Valentina RavenscroftEnquanto a noite avançava e a escuridão envolvia a pequena área simples de Nova Iorque, eu, Valentina, encontrava abrigo no quintal da casa da senhora Matruska Sollis. Sentada entre as sombras, observando a casa que agora representava a minha única esperança de refúgio, não pude deixar de sentir um misto de alívio e ansiedade. Eu havia sido acolhida por uma mulher que, apesar de sua idade avançada e da solidão que a cercava, ofereceu-me um lugar para me esconder e, de certa forma, começar a reconstruir minha vida.Matruska Sollis, uma senhora de sessenta e dois anos, havia vivido sozinha desde a morte de seu esposo. A tristeza e a perda pareciam ter sido suas companheiras constantes, mas sua gentileza e a acolhida que me ofereceu foram um sinal de esperança em meio ao meu desespero. Suas netas, Eva e outra que raramente mencionava, moravam em um país distante, e a ausência de sua família imediata apenas acentuava o isolamento de Matruska. No entanto, a sua casa e
Ethan CarlluciApós meses de buscas infrutíferas, parecia que não havia mais lugares a serem explorados na tentativa de encontrar Valentina. Havíamos consultado todos os conhecidos, amigos de escola e pessoas com ligações com seus pais. A evidência de que ela recebeu ajuda externa após sair da mansão se tornava cada vez mais clara. Mas quem teria a ousadia e a capacidade de desafiar a influência dos Carlucci?A complexidade da situação era palpável. Valentina, com apenas quinze anos na época do desaparecimento, não havia desaparecido sem deixar rastros se ela tivesse alguém por trás dela. Havia algo que estávamos perdendo, uma peça crucial no quebra-cabeça. A suposição de que ela poderia ter um namorado ou alguém próximo que a ajudou a escapar parecia cada vez mais provável. Nenhuma garota fugiria com tanta eficácia sem a ajuda de alguém com recursos e motivação.O tempo passou, e com a perda de esperança sobre encontrar Valentina, comecei a considerar a possibilidade de declará-la of
Valentina RavenscroftHavia uma sensação de desolação e desespero em nosso novo lar, a mansão Muller em Caerleon. O ambiente que antes parecia promissor quanto ao encontro de Isabela, estava se transformando em um palco de conflitos e descontentamentos. A transição de Nova Iorque para cá não havia sido suave; a chantagem de Ezra havia nos forçado a abandonar nossa vida anterior para sua irmã cumprir o seu papel em acordo nupcial, que ela havia feito.Eu, Eva e Isabela estávamos lutando para nos ajustar à nova situação, a sensação de urgência a tensão era palpável. Ezra, com sua presença ameaçadora e seus métodos frios, havia deixado claro que suas ameaças não eram vazias. A forma como ela tratava Isabela,empurrões, puxões, e até mesmo tapas, com uma frieza desconcertante, fazia meu estômago se revirar. Ver a maneira como se dirigia a ela, quase como se sua condição fosse um ponto de vulnerabilidade a ser explorado, era um constante lembrete do quão frágil nossa situação era.Na mans
Ethan CarlucciO escritório da mansão Carlluci era um retrato de poder e controle. As paredes, adornadas com obras de arte refinadas e pesadas cortinas de veludo, ofereciam um contraste dramático com a austera mesa de mogno onde eu estava sentado. O espaço refletia a magnitude e a riqueza da família, com cada móvel e objeto cuidadosamente selecionado para exalar uma sensação de autoridade e domínio.Eu estava imerso em papéis, revisando documentos e traçando planos para os próximos passos das operações da máfia. O ambiente era silencioso, com apenas o som ocasional do riscar da caneta e o suave zumbido dos ventiladores ao fundo, tentando aliviar o calor que permeava o ar. Meu foco estava nas estratégias e nas decisões que moldariam o futuro dos negócios da família, quando o som da porta se abrindo interrompeu o meu pensamento.A governanta entrou com uma expressão que misturava surpresa e desdém. Seus passos eram calculados, e a forma como ela se posicionou à entrada do escritório mos
