O ar denso do galpão parecia se fechar sobre Davi enquanto ele perseguia o homem misterioso. A escuridão fazia cada movimento parecer incerto. Seus pés batiam contra o chão frio, ecoando pelo corredor estreito.Um novo disparo soou.Davi sentiu uma dor aguda no lado do abdômen. Ele cambaleou, pressionando a mão contra a ferida. O calor do sangue escorria por seus dedos.— Droga… — murmurou, cerrando os dentes.Mas ele não podia parar.O homem se virou no final do corredor, apontando a arma diretamente para ele. Os olhos frios e calculistas revelavam a ausência de medo.— Você não devia ter vindo — disse o inimigo, sua voz baixa e ameaçadora.Davi ergueu a arma com a mão trêmula. O mundo ao seu redor girava, e a dor latejava em cada nervo do seu corpo. Antes que pudesse reagir, um terceiro tiro ecoou.O silêncio tomou conta.Davi caiu de joelhos, ofegante. O homem diante dele cambaleou, levando a mão ao peito, e então caiu inerte no chão.Fernando surgiu atrás dele, arma ainda apontada
O ar denso do galpão parecia se fechar sobre Davi enquanto ele perseguia o homem misterioso. A escuridão fazia cada movimento parecer incerto. Seus passos ecoavam, uma sinfonia sinistra de caça e medo.Um novo disparo rompeu o silêncio.Davi sentiu uma dor lancinante atravessar seu abdômen. Um calor escorreu por entre seus dedos quando ele pressionou a ferida. Seus joelhos fraquejaram, mas ele não podia parar. A consciência ameaçava fugir, e a morte pairava ao seu redor como uma sombra faminta.— Você não devia ter vindo — disse o inimigo, os olhos vazios de remorso.Com a visão turva, Davi ergueu a arma, a mão trêmula. Mas antes que pudesse atirar, outro tiro ecoou pelo galpão.Silêncio.Davi caiu de joelhos, lutando para respirar. O homem diante dele cambaleou, levando a mão ao peito antes de tombar sem vida. Atrás dele, Fernando abaixava a arma, a expressão sombria.— Você não ia conseguir sozinho — murmurou.O mundo girou. Davi tentou rir, mas a dor o consumia. Seus olhos pesaram,
O quarto do hospital estava silencioso, apenas o som ritmado dos monitores preenchia o espaço. Beatriz e Fernando se entreolharam, conscientes da gravidade da situação. Davi, ainda fraco, olhou para ambos, sua voz rouca mas firme.— Eu preciso desaparecer.Beatriz apertou sua mão, sentindo um aperto no coração.— Você quer forjar sua própria morte?Davi assentiu lentamente.— Se eu continuar vivo para o mundo, eles vão continuar me caçando. Se acreditarem que estou morto, posso agir das sombras.Eles passaram a noite elaborando cada detalhe. Um acidente cuidadosamente arquitetado, documentos falsos, uma despedida silenciosa. Para todos os efeitos, Davi Bernardes deixaria de existir ao amanhecer.Beatriz lutava contra as lágrimas. O pensamento de viver sem ele, mesmo que temporariamente, era esmagador. Mas, no fundo, sabia que era a única forma de protegê-lo. O peso da decisão recaiu sobre eles como uma maldição silenciosa.— Isso é apenas um adeus por agora — ele sussurrou. — Eu vou v
Os dias na cabana eram longos e solitários. Davi passava horas analisando os documentos que Fernando enviava, traçando estratégias, estudando os inimigos. Seu corpo ainda carregava as cicatrizes do atentado, mas sua mente estava mais afiada do que nunca.As noites eram assombradas por lembranças. O calor de Beatriz, seu perfume, o som de sua risada. Ele relia suas cartas, memórias escritas que nunca chegariam a ela. Mas precisava seguir firme.Beatriz, por outro lado, sentia-se perdida. O vazio deixado pela suposta morte de Davi era sufocante. No escritório, os olhares de pena, os sussurros, tudo a lembrava do que havia sido tirado dela. Mas ela não podia fraquejar. Precisava manter a fachada, agir como se estivesse em luto enquanto ajudava Fernando a desmascarar os inimigos que ainda rondavam.Os meses passaram lentamente. A rede de traições se tornava cada vez mais clara. O nome do verdadeiro mandante do atentado surgia entre as informações enviadas para Davi.Até que, numa noite si
