À medida que avança e atravessas as ruas, os olhares não são apenas de medo, são hostis e frios.Ela havia tentando se aproximar de uma maga de idade momentos atrás, mas o que recebeu foi uma portada na cara e um grito de: não se aproxime.Não estão me reconhecendo.Pensa, voltando a andar, seus músculos protestando com o esforço, os raios de sol beijando sua tele pela primeira vez depois de tantos anos, ele queria poder aproveitar, mas a situação é séria demais.Talvez seja porque eu fiquei longe tempo demais — ela tenta se acalmar, arrumando uma justificativa para a hostilidade ao seu redor.Redobrando seus esforços, Melody segue em direção ao palácio, o lugar onde cresceu e viveu seus melhores momentos. Mas, enquanto ela se aproxima mais e mais, a inquietação dentro dela apenas cresce.Ela tenta ignorar os olhares que se fixaram em sua mente, o medo e raiva palpáveis nos olhos dos cidadãos é como um veneno, infiltrando-se em sua mente.Ao finalmente chegar pertos dos grandes portõe
Luciana entra na toca de Sasha, equilibrando uma bandeja de comida. O aroma da refeição quente é imediatamente percebido no ambiente, mas é ofuscado pelo cheiro da tristeza e a impotência que pairam no ar.Os olhos de Luciana caem para as costas de Sasha, que está sentada com a cabeça apoiada entre os antebraços cruzados sobre o peitoril da janela. Os olhos da humana estão vagos olhando para além do vidro, completamente alheios a sua intrusão na toca.— Sasha, querida — Luciana a chama, sua voz suave. Sasha se vira lentamente, o rosto cansado e os olhos abatidos. — Já passou do meio-dia, e seu corpo humano precisa comer pelo menos três vezes ao dia. Você ainda não comeu nada e nem saiu dessa janela desde cedo.A preocupação é evidente no rosto e na voz de Luciana, que se aproxima com a bandeja.— Não estou com fome — Sasha murmura, sua voz vazia, sem emoção. Ela volta a olhar para fora, os olhos fixos em algum ponto distante, como se estivesse presa em seus próprios pensamentos.— Se
Luciana para abruptamente, girando para o lado para encara Lukan com uma expressão severa, sua paciência esgotada. — Ele não a expulsou só por uma escrava sem valor — Luciana rebate, os olhos faiscando de irritação, seu tom afiado. — Mara desafiou diretamente as ordens de Miguel. Achou que podia brincar com as palavras e manipulá-lo. Além disso, deixar a humana nua ao encolher suas roupas foi uma afronta direta ao Genuíno Alfa. Ele deu ordens claras, e Mara as violou descaradamente, foi por isso que ela foi expulsa. Lukan a observa por um longo momento, o sorriso que brinca em seus lábios sem traço de sinceridade. Ele balança a cabeça devagar, como se estivesse refletindo sobre as palavras de Luciana. — Hum... — Lukan murmura, fingindo refletir. — Você tem razão, Luciana. Foi um comentário infeliz da minha parte. Vou deixá-la voltar aos seus afazeres. Ele recua lentamente, o sorriso frio ainda nos lábios, antes de desaparecer das vistas de Luciana. Luciana o observa por um momento
Miguel sente a dor fina e aguda das balas sendo expelidas de seu ombro e pescoço, o som metálico das balas tilintando ao tocarem o chão ecoa pelo cassino. Miguel apenas sente uma pequena dor incômoda, mas nada comparado à sensação de seus músculos e tecidos se regenerando rapidamente. Sua pele já começa a fechar, as cicatrizes desaparecendo em questão de segundos, como se ele nunca tivesse sido atingido.Ele ajeita o terno perfurado pelas balas, mantendo a sua postura ereta e imponente. Com um olhar afiado, ele se volta para um de seus betas— Mande-os para o alfa Dante — Miguel ordena, referindo-se aos mafiosos humanos inconscientes no chão. — Diga que é uma cortesia minha.Nenhum dos humanos está morto, mas Miguel não pode negar que exagerou um pouquinho na força enquanto os acertava. Ele preferiu apagá-los com seus punhos, ao invés das armas de choque criadas pelos humanos para apagarem outros humanos, mas isso não significa que tenha sido suave.— Sim, Genuíno — o beta responde, fa
