Diego Cesarini — Mas, não é justo com você, Diego! — ela falou com sua voz embargada.— Para meu amor. — Beijei o topo da sua cabeça. Enquanto me sentei ao seu lado, segurando suas mãos. — Para de acreditar que não é justo para mim. — sussurrei, puxando-a suavemente para mais perto. — Por favor, pense que não seria justo para nós nos separarmos por causa de um... — engoli em seco para não chingar o Luiz Henrique, fechei meus olhos e respirei fundo. Os abrindo novamente, para encontrar aquele par de olhos escuros, com longos cílios curvados suavemente para cima, me olhando atentamente, um lampejo de esperança se passou por eles. — Eu sei que o que aconteceu com você não foi sua culpa, sei que o bebê veio como consequência e mesmo assim, ele não merece ser descartado. Seremos bons pais, acredite em mim! — ela me olhou com olhos brilhando em emoção. — Eu serei um bom pai. Prometo amá-lo como se fosse meu.— Oh! Diego, não era isso que vim fazer aqui. — Ela suspirou, me abraçando, enquan
Alerta gatilho: o conteúdo desse capítulo pode ser emocionante e desafiador para algumas pessoas. Diego Cesarini. Rafael dirigiu comigo até o presídio, onde aquele desgraçado se encontra, chegar assim no meio da noite foi um pouco suspeito para os guardas penitenciários, mas qualquer turno já sabia que em algum momento eu ia vir. E aqui estou. Nunca entrei em um lugar como esse, mas não é diferente das coisas que assistimos em jornais, meu foco estava em chegar até ele. Então tudo a minha volta passou despercebido, estava me sentindo um caçador em busca da minha presa, o ódio que estava sentindo naquele momento por esse filho da puta, era quase palpável. Meus punhos estavam cerrados, meu maxilar rígido, e meus olhos estavam focados em busca de encontra-lo o mais rápido possível.— Sei que o senhor pediu para não avisá-lo sobre nada. — olhei para o agente que caminhava ao meu lado, estava tão focado, que quase nem percebi o que ele estava falando — Mas devo avisá-lo que o estado
Diego Cesarini.— O que você disse? — Minha voz saiu com um tremor de raiva. Enquanto peguei Luiz Henrique pelo pescoço, o prendi contra o chão. O sangue dos seus lábios escorria até minhas mãos, aquele líquido morno foi avistado por mim assim que Rafael colocou a luz da lanterna em nossa direção. Minha mandíbula estava cerrada, meus dentes estavam tão pressionados que eu poderia sentir que eles iriam se partir, como ele pode? Como ele sabe disso? Se até mesmo a Natasha acredita que seja dele.— Diego, o que foi? — A voz do Rafael sobressaiu a minha raiva e um clique pareceu estalar em minha cabeça. O maldito médico que atendeu a minha mulher! Gritei em ódio, apertando ainda mais o pescoço desse filho da puta, o soltando após levantar e bater com sua nuca no chão. Ele desmaiou. Me levantei, chacoalhando minhas mãos, enquanto olhei para o agente penitenciário. Ele estava com seus olhos arregalados.— Execute! Acorde esse desgraçado e mande os presos terminarem com o que começar
Diego Cesarini. — Eu nunca negaria... As palavras do meu amigo ficaram gravadas na minha mente, eu tenho certeza de que com ele eu não errei. Seguimos para o seu apartamento, não tinha notado que o horário havia passado tão rápido, já passa da meia-noite e, pelo estado da Natasha, ela já deve estar dormindo. Rafael falou que a Ana Paula provavelmente também estaria, já que faz tempo que ela não manda mensagem para ele. Merda, não queria acordar a Natasha. Poderia ficar no meu apartamento, mas passei apenas para tomar uma ducha rápida, quero vê-la nem que seja dormindo. O percurso foi rápido, eu estava louco para abraçar minha mulher e dizer que o filho que ela carrega é meu, mas ainda não sei como abordar esse assunto, ela está muito sensível e falar nisso, segurei no braço do Rafael, assim que o meu celular tocou, fazendo-o parar com a chave na porta. Atendi e ouvi rapidamente o esperado, o Luiz Henrique já estava finalizado, Rafael me olhou e eu apenas sorri assentindo, e