Olá, querido(a) leitor(a)!Escrever sempre foi uma paixão para mim, mas levar minhas histórias ao mundo era um desafio que demorou para ser vencido. Agora, finalmente, compartilho esse universo criado com tanto carinho, recheado de mistérios, romances intensos e personagens marcantes.Cada palavra aqui escrita carrega um pedaço do meu coração, e espero que você se envolva com a trama tanto quanto eu me envolvi ao escrevê-la. Suas opiniões e sentimentos sobre a história são valiosos para mim, então não hesite em compartilhar sua experiência!Obrigada por embarcar nesta jornada comigo. Que a magia das palavras nos conecte sempre!Com carinho,Natielen Amélia
A chuva castigava a cidade naquela noite, transformando as ruas em um reflexo da escuridão que crescia dentro de Beatriz. Ela já não sabia distinguir se os calafrios que sentia eram do frio ou do medo. O telefone tocou, e seu coração quase parou. Atendeu com as mãos trêmulas.— Preciso que confie em mim. — A voz de Davi soou baixa, mas carregada de algo que Beatriz não soube definir. Cansaço? Raiva? Desespero?— Davi... — A respiração dela se entrecortou. — Onde você está? Pelo amor de Deus, pare com isso. Você está indo longe demais!O silêncio veio como um golpe. Ele não poderia responder. Beatriz sabia disso, mas não suportava mais viver na incerteza.— Eu estou quase terminando. — A voz dele soou mais distante. — Mas preciso que você aguente firme.— Aguentar firme? — Ela riu, mas foi um riso amargo, quase um soluço. — Eu estou enlouquecendo! Você sequer percebe o que está fazendo comigo?Davi ficou em silêncio por um instante. Então, disse algo que gelou Beatriz até os ossos:— E
Beatriz sentiu o peso do silêncio dentro da cabana. Davi não se movia, apenas a observava, como se tentasse medir se poderia confiar nela. Seu coração martelava contra o peito. Aquele não era o homem que ela conhecia... ou era?— Por que veio? — A voz de Davi era um sussurro cortante, e Beatriz teve que se esforçar para não recuar.— Porque eu te amo. — Ela disse, sem hesitar. — E porque não vou deixar você se perder para essa escuridão.Os olhos dele brilharam por um segundo, uma fagulha quase imperceptível. Mas logo sumiu, como se Davi se forçasse a apagar qualquer vestígio do que sentia.— Amor não tem lugar aqui, Beatriz. — Ele murmurou, voltando-se para a mesa, analisando um dos mapas. — O que estou fazendo é maior do que nós dois.— Você realmente acredita nisso? — Ela avançou um passo. — Acha que, no fim, quando tudo acabar, vai conseguir olhar para mim e dizer que valeu a pena perder a si mesmo?Davi respirou fundo, os punhos cerrados sobre a mesa. Pela primeira vez, ele parec
Beatriz e Davi corriam pela escuridão da floresta, seus corpos empurrados ao limite. Cada passo era uma luta contra a exaustão, o medo e a dor que se espalhava pelo abdômen de Davi. O sangue escorria entre seus dedos, sua respiração irregular denunciando o esforço que fazia para se manter de pé.— Davi, você precisa parar! — Beatriz implorou, tentando segurá-lo, mas ele apenas balançou a cabeça, os olhos carregados de determinação.— Se pararmos, estaremos mortos. — Ele disse entre dentes, apertando ainda mais a mão dela.O som dos perseguidores ficava mais distante, mas eles sabiam que não tinham muito tempo. Precisavam encontrar abrigo antes que o amanhecer os traísse. A floresta se fechava ao redor deles, como se tentasse protegê-los ou devorá-los por completo. O silêncio se instalou entre as árvores, trazendo uma sensação de perigo iminente.Beatriz sentia o coração martelando contra o peito. Seu corpo tremia, não apenas pelo frio, mas pelo desespero de ver Davi naquela condição.