Capítulo 10

Victor Soutto

Mais uma noite acordo atordoado, novamente sonho com o meu anjo, neste sonho ela chega totalmente diferente, falando que tenho que assumir as minhas responsabilidades.

Mal sabe que por ela assumiria todas as responsabilidades sem nem pestanejar, faço uma promessa em pensamento que no dia que encontrá-la a pedirei em casamento? Volto a dormir organizando as minhas ideias.

Acordo no dia seguinte com lembranças do meu sonho e da promessa que fiz mentalmente, tomo o meu café da manhã com a Sam, em seguida vamos para a casa dos Andrade, deixo a Sam com a D. Agatha e sigo o meu caminho conversando com Sr. Álvaro que já conhece a minha história.

— Sr. Álvaro, tomei uma decisão e queria a sua opinião, já que é bem mais experiente. — falo um pouco nervoso.

— Fale meu filho, que decisão seria essa? — pergunta ele

— Comprarei uma aliança de noivado para assim que a encontrá-la pedir que se case comigo.

Sr. Álvaro olha-me e pergunta um pouco apreensivo.

— Tem certeza do que vai fazer? Filho casamento é algo muito sério, pense direito na sua decisão, para não fazer as coisas no calor do momento e acabar tomando decisões precipitadas.— Solta um suspiro e continua — Por exemplo, a minha filha não pensou direito, engravidou de um rapaz que conheceu na faculdade e agora estão separados, se tivesse que escolher o pai da minha neta, gostaria que fosse você, o pouco tempo que lhe conheço sei que é um rapaz centrado.— confessa ele.

— Fico honrado, com sua confiança, e não tenho nem palavras para expressar a minha surpresa e gratidão com as suas palavras. E se não fosse o que aconteceu comigo assim que cheguei teria o prazer de tê-lo como sogro.— começamos a rir.

— Não se empolgue, não é para tanto, pensaria duas vezes antes de liberar a minha princesa, porém, saberia que estaria em boas mãos.

Despedimo-nos, entro no meu carro, e seguimos cada um o seu caminho, chego na empresa cumprimento o porteiro e a recepcionista, sigo para minha sala que fica no vigésimo andar. Dentro do elevador volto as lembranças da conversa que tive com Sr. Álvaro, outra vez pego-me a imaginar que a minha ruivinha e a sua filha sejam a mesma pessoa, balanço a cabeça em negação afastado este pensamento qual seria esta possibilidade?

Ela tem namorado, está grávida, por mais que tenham terminado não sei o certo, o pai desse filho seria ele não é? O elevador chega ao meu destino e sigo para minha sala. Faço uma anotação mental que realmente preciso de uma assistente e vou aceitar a oferta do Allan, assim que sua irmã puder trabalhar a aceitarei como minha assistente.

Estou concentrado no meu trabalho, quando de repente vejo a porta abrir com uma certa brutalidade, fico surpreso ao ver o Allan, levanto e vou cumprimentar.

— Já voltou e como foi a viagem...

Ele não me deixa terminar e dá um belo soco que vejo o sangue espirrar.

— Ficou louco, Allan, o que eu te fiz para você me bater assim?— Pergunto surpreso.

— A minha vontade é arrebentar-te todo até você não respirar, porém, deixaria uma criança órfã de pai.

— Você bateu com a cabeça em algum lugar, que criança, que pai? — pergunto sem entender

— Você, seu Puto, o que você fez quando chegou nesta cidade? — Mudei totalmente, ele encontrou o meu anjo.— Lembrou não foi? Isso mesmo, violou a virgindade de uma pessoa que não estava bem no momento, não se importando nem em usar preservativo, ironia essa, porque sempre que íamos sair com alguém durante a faculdade, você era o primeiro a lembrar de levarmos para não engravidar ninguém e logo com a minha irmã você não se importou em usar. Minha irmã, que bem antes de chegarmos aqui proibi-te de se envolver com ela. E na primeira oportunidade você tira a virgindade e ainda a engravida?

