Miguel entra na cela com passos firmes, sua presença dominando o ambiente. Ao ver Pedro sentado no catre presa na parede, com um livro em mãos, fingindo que o mundo fora de sua cela não o afeta, a raiva de Miguel só aumenta. Seus olhos brilham com uma fúria controlada, enquanto avalia o macho humano à sua frente, aparentemente imerso na leitura. Miguel inclina-se contra a parede fria, cruzando os braços. — Hum... Pelo jeito, está bem à vontade na sua nova cela — Miguel comenta com um sorriso de escárnio. — Sua filha realmente se esforçou muito para me agradar e me convencer a melhorar sua situação e não matar você — provoca, irritado pelo semblante calmo do homem que chorou mais do que criança em seu cassino. Pedro trinca o maxilar, Miguel consegue sentir o cheiro da raiva, se sentindo melhor agora. Contudo, Pedro não desvia o olhar do maldito livro, e folheia outra página, como se Miguel não tivesse falado com ele. — Aproveitando a leitura, humano? — Miguel pergunta, o sarcasmo em
— Não estou brincando de nada com você! — Pedro rebate, igualmente enfurecido.— Como você sabe sobre nós?— Já disse que não é da sua conta — Pedro murmura.— Não tem medo mesmo do que eu posso fazer com você, não é? Acha que me importo de ter sangue de um merda como você nas mãos?— Em toda a história foram vocês que caçam os humanos, nos escravizavam, nos torturavam, as malditas bruxas nos usavam em seus rituais nojentos, os vampiros usavam as humanas como barriga para gerar seus filhos, as estuprando, quer que eu continue a lista? Como você ousa me chamar de merda quando a sua espécie teve que ser contida pelos deuses por ser manchas no mundo que deveria ser apenas dos humanos?Pedro agarra as mãos de Miguel, seus olhos tão afiados quando ele nunca pensou que um humano poderia olhar.— Me dê o que quero, quem é a bruxa, o que o feitiço faz, como eu o quebro — Miguel fala entre dentes tentando manter sua voz controlada.— Já disse que não sei! — Pedro diz, mantendo sua voz controla
Cinquenta anos atrás, a lua cheia iluminava o céu com uma intensidade sobrenatural, mas naquela noite, seu brilho não alcançava o solo. Nuvens cinzas e espessas cobriam o firmamento, mergulhando tudo em uma escuridão absoluta.O vento uivava entre as árvores, mas o som mais aterrorizante vinha do interior do território dos genuínos alfas: os barulhos inconfundíveis das correntes de prata que podiam ser ouvidas por longos metros de distância.Elas cortavam o ar e se entrelaçavam em torno da carne do casal Genuíno, presos pelo pescoço como se fossem animais de estimação, e o cheiro insuportável de carne queimada constantemente deixavam um aroma repulsivo no ar.Os gritos de dor que ecoavam daquela mansão eram insuportavelmente dolorosos para os ouvidos sensíveis de quem assistia. Mas para Melody, aqueles sons eram como uma sinfonia perfeita, melhor do que qualquer melodia tocada pelos melhores musicistas.Seus olhos verdes estavam tingidos de um preto profundo, a sombra de sua aura somb
O Genuíno Alfa e sua companheira estavam imóveis, a dor os consumindo, mas ambos tentavam se manter firmes. Os gritos de dor, agora abafados, eram controlados pelo orgulho que ainda tinham. Não dariam o gosto da fraqueza a seus inimigos, não cederiam ao prazer cruel de Melody.Helena, em silêncio, deu um último olhar ao casal condenado, seus olhos encontrando os da Genuína Luna, a dor refletida nas írises amareladas da mulher que, apesar de seu estado agonizante, ainda a encarava com desprezo.Era tarde demais para arrependimentos.Helena correu para fora da mansão, seus pés descalços afundando pela neve. O som de seu coração batendo rápido em seus ouvidos abafava qualquer barulho ao redor.Por anos havia suportado o inferno dentro das matilhas que foi obrigada a servir, tento que ser o alivio sexual para os genuínos betas sem companheiras e aos visitantes, além das inúmeras surras e humilhações que aguentou das outras fêmeas. Sendo a única escrava, todos descontavam apenas nela.Dentr
