..... ALGUNS DIAS DEPOIS — DOMINGO ..... A Luna e eu presenciamos o casamento dos nossos pais ir a ruína, mas às vezes tenho a impressão de que Luna enxergou a situação com outra ótica. A Luna se dá tão bem com o nosso pai, me admira serem próximos. Sendo assim, Luna não teve dificuldade alguma de marcar um almoço de domingo em sua casa para nos reunir — algo que tenho evitado com muito custo. Na sala de estar, estou sentada em um sofá conversando com o meu cunhado Pedro, enquanto o meu pai, Fernando, escolheu o outro sofá, ficando de frente para mim. Dois vultos passam correndo em nosso meio e quase derrubam a mesa de centro, indo em direção para o outro cômodo da casa. — Cauê! Raíssa! Não corram dentro de casa! — Pedro berra, chamando a atenção dos filhos. Na porta da sala, a Luna aparece em meu campo de visão: — Vamos para a cozinha? O almoço está pronto! O meu pai olha-me fixamente e eu desvio o olhar. — Pai, Lana trouxe aquele vinho importado que você gosta. —
Mais tarde, ligo para o Vicente por vídeo chamada, como é costume nosso. — Lana, como você está? — Vicente pergunta, ambos estamos deitados em nossas camas. — Estou bem e você? — Tudo ótimo. Como foi o almoço com o seu pai? — Vicente pergunta. — Foi suportável. — respondo sem entusiasmo. — Menos mal. Vocês conversaram? Nego com um movimento de cabeça. — Bom, já foi um começo você concordar em se encontrar com ele. — Vicente diz sereno — Com o tempo tudo vai melhorar. — Descobrir que ele vai voltar para cá, agora irei passar por mais encontros assim. — conto — Se depender da minha irmã, todos os dias. — Sua irmã deve adorar o seu pai. — Na verdade, ela gosta de tentar nos unir. — reviro os olhos — Detesto isso. — Entendi. — Vicente continua — Mas enxergue como ela querendo ver vocês juntos novamente, com um bom relacionamento de pai e filha. — Se eu pedisse ajuda dela para tal, seria outra história, Vicente. — reclamo. — Pelo jeito, isso te deixou irritada. — o rapaz c
..... ALGUNS DIAS DEPOIS — SEXTA-FEIRA ..... — Obrigada, Ágatha. — fecho a porta do escritório da tesouraria e caminho pelos corredores da empresa. Infelizmente, antes que eu consiga entrar em minha sala, o Eduardo, diretor de operações, se aproxima: —Lana, estava à sua procura. — ele continua — Parece que sua volta não melhorou sua pontualidade. O relatório que te pedi ainda não está pronto? — Está quase concluído, Eduardo. Pronto até o final do dia. — digo calmamente. — Espero que sim. Seu desempenho tem sido questionável desde seu retorno. — Eduardo comenta, desdenhoso. — Minhas habilidades não foram afetadas por meu sabático, Eduardo. — aviso. — Ainda assim, duvido que você consiga cumprir prazos. Você está... distraída? — Distraída? Não, Eduardo. Foco é minha especialidade. — sorrio secamente — E você sabe disso. — pausa rápida — Aliás, estou mais motivada do que nunca. E isso refletirá nos meus resultados. Mantenho o olhar firme, desafiando Eduardo a continua
..... DIA SEGUINTE ..... 💬 Vou chegar um pouco mais tarde. — envio uma mensagem para Vicente 💬 Tenho consulta marcada com o meu médico após o trabalho. — acrescento. Não demora muito para Vicente visualizar a mensagem e responder: 💬 Está tudo bem? Sorrio com a sua preocupação. 💬 Não tem com o que se preocupar. — respondo. 💬 É apenas uma consulta para ver o resultado dos meus exames de rotina. — explico. 💬 Que bom ser apenas isso. — Vicente responde na mensagem. 💬 Vou ficar te esperando. — ele acrescenta. Anualmente faço exames médicos para ver como está a minha saúde, nas vezes anteriores todos os exames tiveram o resultado esperado — creio que este ano não será diferente. Desta vez, fiz os exames logo que voltei do meu período sabático e hoje, como agendado pelo doutor, irei verificar os resultados. ..... — Senhorita Lana, o Dr. Gonzaga te aguarda. — a recepcionista me chama — Obrigada. — sorrio Levanto-me e caminho em direção ao consultório do
