Ethan CarlucciValentina saiu com Evangeline, e quando voltou, estava ainda mais deslumbrante do que eu poderia imaginar, como uma boneca. Não conseguia identificar exatamente o que havia mudado—se era o cabelo cortado acima dos olhos, que acentuava seu olhar, tornando-o doce, talvez meigo e ao mesmo tempo sensual, ou talvez fosse a maquiagem sutil, os seus lábios rosados marcados pelo batom.Como uma boneca, linda, elegante e sensual, com contrastes femininos, mas entre nós sempre haveria uma enorme distância. Durante o jantar, enquanto Eve falava, minha mãe, como sempre, organizava a mesa, e eu me mantive em silêncio, não sendo o único a fazê-lo.Após ouvir minha irmã me aconselhar a não magoar Valentina, tive um impulso de rir. No entanto, ao entrar no quarto e encontrá-lo vazio, temi que ela tivesse fugido novamente. A máfia me caçaria com a intenção de exterminar toda a minha família—por que Valentina Ravenscroft era tão importante para eles?Observei Valentina arrumando as compr
Valentina RavenscroftO dia passou em um borrão, e o tempo parecia mais curto do que o esperado. No entanto, para mim, essas poucas horas foram suficientes para refletir sobre o futuro e o recomeço. Havia passado um tempo desde que mergulhei na rotina de compras para renovar meu guarda-roupa. Roupas novas, sapatos sofisticados; era como se cada peça fosse um símbolo de uma nova fase da minha vida.Após o jantar, subi para o quarto e comecei a organizar minhas compras. Cada item encontrava seu lugar com uma precisão quase ritualística. As roupas penduradas, os sapatos alinhados, tudo estava pronto para receber um novo capítulo. Esse casamento nunca foi algo que eu realmente aceitei, e talvez esse fosse o propósito do meu pai. Ele sempre soubera do meu senso de humor peculiar e de como eu lidava com os desafios à minha maneira.Enquanto eu iniciava uma leitura, imersa em cada detalhe da trama, o peso dos três anos afastada de tudo parecia finalmente começar a se dissipar. Era o momento
Ethan CarlucciA madrugada avançava, e eu estava envolto em um manto de cansaço e reflexão. Eleanor, com sua habitual gentileza, me ofereceu a chave reserva do quarto. Eu a aceitei com um sentimento de gratidão. Não era apenas uma questão de ter um lugar para descansar; era um pequeno alívio para o tumulto que minha mente enfrentava.Quando entrei no quarto, a cena que se desenrolou diante de mim foi inesperadamente suave. Valentina estava deitada na cama, adormecida, seus fios castanhos espalhados pelos lençóis brancos como um contraste delicado. Havia algo sereno na maneira como ela estava ali, o corpo curvado de forma natural e tranquila, seria o momento perfeito para uma morte serena, tranquila, mas sabia que isso teria um preço. Essa visão me trouxe uma onda de memórias e reflexões que deverão ser esquecidas. Meus pensamentos se voltaram para os compromissos e as complexidades do presente, e, de maneira inesperada, um sentimento de orgulho me invadiu. A decisão de terminar com D
Valentina RavescroftO dia amanheceu com a promessa de um novo começo. Ao chegar à antiga faculdade, senti uma mistura de nervosismo e esperança. O campus, com seus prédios familiares e o movimento constante dos estudantes, parecia um tanto distante, uma lembrança de uma vida que eu havia deixado para trás por três anos. Mesmo com a intenção de recomeçar o curso de administração, eu sabia que o conteúdo estava um pouco empoeirado na minha mente. A sensação de estar longe desse ambiente e do aprendizado me fazia sentir que estava um passo atrás, mas a decisão de retomar meus estudos era uma necessidade urgente.Enquanto andava pelo campus, pensei em como a vida parecia um labirinto de decisões e mudanças. Havia um desejo crescente de fazer algo mais tangível, algo que pudesse me dar um senso de controle e direção. Então, passei por uma concessionária, admirando os modelos de carros expostos. Eu passei os olhos por cada um, imaginando o que seria ter um carro próprio, um símbolo de inde