— Genuíno? Genuíno? Senhor... — a voz do beta fica cada vez mais alta nos ouvidos do Genuíno Alfa, rompendo a neblina escura que cobre sua mente.Miguel pisca, as imagens que o perseguiam como sombras em sua mente finalmente se dissipando. Por um breve momento, ele esteve perdido, preso nas memórias dolorosas e na raiva fervente que sempre acompanha pensamentos sobre Melody e o passado sombrio que ela trouxe para sua vida junto com a traidora de sua própria espécie.Respirando fundo, ele volta à realidade, os olhos ajustando-se ao ambiente e aos lycans à sua volta.Sua boca está seca, a mente rodopiando com a informação recém-recebida: Melody escapou, e agora, após cinquenta anos de silêncio, surgem pistas sobre a localização de Helena, a Luna Cimexs fugitiva. A loba solitária que ele não via há décadas, mas cuja ausência ainda carregava profundas cicatrizes no equilíbrio de seu território, alimentando a sua sede de vingança.Miguel cerra os punhos, os músculos de seu maxilar tensos e
As palavras de Lukan têm o efeito oposto ao que ele pretendia. Sasha, em vez de se submeter, se recusa a ir sem fazer um estardalhaço. A pontada de medo se transformando em raiva, e seus gritos ecoam ainda mais alto do que antes.— Me solta, seu bruto! — Ela grita, lutando contra o aperto firme de Lukan em seu pulso, tentando se libertar.O som de seus gritos reverbera pelas paredes, alcançando os ouvidos de Luciana e Kesha que param de preparar a caça que Lovetta trouxe, que se entreolham com olhos arregalados. Ambas correm em direção aos gritos sem pensar duas vezes. Ao chegar à cena, veem Lukan arrastando Sasha com brutalidade, sua postura fria e controlada irritante à medida que ele mantém o pulso dela firme.A indignação queima nos olhos de Luciana e Kesha. Elas se aproximam rapidamente.— Lukan! — as duas gritam em uníssono, a voz cheia de autoridade.Lukan para e as encara, uma sobrancelha arqueada em irritação. A mão dele permanece firmemente apertada no pulso de Sasha, que co
Lukan sorri de forma sombria, o brilho cruel em seus olhos deixando Kesha ainda mais inquieta.— No momento, se ela cooperar, será apenas uma conversa, se não... — ele responde, a voz suave, quase desdenhosa, seu olhar frio se volta para Sasha. — Terei que usar métodos mais... eficazes, talvez sejam um pouco dolorosos.Kesha sente seu estômago revirar ao ouvir isso. Ela olha para Sasha, que tenta manter a calma, mas é visível o nervosismo em seus olhos.Luciana balança a cabeça em negação, não importa o que tem nessa mensagem, Miguel jamais permitiria que infringem dor a ela, nem quando ele rompei a ligação ele não permitia, imagine agora que ele sentira tudo em dobro.— Você não pode machuca-la — Luciana começa, mas hesita em dizer que Sasha é a companheira de Miguel. A incerteza se pode ou não falar isso. — Não esqueça que ela é uma fêmea, e apesar de não saber qual a relação entre elas é uma fêmea humana e....— Poupe-me do seu discurso, velha — Lukan interrompe, a voz cheia de des
— Tire isso de mim... — Sasha pede, a voz embargada, os olhos marejados de lágrimas quentes. — Eu não fiz nada de errado.Lukan sorri friamente, ignorando seu pedido enquanto prende firmemente a coleira ao pescoço dela. O som do clique do último trinco ecoa pela cela sombria, como um prenúncio de algo ainda pior. Ele a observa por um momento, sem qualquer emoção aparente em seu rosto.— Onde e como conheceu Helena? — Lukan pergunta.Sasha pisca, confusa, suas sobrancelhas se franzem, Lukan a encara impaciente.— Como sabe o nome da minha mãe? — Ela pergunta, a voz mal saindo de sua garganta, sua mente ainda mais confusa.Lukan se inclina, puxando a corrente da coleira com força. O metal se aperta em torno do pescoço de Sasha, sufocando-a ligeiramente, forçando-a a levantar o rosto para ele.— Mãe? — ele repete, descrente e com desdém, antes de puxar a corrente que conecta a coleira de Sasha. — Não me faça de bobo, escrava — Lukan rosna, o tom de voz cheio de ameaça, Sasha não pisca,