Valentina RavenscroftEnquanto eu dormia, a sensação do peso sobre minha costela começou a me incomodar. A sensação era familiar, um lembrete de que a presença de alguém estava próxima. No entanto, ao tentar me acomodar e amenizar o desconforto, sorri fraco, sentindo uma paz inesperada. Era como um sentimento de estar verdadeiramente em casa, como quando estava com Eva e Isabela.Em meus sonhos, o ambiente estava imbuído de uma tranquilidade única. Isabela estava ali, sua presença luminosa e calorosa. Ela aparecia em um grande jardim, um espaço vasto e verdejante que parecia se estender sem fim. Seu sorriso era amplo, radiante, e seu riso era contagiante enquanto corria em minha direção. O jardim estava repleto de flores coloridas e árvores frondosas, criando uma sensação de exuberância e serenidade.O cenário parecia um reflexo da Mansão Dasílis, um lugar que eu associava a memórias de segurança e felicidade. A mansão se erguia majestosa ao fundo, e o jardim ao seu redor parecia quas
Ethan CarlucciDesde a manhã do dia anterior, um sentimento de inquietação não me deixava em paz. Algo parecia fora do lugar, como se Valentina estivesse desenterrando algo profundo, embora eu não soubesse exatamente o quê. Quando ela mencionou que iria à casa do advogado Henry, que estava morto há três anos, meu instinto imediatamente me alertou. Eu sabia o que havia acontecido com ele — foi uma ordem da máfia que eu cumpri, e a ideia de Valentina ir até lá despertava uma série de preocupações. Se ela descobrisse o que havia ocorrido, como reagiria? E se ela descobrisse que eu estava envolvido de alguma forma?Considerando que o advogado já havia falecido. Valentina parecia alheia às minhas intenções e à gravidade da situação, o que me deixou em um estado constante de alerta. Sua recusa em me levar para a visita parecia uma forma de se distanciar, mas eu não insisti, temendo que isso pudesse piorar a situação.Enquanto Valentina e Evangeline saíam para a residência de Henry, eu me vi
Valentina RavenscroftSaimos da mansão Carlluci, e para mim, fora até um alívio por Evangeline pegar o seu carro, fomos em direção a um endereço que eu não sabia se teria sucesso, afinal três anos havia se passado, as lembranças da ultima vez que o havia visto, que me assustaram por anos, me tomaram durante a viagem. Chegamos ao destino, a senhora Ana saia da sua casa, e pelo seu semblante a dor da perda ainda a acompanhava, não pude deixar de sentir culpa pela sua dor, as lembranças de Henry ainda era frescas em minha mente, lembrando-me dele sempre em viagens com o meu pai, os dois sempre conversando até tarde. Muitas vezes o encontrando na saída do jardim, enquanto eu chegava, a senhora sequer cumprimentou -me quando disse o meu nome, notei forçadamente o sorriso em seu rosto ao me ver. — O que você quer de mim? — De alguma maneira ela parecia saber, e quando Evangeline apresentou-se foi bem pior, sequer a olhou. A frieza na sua recepção foi obvia, o que ignorei por ela esta de
Ethan CarlucciO dia começou com um tom de incerteza. Levantar cedo e deixar Valentina ainda dormindo foi uma tarefa silenciosa, mas necessária. O peso das decisões e o turbilhão de pensamentos pairavam sobre mim enquanto eu pegava meu celular para ver ligação de Desiré. A ligação foi direta, e eu senti a necessidade de terminar a conversa rapidamente.— Ethan! Eu cheguei, você vem até mim para conversarmos? — A voz dela soava ansiosa e um tanto desesperada.Respirei fundo, pensando no melhor curso de ação. Desiré parecia precisar de uma resposta, mas minha mente estava nublada com a complexidade dos sentimentos e das situações recentes.— Irei ao apartamento! — Respondi, com um tom resoluto, antes de desligar a ligação. Havia algo de quase mecânico em como estava lidando com isso, como se fosse apenas mais um item na lista de tarefas a cumprir.Enquanto me vestia, minha atenção foi atraída pela pequena caixa de veludo que estava sobre a mesa. Abri-a, revelando a aliança que havia sid