Ethan CarlucciDepois da reunião com o consigliere, minha mente estava uma tempestade de pensamentos e incertezas. A pressão de manter a ordem e descobrir quem estava por trás dos movimentos que ameaçavam minha família era avassaladora. Havia uma sensação constante de que alguém, em algum lugar, estava tentando minar minha estabilidade e o controle que eu havia lutado para manter.A possibilidade de que a traição pudesse vir de alguém próximo, seja na minha família ou dentro da casa, me assombrava. Elliot, com seu comportamento enigmático e crescente interesse por Valentina, tornou-se uma das minhas maiores preocupações. A forma como ele parecia se fixar nela poderia ser uma pista ou, no mínimo, um fator perturbador que eu precisava investigar mais a fundo.Decidi que precisava confrontar Elliot sobre suas intenções e verificar se havia alguma conexão com o que estava acontecendo. Sem perder tempo, fui até o apartamento dele, uma das várias propriedades que ele mantinha na cidade. O p
Valentina RavenscroftEnquanto eu dormia, a sensação do peso sobre minha costela começou a me incomodar. A sensação era familiar, um lembrete de que a presença de alguém estava próxima. No entanto, ao tentar me acomodar e amenizar o desconforto, sorri fraco, sentindo uma paz inesperada. Era como um sentimento de estar verdadeiramente em casa, como quando estava com Eva e Isabela.Em meus sonhos, o ambiente estava imbuído de uma tranquilidade única. Isabela estava ali, sua presença luminosa e calorosa. Ela aparecia em um grande jardim, um espaço vasto e verdejante que parecia se estender sem fim. Seu sorriso era amplo, radiante, e seu riso era contagiante enquanto corria em minha direção. O jardim estava repleto de flores coloridas e árvores frondosas, criando uma sensação de exuberância e serenidade.O cenário parecia um reflexo da Mansão Dasílis, um lugar que eu associava a memórias de segurança e felicidade. A mansão se erguia majestosa ao fundo, e o jardim ao seu redor parecia quas
Ethan CarlucciDesde a manhã do dia anterior, um sentimento de inquietação não me deixava em paz. Algo parecia fora do lugar, como se Valentina estivesse desenterrando algo profundo, embora eu não soubesse exatamente o quê. Quando ela mencionou que iria à casa do advogado Henry, que estava morto há três anos, meu instinto imediatamente me alertou. Eu sabia o que havia acontecido com ele — foi uma ordem da máfia que eu cumpri, e a ideia de Valentina ir até lá despertava uma série de preocupações. Se ela descobrisse o que havia ocorrido, como reagiria? E se ela descobrisse que eu estava envolvido de alguma forma?Considerando que o advogado já havia falecido. Valentina parecia alheia às minhas intenções e à gravidade da situação, o que me deixou em um estado constante de alerta. Sua recusa em me levar para a visita parecia uma forma de se distanciar, mas eu não insisti, temendo que isso pudesse piorar a situação.Enquanto Valentina e Evangeline saíam para a residência de Henry, eu me vi
Valentina RavenscroftSaimos da mansão Carlluci, e para mim, fora até um alívio por Evangeline pegar o seu carro, fomos em direção a um endereço que eu não sabia se teria sucesso, afinal três anos havia se passado, as lembranças da ultima vez que o havia visto, que me assustaram por anos, me tomaram durante a viagem. Chegamos ao destino, a senhora Ana saia da sua casa, e pelo seu semblante a dor da perda ainda a acompanhava, não pude deixar de sentir culpa pela sua dor, as lembranças de Henry ainda era frescas em minha mente, lembrando-me dele sempre em viagens com o meu pai, os dois sempre conversando até tarde. Muitas vezes o encontrando na saída do jardim, enquanto eu chegava, a senhora sequer cumprimentou -me quando disse o meu nome, notei forçadamente o sorriso em seu rosto ao me ver. — O que você quer de mim? — De alguma maneira ela parecia saber, e quando Evangeline apresentou-se foi bem pior, sequer a olhou. A frieza na sua recepção foi obvia, o que ignorei por ela esta de