Valentina RavenscroftEu estava paralisada no corredor, a sensação de que uma tempestade se aproximava era quase palpável. O medo e a ansiedade se entrelaçavam, e o peso das minhas ações parecia ter ganhado vida própria. Havia sido tão difícil enfrentar Ethan e declarar meu retorno, e agora, ao sair daquele escritório, parecia que o medo estava me consumindo por completo. A mansão Carlluci era um labirinto de corredores silenciosos e frios, com o eco dos meus próprios passos ressoando de forma inquietante.A sensação de ser observada aumentou quando vi a Senhora Carlucci surgir de uma esquina. Seus olhos, frios e distantes, me fixaram com uma intensidade que era quase palpável. A expressão em seu rosto não escondia o rancor e a desaprovação. Eu podia sentir a tensão no ar, como se cada movimento dela estivesse carregado de um desprezo calculado.A Senhora Carlucci se aproximando me diz com um tom de comando — As suas roupas e coisas continuam no mesmo quarto, Valentina. Faça o favor d
Ethan CarlucciNo escritório da mansão Carlluci, a tensão estava quase visível no ar. Eu estava sentado atrás da minha mesa de mogno, a madeira escura parecia absorver a gravidade do momento. A volta de Valentina ressoavam na minha mente como um eco inquietante. Valentina Ravenscroft havia retornado à minha vida de uma forma que eu nunca esperaria, e a indignação e o desejo de rejeitá-la estavam em conflito com a necessidade de lidar com a situação imposta.A porta do escritório se abriu com um rangido que parecia mais alto do que de costume. A expectativa me fez saltar quase da cadeira, acreditando que Valentina estava de volta para mais um encontro desestabilizador. Mas não era ela. Era minha mãe, entrando com uma expressão que deixava claro que não estava disposta a perder tempo. — Agora que a sua esposa está de volta, livre-se das suas distrações, Ethan, — ela disse, a voz firme e cortante, como uma lâmina afiada. — Assuma o seu papel de marido, cuidando para que ela não fuja o
Valentina RavenscroftOs Carlluci pareciam não acreditar que eu realmente era Valentina. Talvez estivessem aliviados com o meu desaparecimento, possivelmente contando com a minha morte. Enquanto conversava e era avaliada por tio Arnold, o antigo dentista da família, ele me ofereceu pesares pela morte dos meus pais e me avaliou com um olhar clínico. Seus elogios sobre o cuidado que eu tinha com os meus dentes pareciam genuínos, mas o que me deixou intrigada foi quando ele fez um relatório e me entregou, instruindo-me a entregá-lo a Ethan. Quando questionei sobre a necessidade disso, ele comentou que a palavra de um dentista nem sempre é levada a sério. Sorri ao ouvir isso, mas notei que ele levou uma cópia consigo.Senti uma fome crescente, após quase dois dias sem comida, e subi os degraus da casa com um propósito claro. Bati na porta do escritório de Ethan. — Entre, — a voz dele ecoou de dentro. Abri a porta e dei alguns passos, entregando o papel dobrado a Ethan. — Para você, —
Ethan CarlucciO desejo de estrangular Valentina foi quase incontrolável enquanto eu lia o relatório de seu dentista. O maldito documento estava repleto de orientações gerais, mais do que de qualquer confirmação concreta sobre sua identidade. A frustração e o rancor se acumulavam, e eu sentia como se a raiva queima-se dentro de mim, transformando a ira em uma vontade quase selvagem de destruir. O pensamento de proteger a filha de alguém que traiu a máfia era um golpe direto na minha lealdade, e a ideia de matá-la parecia mais aceitável a cada minuto.A mensagem que recebi da máfia era clara e carregada de uma ameaça implícita que não poderia ser ignorada. As ordens eram inequívocas: Valentina precisava ser protegida a todo custo, e qualquer falha em garantir sua segurança teria consequências severas.Socos na mesa foram inevitáveis, a raiva me dominava. As orientações eram claras: proteger Valentina com minha vida se fosse necessário. Essa missão parecia quase impossível agora, mas er