Valentina RavenscroftNão havia mais tempo para descanso. Retomar a minha vida com determinação havia se tornado minha prioridade absoluta. Sai da mansão, desta vez, sozinha e com uma missão clara: reconstruir minha existência com autonomia e propósito. A primeira parada foi a escola de habilitação. Não havia como adiar o início das aulas; quanto mais cedo eu começasse, mais rapidamente poderia retomar o controle sobre minha vida.Matriculei-me para os horários noturnos, uma escolha prática que me permitiria gerenciar melhor meu tempo. Com isso resolvido, segui para a faculdade. A renovação da matrícula era um lembrete tangível do retorno ao que eu havia interrompido. O peso dos livros que recebi era um sinal de que estava pronta para mergulhar novamente nos estudos e na construção de meu futuro.Saí da faculdade com uma sensação ambígua. Pensativa e inquieta, caminhei pela cidade, refletindo sobre o que havia deixado para trás e o que me aguardava. O montante de livros que carregava
Ethan CarlucciO dia começara tenso com a minha ida ao apartamento de Desiré, uma visita que dolorosa, ao retornar para mansão ouvindo histórias do passado não pude não dar risadas, mas não aliviava a sensação de inquietude que me acompanhava. Não desconfiava de ninguém na família, mas a tensão parecia se infiltrar em cada canto da mansão.A correria havia sido intensa, começando com reuniões na empresa Ravenscroft, seguindo até a tarde e avançando noite adentro. A pressão do controle da máfia só adicionava mais peso aos meus ombros. A insistência das chamadas de Desiré apenas aumentava meu desconforto, e mentalmente eu desejava que ela encontrasse uma maneira de não se humilhar tanto.Cheguei à mansão já tarde da noite, o cansaço me pesava e, ao entrar, fui saudado por uma voz familiar, a de Elliot, que estava claramente de volta. Seu tom de provocação era quase palpável, um sinal de que ele estava pronto para brincar com a situação.— Ah jura? Você não tem cara de quem faz administr
Valentina RavenscroftEu me senti perplexa, a mente em um turbilhão de pensamentos desordenados. O beijo de Ethan havia sido tão inesperado e intenso que me deixou sem qualquer raciocínio claro. Ele se afastou, indo em direção ao banheiro, enquanto eu permanecia ali, sentada na cama, tentando processar o que acabara de acontecer. O que havia sido aquilo? Por que ele me beijou?Engoli em seco, o som seco e nervoso ecoando na quietude do quarto. Sentia meu coração bater descompassado, cada batida era um lembrete do turbilhão emocional que estava experimentando. O sangue parecia pulsar com uma força renovada, um calor intenso que não parecia querer se dissipar. Algo dentro de mim havia sido despertado, e a razão parecia incapaz de acompanhar.Levantei-me da cama, o movimento quase automático em minha confusão. Caminhei em direção à varanda, sentindo o frio cortante do vento contra minha pele. A sensação do vento era um choque, um contraste agudo com o calor que ainda queimava dentro de m
Ethan CarlluciA madrugada se estendeu silenciosa, quase etérea, e eu me encontrava deitado, contido pela quietude da noite. O corpo de Valentina repousava contra o meu, seu braço envolto em torno da minha cintura, sua cabeça repousando sobre meu peito. O calor de sua presença era reconfortante e, ao mesmo tempo, inquietante. Sentia-me envolto em um abraço que misturava conforto e sufocamento, e não conseguia afastar o peso dos pensamentos que pairavam sobre mim.Respirei fundo, tentando ordenar os pensamentos que martelavam minha mente. O retorno de Valentina ainda me assombrava. Apesar de que ultimamente, por mais paradoxal que fosse, a comunicação entre nós havia se tornado mais frequente, havia um buraco negro no meio de nossa relação, um espaço de incerteza e dúvida sobre onde ela realmente esteve e com quem esteve. A frustração e o desamparo que sentia eram palpáveis.Ao pensar em Elliot, lembrei-me da estranha volta dele à mansão. Algo na maneira como minha mãe havia deixado o