..... DIA SEGUINTE ..... Quando eu estava de passagem pela cidade do interior, o Vicente trabalhava e eu gozava do meu tempo livre, agora invertemos os papéis, enquanto o Vicente está passeando, eu preciso trabalhar. Os próximos dias serão assim, a rotina do trabalho, mas a volta para casa nunca se tornou tão desejosa: saber que o Vicente está me esperando faz o meu coração bater mais forte. Ao fechar a porta principal de casa, sinto um aroma o qual inunda todo o ambiente: — Lana? — escuto Vicente chamar. Caminho em direção a cozinha e ao chegar, tenho uma deliciosa visão: Vicente apenas de samba canção, como o abdômen musculoso de fora coberto apenas por um avental. O cabelo está desarrumado, mas não deixa de ser um charme. — Você cozinhou! — digo surpresa. — Tive que manter-me ocupado enquanto você estava fora. — ele vira-se para me ver e sorri — Quer provar? Deixo os sapatos de lado e a bolsa do chão e aproximo-me: — Quero! O que é? — Panqueca integral com cald
Nos sentamos para jantar, compartilhando risos e conversas. — Planejei um jantar no Bistro Francês amanhã à noite. Você gostaria de me acompanhar? — faço o convite. Vicente fica surpreso, mas logo sorri: — Seria um prazer! — Ótimo! — Algum motivo especial para escolher este restaurante? — Vicente pergunta. — Escolhi o Bistro Francês porque sou amiga íntima da chef, Sophia. Quero que vocês se conheçam. Ela preparará um jantar exclusivo para nós. Vicente fica intrigado: — Uma chef famosa? Estou curioso! — Quero que você conheça Sophia porque ela pode ser fundamental para o seu futuro na gastronomia. Seu talento merece ser reconhecido. — revelo o meu objetivo. — Você acredita mesmo em mim...? — a fala de Vicente soa como uma pergunta. — É claro. — sorrio — Penso que você devia fazer o mesmo, pois tem um talento excepcional. ..... DIA SEGUINTE ..... O Bistro Francês "Le Coeur" é um local encantador, com atmosfera íntima e sofisticada. Ao entrar, somos recebidos pelo aroma
..... DIA SEGUINTE ..... Após outro prato delicioso preparado pelo Vicente, decidi lavar a louça suja. Enquanto lavo a louça, Vicente fica logo atrás de mim, brincando com os meus dedos sob a água. Isso me faz rir. — Você é tão linda quando ri. — Vicente diz com o rosto afundado na curva do meu pescoço. — E você é charmoso quando cozinha. — digo alegre, os momentos simples com o Vicente são tão agradáveis. — Cozinhar para você é meu prazer. — sinto ele sorrir contra a minha pele. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo e o meu coração acelera. Vicente parece notar o seu efeito sobre mim, pois vira-me para ficamos de frente um para o outro e me imprensa com o corpo contra o gabinete da pia. Fico perdida em seus olhos e na sua boca. Devo ter me esquecido de tudo ao redor, pois, não havia percebido a presença da Luna, minha irmã, escorada da porta de entrada da cozinha, até que ela pigarrea. — Quem é você? — Luna pergunta com uma expressão curiosa para o Vicente. —
A conversa fluiu bem no café matinal, a Luna sempre fazendo alguma gracinha para me provocar. Como as horas se avançam, pedi licença e fui me aprontar para o trabalho. Deixei Luna e Vicente conversando sozingos e admito estar curiosa para saber o que tanto eles conversaram. Quando estou pronta, volto para a cozinha. — Vicente, o que você realmente quer de Lana? — Luna pergunta, quando me vê — Ela é super especial. Vicente sorri para mim e responde: — Lana é incrível. Quero conhecê-la melhor, ver onde isso pode levar. Estou pronto para algo sério. Fico surpresa com a sinceridade dele. Luna analisa Vicente e então diz, parecendo satisfeita: — Gostei da sua resposta. Você parece genuíno. — Luna acrescenta — Os pais iriam adorar conhecer você, Vicente! — Gostaria de conhecê-los... — Vicente fala e eu o interrompo. — Não, Luna! Não precisa. — apresso-me em dizer, me intrometendo na conversa deles — Não seja tímida, Lana! Os pais vão adorar Vicente. Vamos marcar u