Capítulo 34: Entre o Sonho e a RealidadeBeatriz abriu os olhos e sentiu o calor suave do sol em seu rosto. O aroma de flores frescas e grama recém-cortada flutuava no ar, misturando-se com o canto suave dos pássaros. O céu era de um azul intenso, sem uma única nuvem à vista. Ela inspirou profundamente, sentindo um inexplicável conforto preencher seu peito.O jardim ao seu redor era vasto e vibrante. Rosas desabrochavam em canteiros perfeitamente alinhados, enquanto borboletas coloridas dançavam ao vento. O riso cristalino de seus filhos soava como melodia, ecoando pelo gramado impecável. Ela os viu correndo, os cabelos esvoaçando sob a brisa morna.Na varanda de uma casa branca e imaculada, Davi a observava. Ele estava sentado em uma cadeira de balanço, um livro aberto nas mãos, mas seus olhos estavam fixos nela, cheios de ternura.— Você demorou. — Sua voz era suave, carregada de carinho.Beatriz sorriu e caminhou até ele. Sentou-se ao seu lado, permitindo que a tranquilidade daquel
Beatriz tentou gritar, mas sua voz não saía. Seus músculos estavam fracos, e a escuridão ao redor parecia sufocante. A última coisa que lembrava era o jardim, a paz... e então tudo desmoronou.A figura ao seu lado continuava ali, observando-a de perto. A silhueta era indistinta, mas o tom da voz soava familiar. Um arrepio percorreu sua espinha.— Onde... estou? — ela conseguiu murmurar.— No único lugar onde nunca deveria ter voltado. — A voz carregava um tom de satisfação.Beatriz tentou se mover, mas seus braços estavam amarrados à cama hospitalar. O bip contínuo do monitor cardíaco marcava o ritmo da sua respiração acelerada.— Quem... quem é você? — seus olhos se esforçaram para identificar a sombra.A figura inclinou-se, revelando um rosto parcialmente iluminado pela luz fraca do quarto. Era alguém que Beatriz não via há anos. Alguém que deveria estar morto.— Você não achou que sairia dessa tão fácil, achou? — disse a voz, com um sorriso cruel.Beatriz sentiu o sangue gelar.— I
Beatriz encarou Davi através do vidro de seu escritório. O homem que antes representava segurança e paixão agora era um enigma. As fotos ainda queimavam em sua mente. Aquele era o Davi que ela conhecia? Ou o homem que jurava protegê-la escondia segredos sombrios?Respirando fundo, ela bateu na porta e entrou. Ele levantou o olhar, sorrindo de leve.— Pensei que não viria. — Davi se recostou na poltrona, observando-a com atenção.Beatriz manteve a postura firme. Caminhou até a mesa e colocou o envelope com as fotos sobre ela.— Preciso que me explique isso.O sorriso de Davi desapareceu. Ele pegou as fotos e folheou-as lentamente. Seu maxilar se contraiu, e então ele fechou os olhos por um momento antes de encarar Beatriz.— Onde conseguiu isso?— Isso importa? — Ela cruzou os braços. — O que importa é saber se você está envolvido com esses homens. Se você mentiu para mim esse tempo todo.Davi suspirou e se levantou, caminhando até a janela.— Eu nunca menti para você, Beatriz. Mas não
jantar da alta sociedade estava em andamento, repleto de risos falsos e negociações escondidas por olhares discretos. Beatriz e Davi entraram no salão, suas presenças instantaneamente notadas. Eles não estavam ali apenas para manter aparências. Aquela noite era um campo de batalha.Enquanto Beatriz fingia interesse em uma conversa com um influente investidor, Davi se afastou, seguindo para uma sala privativa onde um de seus contatos o esperava. As informações que ele prestes a receber mudariam todo o rumo do jogo.Entretanto, alguém também os observava. Um olhar atento e predador acompanhava cada um de seus passos.O jogo de poder havia começado. E a primeira jogada seria mortal.A reunião secreta de Davi não saiu como o esperado. O contato que ele esperava nunca apareceu. Em vez disso, uma mensagem anônima chegou ao seu celular: "Você está sendo vigiado."Enquanto isso, Beatriz percebeu que estava sendo seguida. Ela saiu discretamente do salão e caminhou pelos corredores escuros do h