Natasha Castro Nunca havia dormido tão bem em dias. Ao abrir os olhos eu soube o motivo: Diego estava ao meu lado, seu rosto calmo e sereno me fez sorrir. Provavelmente ele ainda dormia em sono profundo. Não gosto de falar sobre meus pesadelos, mas na noite anterior, foi como se uma presença malévola estivesse no quarto, me sufocando, me aprisionando em um pesadelo que transcendeu o sono. A sensação de dedos gelados na minha pele me acordou em sobressalto, várias vezes. Ainda sentia o toque fantasmagórico em minha pele, uma lembrança que me deixava tensa. Isso está acabando comigo; essas noites terríveis, mal dormidas, pesadelos constantes estão deixando meu sono cada vez mais escasso. Acredito que a pressão da meia conversa que tive com Diego ontem, com tantas perguntas em aberto, tenha contribuído para o pesadelo. Não sabia onde ele estava nem quando voltaria. Ana tentou me acalmar, dizendo que eles estavam resolvendo um assunto importante, mas ela não sabia o que era. As
Natasha Castro.— Diego, aconteceu alguma coisa? — fechei a porta já sentindo minhas mãos ficarem trêmulas. Parece que viramos ao mesmo tempo, seu olhar veio sobre mim e um brilho de felicidade pareceu irradiar deles. Ele segurou o documento mais firme e parecia pensar nas melhores palavras por alguns segundos, foram os mais lentos da minha vida. Meu coração estava parecendo uma batedeira desgovernada. — Eu não sei uma melhor forma para lhe contar isso, querida! — Ele olhou para os papéis e em seguida para mim. — Que tal do início? — juntei minhas mãos na frente do meu corpo — Fala logo, por favor. Já estou ansiosa. — Mordi meu lábio inferior. Não saberia nem o que ele tem para me dizer, nada passa pela minha mente, por mais que eu pense, nada aparece. — O bebê que você espera é meu filho! Eu estava olhando para o chão, mas suas palavras fizeram o meu coração para por tempo suficiente para me causar uma leve tontura, olhei para ele sentindo meus olhos se arrega
Natasha Castro. — Você quer comer alguma coisa, amor? — Com um sorriso galanteador, Diego me olhou. O calor da sua mão na minha era reconfortante. Estávamos prestes a entrar no Jardim Botânico, meu lugar preferido em Curitiba, quando ele perguntou. Mas, do outro lado da rua, meus olhos se fixaram na nova sorveteria, toda colorida e charmosa, com um letreiro que dizia ‘Delícias Geladas’. Vi um cartaz, com uma casquinha de morango com calda de chocolate, e meu bebê chutou. Senti o gosto gelado do morango e do chocolate passando em meus lábios e a minha boca salivou instantaneamente. Um arrepio percorreu minha espinha e o segundo chute do bebê me fez sorrir ainda mais. — Me espera aqui? — Ele beijou minha testa e, enquanto fechava os olhos assentindo, senti um calor delicioso percorrer meu corpo. Diego começou a se afastar, e olhando suas costas, lembranças do passado surgiram na minha mente, tão vívidas que, se eu fechasse os olhos, poderia senti-las novamente… Meu coração ba
Natasha Castro Quem diria que hoje eu estaria sentada nesta cadeira, ocupando o cargo que muitos gostariam de ter?! É com muita honra que encho a boca ao dizer que sou eu quem dirige as finanças da Construtora Cesarini, uma das maiores empresas de engenharia civil de São Paulo, mas confesso que chegar até aqui não foi fácil. Em meu caminho encontrei muitos obstáculos e para ser mais precisa, tudo começou no colégio… Eu era uma menina humilde, muito acanhada e constantemente sofria bullying por conta dos óculos, aparelhos e até mesmo das roupas simples que usava, tudo era motivo de piada, mas nada disso me desmotivou! Meu desejo de vencer na vida falou mais alto e hoje, abro um sorriso ao ver essa armação prateada em minha frente, afinal, as lentes que tanto me fizeram sentir vergonha, hoje são usadas para me auxiliar nos cálculos da minha maior conquista. O retrato em família exposto sobre minha mesa, me causa um misto de emoções… Foi uma época boa, em partes! Sinto saudades de