Eu não conseguia raciocinar direito, ainda digeria as informações de repente levanto do chão onde cai e começo a sorrir, pois a ficha está caindo, tudo que imaginei ser apenas loucura da minha mente está realmente acontecendo, minha ruivinha é irmã do Allan, é a adorável Alicia, minha Alicia, no mesmo instante começo a comemorar é muito bom para ser verdade, Deus é muito generoso comigo, depois dessa notícia toda dor do soco, sumiu fiquei totalmente anestesiado e a única informação que escutava era que sou pai.

— Sou pai, sou pai, porra, pode bater-me novamente confesso que nem doeu, depois dessa notícia, quero me casar com o meu anjo, minha Alicia, minha ruivinha linda, a mulher da minha vida, você melhor que ninguém é prova viva do quanto estou apaixonado por essa mulher.

— Antes de fazer isso você terá que explicar tudo direitinho para Sr. Álvaro, aí quero ver como você vai dizer que a moça com quem você ficou foi a princesinha dele. Nem vou bater-te, porque sei que o meu pai vai ter o prazer de arrebentar esta sua cara.

Ao falar isso Allan sai da minha sala me deixando perdido em pensamentos, como Deus é generosos comigo, mandando a mulher da minha vida de volta para meus braços.

Estou terminado de assinar uns projetos quando a minha porta é aberta novamente agora pelo Allan e Sr. Álvaro, já vou ao encontro deles um sorriso com as lembranças da minha conversa de hoje mais cedo com Sr.Álvaro.

— Sogrão, — falo me aproximando — não sabe o tamanho da minha felicidade de antemão, já quero pedir a mão da sua filha em casamento.

— Quem nessa altura do campeonato se casa para reparar um erro que cometeu, está a pensar que tudo se resolve assim. — Fala Sr. Álvaro serio.

— Sr. Lembra da nossa conversa hoje mais cedo, mudou todo o seu pensamento, o que fez mudar de ideia? — pergunto já nervoso.

— Apenas quero entender por que a minha filha abandonou-lhe sozinho e um mês depois chega na nossa casa apresentando outro como namorado. Se você machucou a minha filha esqueço quem você é.

— Sr. Álvaro, proporcionei a noite, mas perfeita da vida da sua filha, fui cari...— Sou interrompido por um Allan furioso.

— Olha como fala, não precisamos de detalhes do que você fez com a minha irmã.

— Concordo, — fala Sr. Álvaro — acho que conheço detalhes demais dessa m*****a noite.

Vejo que eles já estão um pouco tranquilos, então entro no jogo deles.

— M*****a não, foi a noite mais perfeita da minha vida, de antemão já digo que quero uma festa de noivado digna, pois assim que minha mulher puder vou repetir aquela noite várias vezes — Falo com um sorriso no rosto.

— Perdeu a noção do perigo — fala Sr. Álvaro — não precisa falar o que vai fazer com minha menina e é melhor vocês irem devagar porque se de primeira vocês já deram frutos imagina se ficarem juntos, sou muito novo para ter um bando de netos, por favor vão com calma.

— Vamos logo — diz o Allan — Você vai comigo, buscar as duas, afinal agora você tem responsabilidades e precisa assumi-las.

Sr. Álvaro começa a gargalhar, fico sem entender e quando paro e olho ele recompondo-se e entendo o porquê.

— É meu amigo, vai me pagar direitinho, a minha neta é uma menina já imaginou no futuro passar o que estou a passar.

Allan começa a rir sem parar.

Puta merda, penso, uma menina.

— A minha filha só irá namorar aos 50 anos. E o Allan vai ajudar-me a manter os marmanjos longe, não é Allan?

— Nem pensar, — responde o Allan — vou fazer um menino para namorar a Sunny.

Sinto que meu pesadelo está apenas começando.

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