Na manhã seguinte, Beatriz entrou na Bernardes Corporation sentindo o peso do que estava por vir. Seu olhar varreu o ambiente enquanto caminhava até sua sala. Tudo parecia normal, mas havia algo no ar—uma tensão silenciosa que a fazia sentir que estavam sendo observados.Davi convocou uma reunião de emergência com a diretoria. Quando todos estavam presentes, ele lançou um olhar gelado para Augusto, que permaneceu impassível.— Há informações vazando de dentro da empresa — Davi começou, sua voz firme. — E alguém aqui está envolvido nisso.Os olhares se cruzaram na mesa de conferência. Alguns demonstravam surpresa, outros desconforto. Mas Augusto apenas ergueu uma sobrancelha, mantendo a compostura.— E você já tem um suspeito? — Augusto perguntou, sua voz firme, mas com um leve tom de desafio.Davi cruzou os braços.— Ainda não. Mas pretendo descobrir.Beatriz sentiu um arrepio. Se Augusto fosse realmente o traidor, ele não entregaria nada facilmente. E, pior, poderia tentar atacar pri
A cidade estava mergulhada em um silêncio inquietante quando Beatriz e Davi deixaram o apartamento naquela noite. O ar frio cortava a pele, mas o verdadeiro calafrio vinha da incerteza sobre os próximos passos de Augusto.— Fernando conseguiu rastrear alguma coisa? — Beatriz perguntou enquanto caminhavam até o carro.Davi balançou a cabeça, o semblante carregado.— Ele encontrou um possível esconderijo. Um armazém abandonado na zona industrial. Se Augusto está tramando algo, pode ser lá que ele esteja reunindo aliados.Sem hesitar, os dois seguiram até o local indicado. O caminho era deserto, e apenas algumas luzes tênues iluminavam a estrada. O armazém parecia uma relíquia esquecida no tempo, mas havia sinais de movimentação recente.Davi estacionou o carro a uma distância segura. Beatriz sentiu a adrenalina pulsar em suas veias quando ele pegou a arma que mantinha no porta-luvas.— Você está pronto para isso? — ela perguntou, sua voz firme, mas repleta de preocupação.Ele lhe lançou
Quando Beatriz e Davi voltaram para casa naquela noite, exaustos, uma nova mensagem os aguardava. Um envelope deixado anonimamente na porta.Dentro, havia uma única folha de papel."Augusto era apenas a ponta do iceberg. Você ainda não encontrou o verdadeiro inimigo."Davi fechou os olhos, sentindo a raiva crescer dentro dele. A guerra ainda não havia acabado.E o pior ainda estava por vir.Davi passou as mãos pelo rosto, tentando conter a fúria que ameaçava transbordar. O papel amassado em suas mãos era uma sentença de que nada havia terminado. Beatriz olhou para ele, o olhar carregado de preocupação e determinação.— Precisamos descobrir quem está por trás disso — disse ela, pegando o envelope e analisando cada detalhe. — Isso não pode ser uma coincidência.Davi caminhou até a janela, observando a cidade iluminada abaixo. Cada sombra parecia esconder um inimigo. Cada movimento na rua podia ser uma armadilha. Eles estavam sendo observados.— Fernando deve analisar isso imediatamente
O ar denso do galpão parecia se fechar sobre Davi enquanto ele perseguia o homem misterioso. A escuridão fazia cada movimento parecer incerto. Seus pés batiam contra o chão frio, ecoando pelo corredor estreito.Um novo disparo soou.Davi sentiu uma dor aguda no lado do abdômen. Ele cambaleou, pressionando a mão contra a ferida. O calor do sangue escorria por seus dedos.— Droga… — murmurou, cerrando os dentes.Mas ele não podia parar.O homem se virou no final do corredor, apontando a arma diretamente para ele. Os olhos frios e calculistas revelavam a ausência de medo.— Você não devia ter vindo — disse o inimigo, sua voz baixa e ameaçadora.Davi ergueu a arma com a mão trêmula. O mundo ao seu redor girava, e a dor latejava em cada nervo do seu corpo. Antes que pudesse reagir, um terceiro tiro ecoou.O silêncio tomou conta.Davi caiu de joelhos, ofegante. O homem diante dele cambaleou, levando a mão ao peito, e então caiu inerte no chão.Fernando surgiu atrás dele, arma ainda apontada