸺ Sasha estremece internamente, seu peito acelera com o medo que percorre por todas as suas células, ela sente vontade de choramingar, de clamar por Miguel, de se esconder atrás da presença dele e se sentir a salvo e seguro.A clareira finalmente se fecha em uma densa floresta, a qual Sasha estava muito curiosa para conhecer
A neve ao redor de Lovetta não está mais branca, está manchada de vermelho, um testemunho silencioso da batalha que aconteceu. Ela sente o gosto amargo da derrota em sua língua, seu estomago se revirando com os odores no ambiente.O ar está pesado, carregado com o cheiro de sangue e o repugnante cheiro de magia podre. Lovetta sente casa fibra de seu corpo parecer pesar toneladas, cada músculo gritar de dor enquanto tenta se mover novamente, suas patas se esticando sobre a neve gelada, mas a força a abandona a cada tentativa.A imagem de Sasha correndo e levando o perigo para ela e o futuro Genuíno Alfa em seu ventre piscam em sua mente, fazendo-a forçar a manter a consciência, que a mantêm lutando contra o desespero que ameaça engoli-la; Lovetta teta novamente, suas unhas cravando na neve enquanto tenta se levantar primeiro com as patas dianteiras.Mas seus membros estão fracos e trêmulos, incapazes de sustentar seu próprio peso, ela cai novamente, seu rosto lupino afundando na neve f
O som de um suspiro suave vindo de Kesha faz Lovetta parar de se mover, seus olhos afiados no rosto da jovem lycan, que continua desacorda, mas a expressão se torna quase serena em seu rosto. Lovetta observa com alivio o peito dela voltar a se mover, o som do coração dela voltando a bater, mesmo que fraco.Kesha está viva! Lovetta não tem tempo de comemorar, seus ouvidos detectam outros sons, mais distantes. Ela capta o som de várias patas se aproximando, passos pesados e firmes, cada vez mais próximos, cada um esmagando a neve com determinação e presa, os galhos sendo quebrados e rosnados baixos.Ela vira a cabeça lentamente, cada esforço parecendo um esforço monumental. Seus olhos caramelados encontrando as figuras distantes que atravessam entre as árvores.O vento sopra, trazendo o cheiro deles.Miguel!Lovetta sente vontade de sorrir, mas até os músculos de seu rosto doem. Os corpos grandes e musculosos dos lycans da matilha do Genuíno Alfa cada vez mais próximos, todos correndo
Miguel sente seu corpo treme enquanto tenta se erguer, lutando contra o peso que parece arrastá-lo para o chão. Sasha precisa de mim — sua mente grita isso repetidamente, abafando qualquer outra voz. Ele respira fundo, reunindo tudo o que resta de sua força, e com um rugido que se sobrepõe aos gruinhos dos lycans, Miguel se recusa apermancer caído. Ele empura seu corpo para cima, suas patas temem com o esforço, mas ele continua determinado. Ele finalmente consegue se ergue sobre suas patas. Contudo, no exato momento em que se ergue, a dor desaparece completamente, como se nunca estivesse lá. Seu peito sobe e desce rapidamente, os olhos dourados brilhando intensamente. O cheiro insuportável e pugente chega até seu olfato, um misto de magia negra e prata, as lembranças de quando perdeu o controle de seu lobo e apenas Sasha conseguiu o alcamar veem em sua mente e, então a percepção o atinge como um soco no estômago, e ele volta a olhar para Lovetta. Ele caminha até a fêmea, seu nariz
Miguel ergue sua cabeça, seus olhos escaneando a floresta mais uma vez. O sol começa a subir no horizonte, lançando uma luz dourada sobre as árvores. Mas para Miguel, não há alívio na beleza do amanhecer. Tudo o que ele vê é um lembrete de que outra noite passou sem Sasha ao seu lado.Ele fecha os olhos por um momento, tentando se concentrar, tentando sentir o vínculo com ela. É fraco, como uma linha fina preste a se romper. Mas está lá, e ele se agarra a ela, pois se ainda existe, ela ainda está viva.Ele volta a correr, forçando seus músculos a ultrapassarem seus limites. Horas se passam, e Miguel ainda está correndo. Ele ignora a dor em suas patas, o cansaço que ameaça derrubá-lo. Tudo o que importa é Sasha. Ele não vai parar até encontrá-la.Enquanto ele corre, flashes de memórias passam por sua mente. O sorriso de Sasha, a força em seus olhos, o som de sua risada. Sasha... onde você está? — Ele murmura para si mesmo mentalmente.Ele para novamente, olhando para a floresta ao se
Sasha inspira fundo, tentando desesperadamente manter a calma, mas o peso da situação a sufoca. Seus olhos percorrem a caverna vasta e irregular, capturando cada detalhe. As paredes rochosas estão cobertas por desenhos perturbadores feitos com sangue fresco, que escorre lentamente em filetes viscosos para baixo. A visão é nauseante, mas ela força seus olhos a focarem, a analisarem.Entre os desenhos, ela reconhece alguns dos símbolos que já viu em um dos livros de romance que Mariana lhe deu quando mais jovem, sobre o romance de um caçador com uma bruxa branca. A cruz ansata, o heptagrama e o nó celta se destacam em meio ao caos. No entanto, os outros rabiscos são desconhecidos, linhas tortuosas e figuras distorcidas que parecem vibrar com uma energia opressiva.No chão e nas paredes, velas de diferentes tamanhos estão espalhadas por toda a parte. Suas chamas tremulam, lançando sombras inquietantes que dançam pelas rochas e reforçam o ar de horror do lugar. Sasha sente um arrepio perc