Miguel entra na cela com passos firmes, sua presença dominando o ambiente. Ao ver Pedro sentado no catre presa na parede, com um livro em mãos, fingindo que o mundo fora de sua cela não o afeta, a raiva de Miguel só aumenta. Seus olhos brilham com uma fúria controlada, enquanto avalia o macho humano à sua frente, aparentemente imerso na leitura. Miguel inclina-se contra a parede fria, cruzando os braços. — Hum... Pelo jeito, está bem à vontade na sua nova cela — Miguel comenta com um sorriso de escárnio. — Sua filha realmente se esforçou muito para me agradar e me convencer a melhorar sua situação e não matar você — provoca, irritado pelo semblante calmo do homem que chorou mais do que criança em seu cassino. Pedro trinca o maxilar, Miguel consegue sentir o cheiro da raiva, se sentindo melhor agora. Contudo, Pedro não desvia o olhar do maldito livro, e folheia outra página, como se Miguel não tivesse falado com ele. — Aproveitando a leitura, humano? — Miguel pergunta, o sarcasmo em
— Não estou brincando de nada com você! — Pedro rebate, igualmente enfurecido.— Como você sabe sobre nós?— Já disse que não é da sua conta — Pedro murmura.— Não tem medo mesmo do que eu posso fazer com você, não é? Acha que me importo de ter sangue de um merda como você nas mãos?— Em toda a história foram vocês que caçam os humanos, nos escravizavam, nos torturavam, as malditas bruxas nos usavam em seus rituais nojentos, os vampiros usavam as humanas como barriga para gerar seus filhos, as estuprando, quer que eu continue a lista? Como você ousa me chamar de merda quando a sua espécie teve que ser contida pelos deuses por ser manchas no mundo que deveria ser apenas dos humanos?Pedro agarra as mãos de Miguel, seus olhos tão afiados quando ele nunca pensou que um humano poderia olhar.— Me dê o que quero, quem é a bruxa, o que o feitiço faz, como eu o quebro — Miguel fala entre dentes tentando manter sua voz controlada.— Já disse que não sei! — Pedro diz, mantendo sua voz controla
Cinquenta anos atrás, a lua cheia iluminava o céu com uma intensidade sobrenatural, mas naquela noite, seu brilho não alcançava o solo. Nuvens cinzas e espessas cobriam o firmamento, mergulhando tudo em uma escuridão absoluta.O vento uivava entre as árvores, mas o som mais aterrorizante vinha do interior do território dos genuínos alfas: os barulhos inconfundíveis das correntes de prata que podiam ser ouvidas por longos metros de distância.Elas cortavam o ar e se entrelaçavam em torno da carne do casal Genuíno, presos pelo pescoço como se fossem animais de estimação, e o cheiro insuportável de carne queimada constantemente deixavam um aroma repulsivo no ar.Os gritos de dor que ecoavam daquela mansão eram insuportavelmente dolorosos para os ouvidos sensíveis de quem assistia. Mas para Melody, aqueles sons eram como uma sinfonia perfeita, melhor do que qualquer melodia tocada pelos melhores musicistas.Seus olhos verdes estavam tingidos de um preto profundo, a sombra de sua aura somb
O Genuíno Alfa e sua companheira estavam imóveis, a dor os consumindo, mas ambos tentavam se manter firmes. Os gritos de dor, agora abafados, eram controlados pelo orgulho que ainda tinham. Não dariam o gosto da fraqueza a seus inimigos, não cederiam ao prazer cruel de Melody.Helena, em silêncio, deu um último olhar ao casal condenado, seus olhos encontrando os da Genuína Luna, a dor refletida nas írises amareladas da mulher que, apesar de seu estado agonizante, ainda a encarava com desprezo.Era tarde demais para arrependimentos.Helena correu para fora da mansão, seus pés descalços afundando pela neve. O som de seu coração batendo rápido em seus ouvidos abafava qualquer barulho ao redor.Por anos havia suportado o inferno dentro das matilhas que foi obrigada a servir, tento que ser o alivio sexual para os genuínos betas sem companheiras e aos visitantes, além das inúmeras surras e humilhações que aguentou das outras fêmeas. Sendo a única escrava, todos descontavam apenas nela.Dentr